sábado, 18 de janeiro de 2014

DEVO APRENDER A COMO INTERPRETAR A BÍBLIA? by D. A. Carson


 


Observe Como A Universalidade  Formal Dos Provérbios E Ditos Proverbiais Raramente São Uma Universalidade Absoluta

Compare estes dois ditos de Jesus. (a) “Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha” (Mt 12.30). (b) “... Porque quem não é contra nós é por nós” (Mc 9.40; cf. Lc 9.50). Como com frequência tem-se notado estes ditos não se contradizem, se o primeiro foi expresso a pessoas indiferentes contra si próprias, e o segundo aos discípulos sobre outros, cujo zelo ultrapassa seus conhecimentos. Mas as duas afirmações são com certeza difíceis de conciliar, se cada uma for tomada absolutamente, sem pensar em tais questões.

Ou considere dois provérbios adjacentes em Provérbios 26. (a) “Não respondas ao tolo segundo a sua estultícia...” (26.4). (b) “Responde ao tolo segundo a sua estultícia…” (26.5). Se estes dois versículos são estatutos ou exemplos de leis casuísticas, há uma inevitável contradição. Por outro lado, a segunda linha de cada provérbio dá explicação suficiente de modo que enxergamos o que deveríamos ter visto. Provérbios não são estatutos. Eles são sabedoria destiladas, frequentemente escritas de forma pungente e aforística, que exige reflexão, ou que descreve efeitos na sociedade como um todo (mas não necessariamente em cada individuo), ou que exigem consideração de exatamente como e quando tal sabedoria é aplicada.

Escrevamos por inteiro estes dois provérbios de novo, mas desta vez com a segunda linha inclusa em cada caso. (a) “Não respondas ao tolo segundo a sua estultícia, para que também te não faças semelhante a ele”. (b) “Responde ao tolo segundo a sua estultícia, para que não seja sábio aos seus olhos”. Os versículos lado a lado como estão, estes dois provérbios exigirão reflexão sobre quando é a vez da prudência para refrear-se de responder aos tolos, a menos que sejamos arrastados para o nível deles, e quando é a vez da sabedoria oferecer réplica afiada, “tola” que tem o efeito alfinetar as pretensões do tolo. O texto não esmiúça isto explicitamente, mas se as explicações destes dois casos forem lembradas, nós teremos um princípio sólido de discriminação.

Então, quando uma bem conhecida organização eclesiástica ficar repetindo “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele”, como se fosse uma lei casuística, o que devemos pensar? Esta afirmação proverbial não deve ser roubada de sua força. um incentivo poderoso a uma educação infantil responsável, temente a Deus. Contudo, este versículo é um provérbio, e não uma promessa de uma aliança. Nem tão pouco o versículo especifica a que ponto a criança vai entrar na linha. É claro, muitas crianças, que cresceram em lares cristãos se desviam, porque os seus pais foram realmente tolos, ou não-bíblicos, ou completamente pecaminosos. Mas, muitos de nós já testemunhamos os fardos de culpa desnecessária e vergonha que pais realmente piedosos carregaram, quando seus filhos adultos, digamos já aos 40, e claramente não se converteram. Aplicar o provérbio de tal forma como se fosse para causar ou reforçar tal culpa não é somente pastoralmente incompetência, é hermeneuticamente incompetência. É fazer as Escrituras dizerem algo um pouco diferente do que seguramente pode ser inferido. Aforismos e provérbios dão percepção de como uma cultura sob Deus funciona, como relacionamentos funcionam, quais devem ser as prioridades. Eles não dão todas as exceções individuais em notas de rodapé e sob quais circunstâncias devem ser aplicados, e assim por diante

