sexta-feira, 8 de maio de 2009

O ALTRUÍSMO DE JOSÉ: O PERDÃO OFERECIDO AOS SEUS IRMÃOS

José, um tipo de Cristo (Jesus)? Vendido e traído por seus irmão, do mesmo que José, Jesus foi entregue à morte. Na hora da crucificação, na cruz, perdoou seus torturadores, Lc 23.34. Os judeus e os romanos tramaram e planejaram a morte, mas não previram seu perdão. Vencido por eles, Jesus os venceu com o perdão. Com isto, Jesus demonstrou na prática seu programa de justiça e de fraternidade. Ele não se deixou contaminar pela violência dos opressores. Quando ferido, não feria; mesmo sendo oprimido, não oprimia. Não alimentava ódio nem vingança, e sim a reconciliação com todos, até com seu opressores e torturadores. Perdoar não é uma reação de retrocessos ou de debilidade diante do inimigo mais forte. É uma ação criadora, que não nasce da força do inimigo e sim da vontade de imitar a Deus, o Criador. O perdão não deixa passar em brancas nuvens as injustiças, os crimes e a culpa. Ao contrário! Só pode ser perdoado quem conhece a própria culpa. O opressor terá de reconhecer que é opressor, senão não poderá receber o perdão implorado e oferecido por Jesus. O reconhecimento da culpa é o início da transformação. O perdão vence a injustiça pela raiz, provocando a transformação do injusto em justo, do opressor em companheiro, do inimigo em irmão e amigo. Perdoar e reconciliar não são sinais da fraqueza. Ao contrário, são a mais alta expressão da justiça e da fraternidade o único caminho viável e realista para a libertação de todos neste nosso mundo marcado pelo ódio e o pecado. O perdão exige do opressor que se converta e deixe de oprimir os irmãos. A conversão e o perdão exigidos por Jesus passam também pelo econômico, Lc 19.8-10, destruindo os muros da divisão e restabelecendo a fraternidade com base na justiça e no direito. Perdoar é difícil, tanto para quem perdoa como para quem é perdoado. É possível vencer e derrotar o opressor pela força. Mas a vitória será completa quando, ao final, o opressor se converter e se convencer pelo perdão. Vencer pela força é, às vezes, até fácil. Convencer pelo perdão é muito mais difícil. Aqui a força já nada adianta. Jesus não estava interessado em vencer pela força (Mt 26.53; Jo 18.36. Ele queria uma vitória mais completa sobre o mal. Oferecendo o perdão, Jesus mostrou-se mais forte que seus opressores e os venceu no momento mesmo em que era derrotado por eles. É a vitória que paradoxalmente se realiza na derrota! Mesmo matando Jesus, a força da repressão não conseguiu matar, a semente da justiça e da fraternidade que Ele fazia brotar em todo o lugar. No perdão aparece o fruto da semente escondida na terra da vida do povo sofrido: fé no outro apesar de tudo! Fé na possibilidade de sua recuperação! Resistência ao mal! Vê-se que na Bíblia há um avanço. Há uma ação pedagógica de Deus para com seu povo. Começou no Antigo Testamento; aparece na história de José como semente. E brotou fruto maduro, na vida de Jesus. E assim é hoje na vida de nosso povo ao qual a Igreja deve anunciar o Evangelho da plena reconciliação, perdão e justiça do Reino.
Por que você também não perdoa??? Não aprendeu a lição?

3 comentários:

  1. Mas pastor, me intriga a frase "Só pode ser perdoado quem reconhece a própria culpa". Esmiuce isto, por favor, porquanto, ao meu entender, nem sempre os opressores reconhecem o que fizeram e, ainda assim, devem os oprimidos perdoar. Não é isso? Se o oprimido for esperar pelo reconhecimento para perdoar, estará, na maior parte das vezes, frito...
    Objetivamente, minha questão é: não estaria o opressor automaticamente perdoado pela vítima, tão logo esta última decida perdoá-lo (sem que, necessariamente, aquele reconheça a sua falha)?

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  2. tenho a mesma duvda da tatiana, devemos perdoar somente qdo nos é pedido o perdão, ou devemos perdoar independendte disso?
    jah ouvi dizer q quando somos magoados nós eh q devemos pedir perdão, isso está certo?

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  3. Minhas queridas
    Irmãs, Tati e Gigi

    É evidente que não é fácil oferecer perdão a quem nos ofenda, todavia, quando você toma isso como uma prática cristã, é certo que não será tão difícil esta ação.
    O perdão deve ser oferecido, principalmente pelo ofendido. Seguindo-se sempre o exemplo de Jesus que, mesmo solapo, sofrendo afronta por todos os seus oponentes e opressores disse: " pai, perdoalhes, pois não sabem o que fazem.."
    Tal atitude foi modelo para as palavras de Estêvão, o primeiro mártir.
    Que Deus nos conceda a graça de aplicarmos em nossa vida cristã a atitude de perdoar aqueles que a nós ofender.

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