sexta-feira, 31 de julho de 2009

COMO E ONDE ENQUADRAR O MEU, O SEU, O NOSSO MINISTÉRIO E SACERDÓCIO? Parte 3 - Sacerdócio de Eli, Abiatar ou de Zadoque?

Quero agora mencionar outro tipo de sacerdócio. Trata-se de um ministério que, disse o profeta, Deus iria criar."E eu suscitarei para mim um sacerdote fiel, que procederá segundo o meu coração e a minha alma, e eu lhe edificarei uma casa firme, e andará sempre diante do meu ungido". v.35

Esse ministério santo é o sacerdócio de Zadoque. É constituído de ministros fiéis e santos, que vivem e andam sempre de acordo com od sdesignios de Deus. E esse sacerdócio existe até o dia de hoje!

Tudo o que aquele profeta anônimo anunciou acha-se plenamente exemplificado no reino de Davi. O próprio Davi é um tipo de Cristo; e Israel, um tipo da igreja. E orei tinha dois saccerdotes em quem se cumpriram à risca esses sacerdócio proféticos: Abiatar e Zadoque;"E não estão ali contigo Zadoque e Abiatar, sacerdotes? " 2Sm 15.35.

O nome Zadoque significa "aquele que já provou o que é justo". Zadoque foi o primeiro sacerdote jovem a reconhecer que Davi tinha unção de Deus.

Vários homens, procedentes de todas as partes da nação estavam fugindo para se juntar ao exército de Davi. Zadoque compreendera que o Espírito Santo abandonara Saul, e o reinado dele era só fachada, mantido na força de carne, e não contava com o toque divino. E zadoque tomou uma posição.

Zadoque foi para Ziclaque, juntar-se ao grupo de Davi - e nunca mais se afastou dele. Embora outros se rebelassem, Zadoque - um homem que provou ser justo - permaneceu ao lado dele. Davi conquistara a afeição do jovem sacerdote. E Zadoque nunca olhou para trás.

E, graças a Deus, hoje ainda existem muitos homens como esse em nossos púlpitos. São homens de oração, comprometidos apenas com Jesus; homens que abandonaram toda a carne, os entretenimentos e o mudnanismo. E é fácil reconhecê-los quaando pregam, pois sua palavras encontrm eco em nossa alma.

Houve ocasiões em que outros abandonaram Davi, mas Zadoque permaneceu fiel. DAvi estava fugiundo de seu filho Absalão, que havia se releado contra ele. Quando chegou ao ribeiro Cedrom, diz a Bíblia ue " Eis que também Zadoque ali estava, e com ele todos os levitas que levavam a arca da aliança de Deus; e puseram ali a arca de Deus, e subiu Abiatar..." 2Sm 15.24

Observamos que tanto Zadoque como Abiatar estavam com Davi. Ambos chegaram ao ribeiro Cedrom com ele, e depois voltaram a Jerusalém por ordem de Davi. Então, enquanto Absalão abusava das concubinas de Davi à vista do povo, e a nação de Israel vivia numa verdadeira anarquia devido à impiedade e ao desregramento, dois santos homens de Deus estavam na casa de Deus: Zadoque e Abiatar. O mesmo acontece hoje. 

Enquanto o mundo está caminhando para o inferno em meio a uma impiedade jamais vista, ainda há homens santos de Deus servindo no altar dEle. Ainda há um sacerdócio de Zadoque, fiel em toda a Palavra de Deus.

O nome Abiatar significa " em paz com Deus". Ele e Zadoque regressaram a Jerusalém levando a arca. E, de fato,  nesse momento, Abiatar parece ser um homem santo, dedicado, devotado e leal a Davi. Dá a impressão de não querer nada com a rebelião de Absalão. Parece exercer seu ministério nos mesmos moldes de Zadoque, puro e sem transigir com o pecado.