 

sábado, 11 de janeiro de 2014

A Entrada da Arca na Cidade de Davi 1Cr 15.26-29;2Sm 6.14-16


A Entrada da Arca na Cidade de Davi  1Cr 15.26-29;2Sm 6.14-16





Deus ajudou os levitas que carregavam a Arca, fortalecendo-os para que não tropeçassem durante o percurso de vários quilômetros entre a casa de Obede-Edom e Sião. Certamente neste percurso, entoavam um dos belos Salmos, apropriado.
 A procissão foi acompanhada por cânticos gritos, sons de cornetas, trombetas, címbalos, saltérios e harpas, o que era normal e natural.
 As jovens  de Israel dançavam entre os integrantes da grande procissão. Certamente aquele não foi um culto silencioso, mas de grande alegria, contentamento, emoção e entusiasmo. Davi tocava e dançava entusiasticamente diante do Senhor. Os cantores e os musicistas tocavam com toda força, afinal a Arca era o centro das atenções.
Como nós, os crentes do dia de hoje teríamos reagido a esse tipo de culto? Talvez esse cortejo fosse acusado de não ter "decência e ordem". Mas o cortejo obedecia a ordem de Deus não do homem.
No mundo todo há pessoas que celebram com grande júbilo ao perceberem a presença de Deus no meio delas. Se regozijam da mesma maneira que Davi se regozijou diante do Senhor.
Sou testemunha ocular, há anos atrás, quando percebi um crente que não sabia o que fazer ao ser tocado pelo Espírito Santo. Corria e sorria ao mesmo tempo. Foi a maneira como ele se comportou face tal situação que me fez corrigir "minha forma".

Mical -Olhando da Janela - em meio a toda alegria do Espírito Santo, alguém percebeu a cena de outra maneira. Ela demonstrou exatamente o oposto de toda a alegria e entusiasmo pelo retorno da Arca do Senhor. A filha de Saul em vez de descer com a multidão, resolveu observar tudo pela janela.
  1. Mical significa "quem é como Deus ou quem é perfeito"
  2. Era da linhagem real, uma princesa da tribo de Benjamim
  3. Foi comprada por Davi com sangue de circuncisão para ser sua esposa
  4. Salvara Davi de morrer nas mãos de seu pai, Saul.
  5. Foi tirada de Davi e dada a outro homem
  6. Foi devolvida a Davi no devido tempo
  7. Desprezou seu marido no coração e reprovou-o por ter dançado e se alegrado diante da Arca.
Que  triste! Mical poderia ter vivido de acordo com seu nome. Filha do rei, comprada com o preço de sangue e se tornou noiva de um rei da tribo de Judá. Depois de ficar separada de Davi por certo tempo, ela lhe foi restaurada. Enquanto seu marido  cantava e se alegrava diante da Arca de Deus como governante e líder de Israel, Mical observava-o pela janela e o desprezou em seu coração.
Mical deveria estar junto com a procissão, lá embaixo, louvando o Senhor e se alegrando juntamente com as mulheres de Israel,em vez de observar pela janela.

Da janela, só viu carnalidade, não foi capaz de ver a arca de Deus. O que estava em seu coração veio para fora, "a boca fala do que o coração está cheio". Reprovou com sarcasmo o comportamento de Davi, acusando-o de indecência por dançar com alegria e entusiasmo diante do Senhor.
Não conseguiu enxergar a Arca de Deus e o retorno da presença do Senhor. Não entendeu a importância de tudo aquilo que Deus estava fazendo.
Suas ações e atitudes foram reprovadas tacitamente!
Quantas "micais" existem hoje no meio do povo de Deus? Compradas com sangue, filhas do rei, entretanto, por desprezarem o culto ao Senhor e as manifestações do Espírito, elas são atingidas com esterilidade espiritual até o dia em que morrerem.

Que o Senhor nos conceda Sua Graça para , quando não entendermos as operações do Espírito Santo, calarmos e, deixá-lo agir, pois, Ele sabe bem o que faz!


Amem!

.By The Tabernacle of David

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

A Reunião de Todo o Povo de Israel - By The Tabernacle Of David




A preparação  para trazer  a Arca para o Tabernáculo de Davi inclui e envolveu uma grande reunião do povo de Deus. 1Cr 13.1

Na primeira vez, Davi reuniu os líderes da nação e toda a assembleia de Israel. Cerca de três meses mais tarde Davi reuniu outra assembleia, desta vez para fazer as coisas do modo de Deus 1Cr 15.25

A reunião se deu com um propósito.  O que levou a este grande ajuntamento era a apresentação da Arca do Senhor e a restauração do culto verdadeiro em Israel, depois do lamentável período de declínio -lacuna - entre a época de Samuel  e a monarquia de Saul.

Se a igreja deseja restaurar a presença do Senhor - nossa Arca - no meio de Seu povo, ela precisa ter unidade de propósito e se unir, sobretudo em torno do Senhor.
Conforme diz Gênesis 49.10 "... e a ele as nações obedecerão". Leia-se também: " Ajuntem os que me são fiéis, que mediante sacrifício fizeram aliança comigo" Sl 50.5 e " Pois onde se reunirem dois ou tr~es em meu nome, ali estou no meio deles" Mt 18.20

Quando os irmãos habitam juntos em união o Senhor envia Sua bênção. Um só propósito, um só pensamento, um só povo Sl 133; At 2.1-4

A liderança das igrejas precisa se unir, os líderes precisam unir-se , Êx 4.29. As pessoas, os crentes. Geralmente Deus se manifesta primeiro aos líderes e depois à congregação. A nação de Israel teria perdido tudo o que diz respeito ao Tabernáculo de Davi se os líderes não chegassem a um acordo ou se opusessem à revelação que Deus tinha dado ao rei Davi.

O mesmo ocorre hoje. As congregações do povo de Deus são roubadas da revelação do Tabernáculo de Davi porque seus líderes resistem a ela.  O fato de Davi ter sido apoiado pelos chefes e líderes, assim como pela congregação de Israel, resultou em bênção.

Quando Davi estava preparando os levitas e o povo para a apresentação da Arca de Deus ele exortou a seguir o procedimento que Deus havia indicado. Disse "Pelo fato de vocês não terem carregado a Arca na primeira vez, a ira do Senhor o nosso Deus, causo destruição entre nós.  Nós não O tínhamos consultado sobre como proceder.

Como ele deviam "proceder"? Era importante que Davi aprendesse que Deus tinha algumas regras a serem seguidas, mesmo considerando que Deus estava lhe revelando a verdade progressivamente.

Deus aprecia ordem.  A criação seguiu uma ordem. A redenção revela uma ordem. Há ordem divina na terra. Portanto, no que diz respeito à Casa do Senhor, o serviço divino deve seguir uma ordem. Claro que muitas vezes aquilo que consideramos uma ordem divina é apenas uma ordem humana, e não necessariamente uma ordem divina. Talvez para o homem, a ordem de Deus possa parecer desordem! Mas Deus estabeleceu em Sua Palavra a ordem de culto que seu povo deve seguir.

A palavra "ordem" tem ideia de "decreto, lei, sentença, estilo divino.
É importante observarmos a instrução que Deus estabeleceu para as coisas relacionadas a Ele e ao modo como Seu povo deve prestar-lhe culto.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Pastores e Seus Espelhos