Mas por que será que, depois disso, ele nunca mais é mencionado na Bíblia? Por que não é citado entre os profetas? Por que seu nome simplesmente desaparece? Alguma coisa aconteceu. De repente, Abiatar é "desmerecido" e Zadoque se torna o exemplo do sacerdócio santo, remanescente. Por que? Porque Abiatar tinha em si o espírito de Eli. As terríveis palavras da profecia entregue pelo profeta anônimo se cumpriram nele. E tudo aconteceu rapidamente!

O profeta afirmara que nem todos os sacerdotes desse tipo seriam afastados. Anteriormente, o pai de Abiatar e mais oitenta e três sacerdotes que vestiam estola sacerdotal tinham sido mortos por Doegue. Somente Abiatar escapara, e fugira para junto de Davi. Assim o ministério que ele representava sobreviveu, como dizia a profecia.

E exatamente como o profeta dissera, Abiatar - que era da linhagem de Eli, no vigor da vida e no auge da bênção, foi seduzido pelo canto de sereia do sucesso. Assim, perdeu o lugar ao lado do ungido de Deus.

A questão é que Davi tnha outro filho, Adonias. Seu nome significa "sucesso e prosperidade". Esse jovem pretendia introduzir uma nova era na terra, e se autonomeou rei. Na verdade, poré,m tratava-se de outra rebelião. Não era um ato divino, mas uma cilada de Satanás.

Era o tipo de ministério do qual o profeta falara: auto-exaltação e sucesso."Então Adonias, filho de Hagite, se levantou, dizendo: Eu reinarei. E preparou carros, e cavaleiros, e cinqüenta homens, que corressem adiante dele".1Rs 1.5. O jovem fora criado sem disciplina: "E nunca seu pai o tinha contrariado, dizendo: Por que fizeste assim?"v.6

Observemos que tudo que o profeta disse acerca desse ministério se cumpriu. Todos os elementos que ele atribuiu a esse sacerdócio achavam-se presentes em Adonias. " E tinha entendimento com Joabe, filho de Zeruia, ..."v.7. Adonias se cercou de homens ímpios. Não havia entre eles nenhum dos homens de Deus - nem Zadoque, nem Natã, nem os valentes fiéis a Davi. v.8. E dizem as Escrituras que esses homens se reuniram junto à "pedra de Zoele, que significa "o lugar da serpente".

Aqueles homens eram rebeldes, interessados apenas em seu próprio sucesso, em favorecer a si mesmos, em alimentar seu próprio ego. Até esse ponto, Abiatar se mantivera leal a Davi. Mas agora o que se dizia era o seguinte: " Uma nova era está surgindo. Está acontecendo algo grandioso nesta terra. E é simplesmente empolgante!"

Essa mensagem conquistou o coração de Abiatar. parecia a receita certa para o sucesso e a prosperida. Agora ele ia-se dar bem! Encontrara um novo líder com uma nova mensagem.Esse é o ministério de Abiatar! Ele foi envolvido numa obra carnal, ímpia gerada por Satanás. Encontrou-se com os outros junto à pedra de Satanás, onde comeram, beberam e gritaram: "Viva o rei Adonias!"

Quando Davi soube do fato, mandou chamar Natã! Quando Deus quer realizar algo que tenha uma influência positiva na realização de seu propósito eterno, ele recorre àqueles que estão com Ele cem por cento. " Deixem Abiatar para lá! Chamem Natã! Abiatar agora está desmerecido. digam a Natã que peque o chifre do azeite e venha ungir a Salomã!"

Assim Salomão foi ungido rei. E a primeira coisa que fez foi mandar matar Simei, um homem que havia amaldiçoado a Davi. Em seguida, começou a punir a todos os inimigos de seu pai, e entre eles, Abiatar.