Pastores e Seus  Espelhos





O Pastor e seu espelho
Por Jaime Kemp 
   
"Quando se perde as riquezas, nada se perdeu; quando se perde a saúde, houve alguma perda; porém, quando se perde o caráter, tudo está perdido"
Penso que posso afirmar sem margem de erro, que em todas as reuniões congressos, clínicas, etc. em que estive presente com meus colegas pastores, o tema integridade sempre surgiu como questão a ser analisada. Alguém sempre utiliza como ilustração as dificuldades de quem passou por um deslize moral.
A igreja brasileira padece terrivelmente sob a influência nefasta da escassez de integridade, seja a nível moral, no abuso do poder pastoral, enquanto líder agindo inadequadamente, ou na vertiginosa e constante queda dos relacionamentos familiares a liderança. A decadência assustadora da integridade, em especial entre os líderes masculinos, tem implicações desastrosas na sobrevivência de nossa credibilidade diante de um mundo crítico e observador. Porém, o mais chocante é que há pouquíssima diferença entre a prática ética dos religiosos e a dos não religiosos – ou simplificando – alguns líderes de igrejas evangélicas não diferem muito de empresários alheios ao Reino de Deus.
Certamente, é impossível generalizar. Há muitos servos fiéis que não permitem ver sua crença religiosa e / ou ética arranhada, prejudicada ou abalada por tentações enganosas e transitórias.
Existem diversas causas dessa situação de crise na igreja, entretanto, destacarei uma, que a meu ver, é fundamental. Por natureza somos desonestos e mentirosos contumazes. Nosso coração é mau, como bem coloca o profeta Jeremias: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas e desesperadamente corrupto..." (Jr 17.9). Nós pastores, então, sofremos a tentação de mascarar as mentiras espiritualizando-as, sofisticando nosso pecado para ninguém suspeitar de nosso erro.
O apóstolo Paulo escreveu o seguinte sobre a depravação humana: "A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, a boca eles a têm cheia de maldição e de amargura..."(Rm 3.13,14).
Não necessitamos ser instruídos na arte da desonestidade. Mesmo após sermos regenerados pela ação do Espírito Santo, se não nos submetermos ao senhorio de Cristo, voltaremos a viver uma vida de engano e mentiras, semelhantes a suínos que depois de limpos sempre voltam ao lamaçal. A liderança evangélica vem sendo envolvida pelas sutilezas da cultura e da mídia. Pouco a pouco ela tem se distanciado dos valores verdadeiros e eternos. Alguns líderes trafegam na ilusão e não percebem a falta de integridade em suas vidas.
Tal ocorreu com Ananias e Safira. Ambos eram membros da primeira igreja formada no mundo durante o Império Romano e é possível que tivessem ali algum cargo de liderança. Tentando levar vantagem (filosofia danosa que atravessou séculos e persiste ainda hoje suscitando uma competitividade desonesta) venderam uma propriedade e de comum acordo resolveram enganar os irmãos fingindo ofertar toda quantia da venda para quando, na verdade, haviam guardado para si determinada parte. O interessante neste relato é que, ao que tudo indica, eles não julgaram sua atitude errada, pouco íntegra, mas se acharam generosos!
A história de Ananias e Safira nos impacta porque ambos foram duramente castigados por causa de uma pequena infração. Em um momento de fraqueza não escaparam da ganância e da hipocrisia. Mas apenas isso pede tamanha punição? Suponho que se Deus nos tratasse, na igreja de hoje, da mesma forma como agiu com ambos, precisaríamos de uma área descomunal ao lado das igrejas para enormes cemitérios!
Com certeza, Deus considera hipocrisia e falta de integridade como algo seríssimo no Corpo de Cristo. A igreja não pode prosperar decepcionando-se em relação a atitude de seus membros e muito menos da liderança. Durante a formação da Igreja Primitiva, o Senhor desejou demonstrar a importância que Ele dá à integridade e honestidade. A decepção fere o Corpo de Cristo e é um pecado contra Deus. Por isso, por ocasião da morte de Ananias e Safira, Pedro afirmou: "Não mentistes aos homens, mas a Deus" (At 5.4)
A igreja necessita de homens que não apenas abandonem a mentira mas que também sejam livres da hipocrisia. O apóstolo observa que a honestidade é essencial para o crescimento de uma igreja: "Mas seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é o cabeça, Cristo" (Ef 4.15). A medicina divina para uma igreja autêntica é que ela fale e aja dentro da verdade de uns para com os outros em amor.
A grande necessidade de integridade na igreja está ligada às necessidades de um mundo perdido que anseia ser liberto da desonestidade e corrupção. Enquanto essa corrupção é cultivada e promovida, há no fundo do coração do povo um desejo intenso de escapar desses sentimentos falsos, enganosos e frustrantes. A igreja se tornará sal e luz à medida que estampar uma vida autêntica que é uma das mais eficientes ferramentas de evangelização. Todos nós conhecemos muitas pessoas que foram atraídas a Cristo pelo exemplo de vida integra de alguém salvo por Jesus.
Queridos colegas pastores, precisamos nos posicionar ao lado de Jó quando ele diz: "Longe de mim que eu vos dê razão, até que eu expire, nunca afastarei de mim a minha integridade." (Jó 27.5)

Estamos Fazendo uma Grande Obra?!!!!

Tema: “Estamos fazendo uma grande obra????”
 Texto Ne 1.1-11; 6.3


Introdução:

Tudo se levanta ou cai com a liderança, inclusive o que chamamos de a “Obra do Senhor”.

Ao lermos a Bíblia, encontramos homens e mulheres que foram chamados para ser líderes em horas de crise. Alguns tiveram êxito brilhante para a glória de Deus. Outros fracassaram miseravelmente e ainda agravaram a crise. A história mostra-nos que a crise pode produzir pelo menos três tipos diferentes de líderes, e a atual crise integridade não é exceção. I. OS TIPOS DE LÍDERES 1º Otimista – que trata da situação de modo suave “Não é que o problema seja tão sério – sorri – a imprensa não está cobrindo bem tudo será logo esquecido com o tempo”. a. Devemos lembrar de Jeremias que enfrentou esse tipo de líder.”Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz, quando não há paz” Jr 8.11. 1. Pasur feriu Jeremias e o colocou no tronco Jr 20.1-6 2. Hananias disse que era mentira o que Jeremias dissera Jr 28 3. Acabe e Zedequias pregavam mensagem de falsa esperança Jr 29.1 b. É claro que muitas pessoas desejam este tipo de líder porque ele as conserva felizes e não exige delas sacrifícios. c. Maquiavel, em o Príncipe, escreveu: “Os homens são tão simples e tão inclinados a obedecer às necessidades imediatas que um enganador jamais terá falta de vítimas para suas fraudes”. 2º Realista – admite haver problemas sérios e promete tomar providências para resolver a situação. a. Se lhe derem cobertura financeira e autoridade, ele criará novas organizações estabelecerá novos alvos, contratará novo pessoal e reforçará novos padrões. b. Embora não haja dúvida de que essas soluções a curto prazo sejam melhores do que a inércia otimista, ainda não passam de substitutivos das mudanças drásticas realmente necessárias. c. Contratar nova tripulação e planejar nova rota não impedirá que o navio danificado vá a pique. d. O perigo é que os passageiros e a tripulação podem ficar tão entusiasmados com o novo sistema a bordo que se esqueçam de que o navio precisa ser salvo. 3º Coragem – É o líder que realmente precisamos – descarta o tratamento cosmético por saber que é superficial, e a providência rápida por saber que é temporária a. Tem coragem para enfrentar os problemas com honestidade, sabedoria para entendê-los, força para realizar o que é preciso e fé para confiar em que Deus fará o restante. b. Não teme perder amigos nem fazer inimigos c. Não se deixa intimidar por ameaças nem é comprado por subornos d. É um homem de Deus e não está à venda II. QUEM FOI NEEMIAS? 1. Neemias foi um líder tipo “coragem”, um homem que nos mostra como reconstruir em época de opróbrio. a. Neemias foi uma pessoa deslocada, um judeu que vivia no palácio de Artaxerxes I, rei da Pérsia. b. Como copeiro do rei, usufruía prestígio e abundância, autoridade e conforto. c. Não havia motivo para ele se preocupar com seus compatriotas em Jerusalém, mas se preocupou. d. Tão preocupado ficou que procurou saber o que acontecia na Cidade Santa. e. Essa atitude me parece importante: ele queria enfrentar os fatos honestamente; não tinha medo da verdade. 2. Um dos problemas atuais é que muitos cristãos na realidade não querem enfrentar os fatos. a. Vivem num mundo devocional de sonhos, cegos para a verdade e com os ouvidos abertos somente para mensagens que lhes assegurem que tudo vai bem. b. O fato de alguns “vigias das torres” terem adormecido não somente não perturba muita gente religiosa, mas também na realidade as tranqüiliza.. c. Quando não há notícias tudo vai bem. d. Nem tudo vai bem na igreja, não obstante nossas palestras e estatísticas. 3. Precisamos de mais pessoas como Neemias a. Que se interessem o bastante para indagar, mesmo sabendo que as notícias não serão alvissareiras. b. “Os restantes, que não foram levados para o exílio se acham lá na província, estão em grande miséria e desprezo; c. Os muros de Jerusalém estão derribados, e as suas portas queimadas a fogo” Ne 1.3 3.1 Por que deveria Neemias, o braço-direito do rei, preocupar-se com a situação angustiosa de 50.000 judeus que viviam a uma distância de mais de 1600 km? a) E se eles estiverem em angústia e opróbrio? b) Havia inúmeras razões ou desculpas para que Neemias não se envolvessem. 