"Você se associou a meu irmão Adonias, e tentou derrubar este governo. Em vista disso, deveria ser morto. Mas não vou matá-lo, pois você carregou a arca da aliança para Davi, meu pai, e sofreu aflições juntamente com ele. Por essa razão, não o mando executar agora. Vá para Anatote, cuidar de seus campos, e fazer o seu serviço. Você está "desmerecido!"E a Abiatar, o sacerdote, disse o rei: Vai para Anatote, para os teus campos, porque és homem digno de morte; porém hoje não te matarei, porquanto levaste a arca do Senhor DEUS diante de Davi, meu pai, e porquanto foste aflito em tudo quanto meu pai foi aflito. Lançou, pois, Salomão fora a Abiatar, para que não fosse sacerdote do SENHOR, para cumprir a palavra do SENHOR, que tinha falado sobre a casa de Eli em Siló".

COMO E ONDE ENQUADRAR O MEU, O SEU, O NOSSO MINISTÉRIO E SACERDÓCIO? Parte 2 - Sacerdócio de Eli ou de Zadoque?

"Ser desmerecido por Deus significa perder a bênção e o favor divinos; não causar nenhum impacto no reino de Satanás. Um pastor desse tipo pode até ser apreciado por outros, mas aos olhos de Deus mão tem valor algum".
O que o profeta disse a Eli, na verdade foi o seguinte: " Você só se importa consigo mesmo, Eli. Preocupa-se apenas em melhorar sua situação. A seu ver, o ministério significa apenas a comida na mesa, uma vida tranquila para você e sua família. Não se interessa nem um pouco pelo que acontece com o rebanho. Preocupa-se mais com o que está em sua mesa, do que com o que se passa no coração do povo. E nunca se lembra de que seu egoísmo e contemporização envergonham o nome de Deus. Nunca pensa naqueles que estão vendo seus filhos roubarem a carne de primeira. Você não condena o pecado.Tem medo de censurar, porque só se interessa por aquilo que contribui para o seu conforto". Todos os pastores da linhagem de Eli - interessados apenas em seu benefício e bem estar, condescendentes com o pecado e comprometidos com o mundo - receberão esses três castigos: 1. A perda da autoridade e do poder espiritual "porque aos que me honram honrarei, porém os que me desprezam serão desprezados. Eis que vêm dias em que cortarei o teu braço e o braço da casa de teu pai...", vv. 30,31 O Senhor não confia nele. O que Deus diz a esses homens é o seguinte: Você me despreza, pois não prega todo o desígnio de Deus. Não é um homem de oração. Não se interessa pelo meu povo, apenas por seu sucesso e sua reputação. Só quer que muita gente venha ouvi-lo. Desprezou minha Palavra e agora vou desmerecê-lo. Continue assim. Faça sua própria vontade. Aos meus olhos você está desmerecido" vazias que, apesar da boa Com a suspensão da unção divina, o ministério de Eli torna-se apenas um conjunto de atividadesaparência, não passam de obras da carne. Até pode parecer que estão realizando importantes serviços no reino de Deus. Mas o Senhor não os abona. É simples agitação. São ministérios desmerecidos exercidos por ministros desmerecidos. 2. Nos últimos dias eles não experimentarão a unção e a bênção do Senhor "E verás o aperto da morada de Deus, em lugar de todo o bem que houvera de fazer a Israel; nem haverá por todos os dias ancião algum em tua casa". v.32 Em outras palavras, ele afirma o seguinte: "Quando chegar o momento de Eu derramar Meu Espírito vocês estarão em ruínas. E é exatamente isso que está ocorrendo em muitos lugares do mundo hoje. Esses pregadores se encontram em igrejas mortas, secas e falidas às quais Deus diz: "passarei longe de vocês!" lugar e local onde Uma das coisas mais triste que pode acontecer é Deus "banir-se" de nós, do nosso ministério de nossa vida. Se Ele está" impedido de atuar, agir, operar" em nós, certamente que procurarátm liberdade. Esses ministros ficarão lá, no leio de suas igrejas falidas, enquanto Deus abençoa e unge outros sacerdotes, homens que estão pagando o preço. E hoje mesmo, nesses dias do fim dos tempos, Ele está derramando sua unção sobre aqueles que se entregaram totalmente a ele. O Espírito derrama sua unção sobre esses pregadores destemidos, sobre esses homens de oração. Mas os que permanecem à linhagem de Eli são ignorados. Deus passa de largo por eles. E estes, por sua, simplesmente prosseguem com seu ministério irresponsável. 3. Perderão a bênção de Deus ainda no vigor da vida "...e toda a multidão da tua casa morrerá quando chegar à idade varonil"v.33 mandou Esse texto pode ser visto de duas maneiras. Primeiro, ele se cumpriu literalmente quando SaulDoegue a Nobe para matar oitenta e cinco sacerdotes que eram da linhagem de Eli. Mas além disso ele tem uma aplicação espiritual também. Esse tipo de ministério terá uma presença positiva só até certo ponto. A princípio os membros dele serão bem ativos e industriosos. Mas assim que chegarem ao auge, quando deveriam estar cheios de energia, de força, sabedoria e santidade, quando poderiam ser mais usados por Deus, ocorrerá a morte espiritual. Deusnirá abandoná-los. Aos olhos do povo será como se estivessem mortos, embora se achem no vigor da vida. Mas talvez o aspecto mais trágico da profecia entregue pelo profeta anônimo, seja o fato de que esse sacerdócio apóstata e comprometido com o pecado não será afastado do altar de Deus. Ele continuará até o fim."O homem, porém, a quem eu não desarraigar do meu altar será para te consumir os olhos e para te entristecer a alma..."v.33 Deus não irá afastá-los. Esses homens mortos, condescendentes com o pecado e sem poder irão existir até ps últimos dias, quando o Senhor voltar. Que tristeza eles vão causar! Eles farão outros chorar!

COMO E ONDE ENQUADRAR O MEU, O SEU, O NOSSO MINISTÉRIO E SACERDÓCIO? Parte 1

Em 1Samuel há o registro de uma mensagem terrível proferida por um profeta anônimo contra o sacerdote Eli. As palavras são impressionantes e têm muito que ver com a situação da igreja hoje. A mensagem se aplica a igrejas e ministérios ímpios da atualidade, que se encontram mortos e ressequidos. O profeta faz menção de dois tipos de sacerdócios que surgiriam naquela época e continuariam existindo até o final dos tempos, amabos operando na igreja. Um deles seria vergonhoso, abominável, maldito.

O outro seria um ministério segundo o coração de Deus. Vejamos o que o profeta disse: "Eis que vêm dias em que cortarei o teu braço e o braço da casa de teu pai, para que não haja mais ancião algum em tua casa". 1Sm 2.31

Mais adiante falou: " Então suscitarei para mim um sacerdote fiel, que procederá segundo o que tenho no coração e na mente; edificar-lhe-ei uma casa estável, e andará ele adinate do meu ungido para sempre" v.35

Essa profecia accerca dos dois tipos de sacerdócios está se cumprindo em nosso dias, bem à nossa vista. Aliás, os dois ministérios operam simultaneamente em todos os países do mundo.

Primeiro o profeta fala de um sacerdócio egocêntrico, apóstata, que faz concessões ao erro. Descrevendo os sacerdotes que teriam o mesmo espírito que Eli, ele menciona duas características. 1. Esses ministros procuram agradar a homens, em vez de fazer a vontade de Deus. "Por que pisastes o meu sacrifício e a minha oferta de alimentos, que ordenei na minha morada, e honras a teus filhos mais do que a mim.."v.29
Eli não condenava o pecado firmemente. Nada fazia que pudesse contrariar seus filhos. Em mais de cinquenta anos de ministério, ele só os corrigiu uma vez. Eles estavam adulterando, violentando as mulheres e cometendo erros terríveis. Apesar de tudo, única coisa que o pai lhes disse foi: "Por que fazeis tais coisas?" v.23. Aquele homem não tinha uma ira santa contra o pecado. Não partilhava do ódio e da raiva que Deus tem pela iniquidade.
Eli representa os ministros de hoje que têm medo de repreender a família de Deus, a igreja. Existem igrejas hoje onde nunca ouvimos uma palavra de reprimenda, mesmo que as frequentemos durante anos. A congregação pode estar toda corrompida - metade dos membros se divorciando, muitos cometendo adultério, os jovens praticando o sexo indiscriminadamente, as crianças indisciplinadas. Todos podem amar os prazeres, os esportes e os entretenimentos, sem que o púlpito pronuncie uma única palava de exortação.
Pelo contrário; o pastor fomenta as fraquezas e desejos dos membros. Tem medo de ofendê-los. Receia que os dízimos e ofertas diminuam e assim perca sua fonte de renda. Essa é a primeira característica do sacerdócio maligno que brota da alma de Eli. E ela está presente também em ministérios atuais que se acham comprometidos com o pecado.
2. Ele se preocupam mais com suas próprias necessidades e com seu conforto do que com as necessidades do rebanho "para vos engordardes do principal de todas as ofertas do meu povo de Israel?v.29 Eli só estava preocupado com seus próprios interesses, com sua mesa. O mesmo vem acontecendo hoje em muitas igrejas que estão morrendo. Os pastores só se interessam por seu próprio conforto. Só cuidam de si mesmos, em vez de interceder pelo povo horas a fio, de joelhos. 