1. Para começar o que podia um único homem fazer numa situação difícil dessas 2. Além do mais, era sua culpa de a cidade ter sido destruída século e meio atrás? 3. Seus antepassados é que tinham pecado e provocado o julgamento de Deus sobre Jerusalém 4. Foram eles que rejeitaram as mensagens de Jeremias e outros profetas e persistiram na idolatria. 5. Foram eles que pecaram, e não Neemias e sua geração. 6. como teria sido fácil Neemias escapar. 4. Vemos esta atitude “escapista” expressa por inúmeros pastores, líderes e cristãos diversos: a. Eles e deles são as palavras mais utilizadas, apesar de Jesus ter-nos ensinado que devemos usar nós e nosso. b. Não digo que todos nós deveríamos ser responsabilizados pelo que aconteceu; mas afirmo que não podemos negar a nossa unidade no corpo de Cristo e nossas responsabilidades mútuas. c. Não importa quão culpados outros possam ter sido, parece insensibilidade manter-nos à parte e apontar o dedo. d. Neemias preocupou-se o suficiente para indagar e também para se identificar com o seu povo. Assentou-se e chorou! Exemplo. Will Rogers era conhecido por seu riso, mas também sabia chorar. Certa vez, deu um espetáculo num hospital especializado na reabilitação de vítimas da poliomelite, problemas de coluna e outras sérias deficiências físicas. Todos davam gostosas gargalhadas, até mesmo pacientes em péssima condição de saúde. Repentinamente, porém, Rogers deixou o palco e se dirigiu ao banheiro. Alguém o seguiu para lhe dar uma toalha e, ao abrir a porta, deparou com Will Rogers encostado na parede, soluçando como uma criança. Dentro de poucos minutos, porém, Rogers voltou ao palco, tão jovial quanto antes. 5. Para saber como alguém realmente é, basta fazer-lhe três perguntas: a. O que o faz ri? b. O que o torna zangado? c. O que o faz chorar? Esse teste de caráter é bastante apropriado para nós os cristãos, principalmente os líderes. Costumamos dizer que precisamos de um cristianismo militante, necessitamos de líderes irados! O de que precisamos realmente não é de ira mas de angústia, o tipo de angústia que Moisés sentiu quando quebrou as tábuas da lei e depois subiu ao monte para interceder pelo seu povo, ou a que Jesus sentiu quando purificou o templo e quando chorou pela cidade. ü A diferença entre ira e angústia é um coração partido. ü É fácil ficar irado, especialmente com os pecados de outras pessoas ü Mas não é fácil considerar o pecado, inclusive o nosso, e chorar por ele. 6. Por que Neemias chorou? Ne 1.3-7;2.17 a. Não primeiramente porque a cidade dos seus pais estava em ruínas b. Porque o Deus dos seus pais servia de opróbrio perante o inimigo c. Sua preocupação era pela glória do Senhor, não apenas pelo bem-estar do povo. Lamentou-se e chorou; jejuou e orou. A sua identificação com o estado trágico de Jerusalém foi tão intensa que a tristeza estampou-se em seu rosto, e o rei a percebeu. 1. Imagino quantos de nós nos assentamos e choramos quando sabemos que um cristão ou líder pecou ou um ministério fracassou? 2. Imagino quantos de nós nos lamentamos quando vemos a mídia exultar às custas da igreja? Ne 4.4,5 3. Quando alguém fracassa, muitos de nós em posição, até de liderança apressamo-nos a proteger nosso nome e ministério e nos esquecemos de que é o nome de Deus que tem de ser glorificado. 4. Em vez de nos identificarmos com a situação aflitiva, na maioria das vezes afastamo-nos dela. 5. Neemias identificou-se não somente com a vergonha e com o sofrimento, mas também com pecado dos seus antecessores. Ne 1.6-7 “Nós” 6. Neemias preocupou-se a ponto de indagar, identificar-se e interceder. 7. Depois de assentar-se e chorar, ajoelhou-se e orou durante 04 meses. 8. Geralmente pensamos em Neemias como um executivo exemplar, um homem de ação; mas ele também era um homem de oração. Seu livro traz pelo menos onze incidentes de orações. O cristão ou olíder que sabe orar conhecerá a vontade de Deus a seu respeito. Ne 1.5-11 Isso que é atitude de consagração! 7. Neemias pagou um alto custo pela sua participação a. Ele sentiu necessidade de estar com as mãos ocupadas, justamente por que é preciso reconstruir em dia de opróbrio. Ne 2.17,18 b. Trocou o luxo e a segurança do palácio pelas ruínas e perigos de Jerusalém. Ne 1.11 c. Sacrificou a honra e a tranqüilidade pelo ridículo e labor. Ne 2.19;4.19 d. Este tipo de cristão não começa sem ter avaliado o custo e não pára sem ter terminado a obra e. O que mais admiramos foi a sua integridade. Não tentou ser célebre e nem construir um reino para si. Tudo girava em torno de “para a glória de Deus”.Quando foi ridicularizado, orou, quando ameaçado, orou, tomou a espada em uma das mãos e a ferramenta em outra. ü O ciúme de Sambalate e associados toma primeiro a forma de intriga. “Vem, encontremo-nos nas aldeias” Ne 6.2 Este convite por carta, é uma medida muito astuta. Sua possibilidade é mortal. Os opositores de Neemias estão dizendo: Vamos ser amigos. Tivemos nossas divergências no passado, mas agora você conseguiu o que queria –já construiu o muro de Jerusalém. Não podemos negar o seu direito de liderar os judeus como você achar melhor. Quer gostemos quer não somos vizinhos; temos de viver uns com os outros. Agora que o muro está pronto, é hora de uma conferência de paz; Escolha uma das vilas da planície de Ono. Lá poderemos reunir-nos e resolver nossas diferenças, planejando uma coexistência pacífica. ü Que convite tentador. Qual o líder, com as pressões sociais dos cidadãos sobre os seus ombros que não atenderia um convite assim tão aparentemente bondoso? ü O convite vem num momento em que os judeus estão em aperto, cansados e sofrendo pela fome. ü Até que ponto se confia no inimigo quando ele aparece repentinamente com um “ramo de oliveira” na mão? ü Quando foi convidado para um acordo disse “Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer”. Ne 6.3 A questão era de prioridades, se Neemias aceita o convite Jerusalém ficaria sem liderança, o povo voltaria rapidamente aos velhos costumes. O sacerdócio era corrupto e os magistrados eram avarentos. A exploração faria com que houvesse um colapso moral e mais uma vez prevaleceriam as dissensões. Seu lugar era em Jerusalém. 8. Neemias era muito cuidadoso com as finanças a. Quando o povo começou a explorar uns aos outros, ele os repreendeu e citou o seu próprio estilo de vida. b. Como governador, poderia usufruir muitos privilégios financeiros, mas de bom grado deixou-os de lado para o bem da obra. Ne 5.14 “doze anos de trabalho sem salário” c. Pagou as suas próprias contas e ainda repartiu generosamente o quanto tinha com 150 hóspedes que assentavam à sua mesa.” Nem por isso exigi o pão devido ao governador, porquanto a servidão deste povo era grande” 5. 17,18 d. Sabia harmonizar as responsabilidades e os privilégios do seu cargo e. As responsabilidades não lhe esmagavam o espírito, e os privilégios não lhe exaltavam o ego. f. Como todo bom líder e cristão, carregava o fardo mais do que precisava e usava menos privilégio do que era natural. g. Para ele a obra não era uma profissão, mas um ministério; por isso, ele sabia que teria de fazer sacrifícios. h. Não foi preciso gastar alguns meses “construindo uma imagem” para que o público aceitasse a sua mensagem e liderança. A obra ficou pronta em 52 dias. Só o milagre de Deus!!!! Ne 6.15 III. O QUE NEEMIAS E OS SEUS COMPANHEIROS EXECUTARAM PELA GRAÇA DE DEUS 1. Reconstruíram os muros - por morarmos em cidades e subúrbios modernos, talvez não avaliemos a importância dos muros na época de Neemias Ne 4.1, 6 a. Uma cidade murada possuía distinção e era capaz de defender-se do inimigo b. Os muros tanto serviam de separação como de segurança c Uma das coisas mais importantes que um governador fazia naqueles dias era reforçar e estender os muros da cidade, e a primeira coisa que um inimigo tentava fazer era derruba-los d. Não é de admirar que Davi orara “Edifica os muros de Jerusalém” Sl 51.18 O que alguns chamam de separação do mundo realmente não passa de isolamento do mundo. Que trágico é que cooperemos com o inimigo, demolindo os nossos próprios muros! Perdemos nossa característica e destruímos nossas defesas. Separação é contato sem contaminação. Não podemos, pelo simples fato de alguns crentes terem praticado uma forma extrema de separação usarmos desculpa para fazermos