quinta-feira, 30 de julho de 2009

QUAL A NOSSA RESPONSABILIDADE COMO PREGADORES? Parte Final - " o evangelho do êxito"

Talvez seja impossível alguém sobre a terra ministrar com motivos absolutamente puros mas, pela graça de Deus, podemos tentar. Quando percebemos que estamos resistindo às críticas e cultivando os elogios, sabemos que algo está errado.Quando começamos a acreditar em todas as coisas agradáveis que dizem a nosso respeito, estamos em perigo. Se o nosso coração está reto perante Deus, o elogio deve tornar-nos humildes e não vaidosos.

Nos últimos anos, a igreja tem tio celebridades demais e servos de menos, um número demasiado grande de pessoas com muitas medalhas mas sem cicatrizes. Observando as suas vidas e ouvindo as suas mensagens, jamais saberíamos que o Evangelho se refere a um humilde judeu que foi pobre, rejeitado e crucificado, nem tampouco suspeitaríamos que ele disse:"Bem aventurados vós os pobres, porque vosso é o reino de Deus" (Lucas 6.20)., "Mas ai de vós os ricos"porque tendes a vossa consolação" (Lucas 6.24). 

A celebridade religiosa fabrica a mensagem que mais realce a sua popularidade e talvez aumente a sua renda. O servo verdadeiro se preocupa tanto com a sua integridade quanto  com a da mensagem.

Não há lugar para a "fraude" no ministério do Evangelho. A fraude não tem lugar na promoção do Evangelho. A fraude e a fé não andam de mãos dadas. Tenho ouvido cristãos sinceros dizer:"Não me preocupo com os métodos, contanto que a mensagem seja correta!". Ouvi certa vez uma moderno pregador dizer: "Não importa o que você ouve, mas, o que você pratica". Essas pessoas deviam considerar o fato fundamental de que a mensagem ajuda a determinar o método. 

Alguns métodos do ministério evangélico são indignos do Evangelho. No seu relacionamento com as pessoas, Paulo era franco e honesto. Não tentava seduzí-las com o Evangelho. Certo pastor perguntou para um membro de uma igreja: "por que seu pastor não prega sobre o pecado, arrependimento ou julgamento? Porque sabe que a maioria das pessoas não dá ouvidos a esse tipo de pregação", respondeu o membro. Ele as seduz com os seus sermões sobre êxito, e depois a equipe faz o trabalho pessoal atrás dos bastidores para que o povo entenda o evangelho.

Não encontro esse tipo de evangelização em lugar no ministério de Jesus, no dos seus discípulos ou no da igreja primitiva. às vezes Jesus usava paralelos interessantes para conseguir a atenção dos seus ouvintes, mas depois fazia com que enfrentassem seus pecados. Obteve a atenção da mulher junto ao poço falando sobre a "água viva", mas depois ela teve teve de encarar os seus pecados: "Vai chama teu marido e vem  cá(João 4.16). Jesus estava longe de ser um pregador do êxito.  Na realidade, algumas das suas mensagens foram tão tão condenadoras que os ouvintes desejaram matá-lo!