o contrário. Não devemos nos isolar, mas separar. No desejo de fugir do legalismo, temo que tenhamos abraçado de forma sutil de antinomianismo, adotamos o modo de vida dos ricos e famosos usamos o tipo mundano de comercializar o evangelho, ignoramos o dia do Senhor, rejeitamos a imposição de padrões, e até mesmo suavizamos a pregação para que o povo não se ofenda. “Jamais derrube uma cerca sem saber antes por que ela foi construída” Cercas e muros não apenas impedem a entrada; também impedem a saída. A igreja sempre perde suas coisas valiosas, inclusive pessoas de valor, quando os muros da separação são demolidos. ü Sambalate não desiste, ele tenta nova estratégia. Faz uso de uma carta aberta em mãos: “Entre as gentes se ouviu, e Gesém diz, que tu e os judeus intentais revoltar-vos; por isso reedificas o muro e, segundo se diz, queres ser o rei deles, e puseste profetas para falarem a teu respeito em Jerusalém, dizendo: Este é rei em Judá. Ora, o rei ouvirá isso, segundo essas palavras. Vem, pois, agora, e consultemos juntamente” Ne 6.6-7 ü Uma carta aberta é cúmulo da indignidade. Sambalate sabe que o conteúdo desta carta será propriedade pública. ü A acusação de traição, mesmo infundada e provada mentirosa, será o suficiente para impugnar os motivos de Neemias, manchar a integridade dele e minar sua influência. ü A psicologia diz que as pessoas estão sempre prontas a acreditar no pior com respeito aos outros. Pense bem em como o escândalo se alastra rapidamente num escritório ou numa igreja. ü A menor sombra de comportamento indiscreto e a pessoa envolvida é considerada culpada. ü A calúnia pode ser totalmente falsa, mas é impossível à vítima da calúnia limpar completamente o nome aos ouvidos de todos os que ouviram o que se disse. ü Felizmente Neemias recorreu à oração: “Agora, pois, ó Deus, fortalece as minhas mãos”. Ne 6.9 2. Restauraram as portas a. A porta da cidade, no Oriente, era muito mais do que um lugar de entrada e saída; era um lugar de jurisdição, onde as autoridades se encontravam para tratar de negócios; b. Quando Jesus quis ilustrar a autoridade e a vitória de sua igreja, ele disse que as portas do inferno não prevalecerão contra ela “ c. É possível haver portas sem muro, mas nesse caso, as portas não fazem o que se espera delas. d. Por mais fortes que sejam os muros, eles são inúteis se as portas não forem resistentes ou se os guardas forem descuidados ou desleais; e. A grande Muralha da China foi transposta por inimigos pelo menos três vezes, sempre porque os guardas foram subornados; f. A igreja necessita desesperadamente de portas fortes e de guardas leais. Exemplo de membros do conselho fiscal que precisam ser honestos e fiéis. Eles não tem de ser ricos ou famosos. O importante é que sejam honestos e fiéis. Como guardas escolhidos por Deus, precisam estar alertas e ser corajosos. Quando os membros do conselho se deixam intimidar pelos líderes da organização ou influenciar pelos patrocinadores, o ministério não demora a desintegrar-se. 3. Retiraram os escombros – os escombros impediam de edificar o muro. a. Não tiveram de assentar novos alicerces b. Tudo o que tinham de fazer era tirar o lixo c. Necessitavam encontrar os alicerces antigos e construir o muro Ne 4.10
d. Os alicerces determinam o tamanho, o formato e a resistência da estrutura. e. Construir um muro sem alicerces ou sobre alicerces errados seria insensato f. Para encontrar os alicerces antigos, os homens de Neemias primeiro tinham de livrar-se dos escombros. g. É fácil acumularmos lixo e então nos acostumarmos a ele a ponto de julga-lo uma preciosidade! h. Muito lixo interfere em nossas organizações impedindo seu progresso; i. Talvez o meu o seu ministério precisa ser podado em razão de muito lixo, pessoas em demasia, comissões em demasia, atividades e festas em demasia, o que impede-nos de encontrar os alicerces. j. Jogar fora os escombros não é trabalho fácil nem traz popularidade. Mas é importante .

CONCLUSÃO. Precisamos de algo muito mais importante antes de iniciarmos uma grande obra. Se não nos voltarmos para oração, não há esperança de reavivamento na igreja.