Sermões que adulam os pecadores jamais os salvam. Certo evangelista congratulou-se de maneira contraditória com as pessoas que desciam os corredores a fim de se encontrar com os conselheiros; com essa atitude ele contradisse o Evangelho que tinha pregado. A pregação do Evangelho verdadeiro exalta a Deus e condena o pecador; não estimula o orgulho do pecador. O ego pecaminoso do homem precisa ser esmagado perante um Deus santo; e é isso o que a mensagem do Evangelho faz. Antes de podermos aceitar as Boas Novas a respeito de Jesus, precisamos aceitar as más novas sobre nós mesmos.

A adulação tem sido definida como "manipulação, não comunicação". Quando começamos a manipular as pessoas em vez de ministrar a elas, deixamos de ser fiéis despenseiros do Evangelho e despojamos as pessoas da oportunidade de tomarem uma decisão por Jesus Cristo. Jesus e Paulo persuadiram as pessoas; não as seduziram, nem as coagiram, nem tampouco as exploraram. O Evangelho desfaz a capacidade de o pecador salvar a si próprio, mas jamais retira a responsabilidade do pecador de obedecer aos mandamentos de Deus.

A adulação é apenas um dos expedientes usados pelos pregadores com o fim de seduzir o pecador incauto. Outro artifício é oferecer respostas simples a problemas complexos.  O pregador que brada "Jesus é a resposta!" está fazendo uma afirmação válida. Mas está beneficiando as pessoas tanto quanto o médico que grita nos pacientes na sala de espera: "Cirurgia é a resposta!" É pura demagogia, mesmo tendo o apoio de um versículo bíblico.

Alguém disse que enquanto a verdade calça as botas a mentira dá uma volta ao mundo, e tinha razão. A natureza humnana decaída deseja crer em mentiras, espeicialmente nas "mentiras religiosas", o que facilita o êxito dos demagogos. James Fenimore Cooper definiu demagogo como "o indivíduo que promove seu próprios interesses simulando uma dedicação profunda aos interesses dos outros" De todos os demagogos, os religiosos são os mais desprezíveis. Eles sabem como seduzir.

Se crermos em mentiras, aos poucos nos tornaremos uma mentira à medida que perdemos a integridade e começamos a praticar a duplicidade. É princípio fundamental que nos tornaremos semelhante ao deus que adoramos. Se deus é falso, seremos falsos.

Para nós, pregadores da última hora ou geração, fica a responsabilidade por pregar o Verdadeiro Evangelho.

Que o Senhor no ajude.....

QUAL A NOSSA RESPONSABILIDADE COMO PREGADORES? Parte 2 - O evangelho do êxito

O evangelho do êxito não somente apresenta uma visão distorcida de Deus, mas também deturpa a doutrina bíblica da Pessoa e obra de Jesus Cristo. Deus tem todo o direito de julgar aqueles que pregam um falso evangelho, porque a mensagem do evangelho custou-lhe o seu Filho! Jesus derramou os eu sangue para cumprir a santa lei divina a fim de que os pecadores perdidos pudessem ser perdoados e reconciliados com Deus. Jesus não morreu para tornar-nos saudáveis,ricos e felizes. Ele morreu para fazer-nos santos. Transformar o Calvário em cartão de crédito santificado que nos dê o privilégio de uma orgia de compras hedonista é depreciar a coisa de mais alto preço que Deus já fez.

Já notamos que o objetivo divino último de Deus é "fazer convergir nele (Cristo) todas as coisas" (Efésios 1.10). Somente então os nossos corpos serão completamente redimidos e libertos dos fardos da vida. O objetivo de Deus cada um de nós, para cada indivíduo, é que sejamos "conformes à imagem de Seu Filho"(Romanos 8.29). Ele deseja tornar-nos semelhantes a Jesus e dá início a esse processo no instante em que nascemos em sua família. À medida que crescemos na vida cristã, "somos transformados de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito" (2Coríntios 3.18)

Mas os pregadores do êxito não vêm na semelhança de Cristo o objetivo da vida cristã. Certamente devem ficar perturbados quando têm d enfrentar o fato de que, de acordo com sua própria mensagem, Jesus não foi um êxito. Ele não foi rico, e passou a vida entre os pobres e os desprezados. Foi um "homem de dores e que sabe padecer"(Isaías 53.3), e não uma celebridade com uma vida extravagante. Posso estar enganando, mas acredito que, se Jesus estivesse hoje na Terra, ele condenaria a vida exagerada e ostensiva dos pregadores do êxito e seus discípulos. ?Em sua vida e ministério, em seus ensinamentos e especialmente em sua morte, Jesus Cristo repudia o evangelho do êxito.

Os pregadores do êxito dão-nos uma visão deturpada de Deus, do Salvador, da vida cristã e da igreja. Segundo ele, a igreja de Jesus Cristo é um ajuntamento de pessoas felizes que desfrutam a vida. Segundo a Bíblia, a igreja é um ajuntamento de pessoas sofridas que procuram tornar-se santas na presença de Deus e úteis em um mundo necessitado. É claro que deve haver louvor e regozijo quando a igreja se reúne para o culto; mas também deve haver partilhamento de fardos, lenitivo para as ofensas e cura de corações partidos, Mas, de conformidade com o evangelho do êxito, os cristãos não deviam estar sofrendo de modo nenhum!

A igreja é uma família que se reúne para encorajamento, nutrição espiritual e disciplia. É um exército que se agrupa a fim de se preparar para a batalha e a fim de ouvir as ordens de Deus. É um rebanho que procura a proteção de Deus em um mundo perigoso, uma noiva que expressa devoção ao noivo celestial, um grupo de servos que procuram conhecer a vontade de seu Mestre. Reunimo-nos não para fugir da vida, com seu fardos e batalhas. É verdade que temos nossas horas de felicidade, mas não é esse o nosso alvo principal. Nosso objetivos são a santidade e a prestação de serviço; a felicidade é apenas um subproduto.

Quando a igreja prega a mensagem errada, provoca divisão e o ministério perde a integridade. Não podemos separar a mensagem daquilo que Deus é, do que Deus fez no Calvário, do que Deus está fazendo no mundo hoje e fará no futuro. Quando a pessoa fabrica o seu próprio evangelho, logo passa a praticá-lo, então começa a perder a integridade.

Lembre-se do processo descrito em 1Jo 1.5-10. Em primeiro lugar a pessoa mente para os outros e pára de praticar a verdade (v.6). Depois mente para si mesma e perde a verdade(v.8). Finalmente, começa a mentir para Deus e fazê-lo mentiroso; e o resultado é que a pessoa perde a Palavra divina (v.10). João deixou claro que o ministério exige integridade e que não deve separar o mensageiro da mensagem. Quando tal coisa acontece, tanto o mensageiro quanto a mensagem perdem a integridade.

Não é suficiente pregar a mensagem; precisamos pregar com motivos certos. "Pois a nossa exortação não procede de ...impureza"(1Ts 2.3). Certa versão da Bíblia diz "de motivos impuros". Paulo não se fez perito em agradar homens a fim de se tornar um pregador, nem explorou o povo a fim de se tornar um pregador rico. O motivo básico do seu ministério era agradar a Deus, e foi isso que lhe deus forças. Ele sabia que Deus testava o seu coração constantemente para ver se os seus motivos eram puros.

Henry David Thoreau escreveu: " Não há um cheiro tão mau quanto o que exala da virtude corrompida". E poucas coisas corrompem a nossa virtude como a ganância, o desejo de ser popular e o sentimento que toma conta do nosso ser ao exercermos poder sobre pessoas que nos oferecem a sua adoração idólatra. Quando nossos motivos são errados, nosso ministério é errado; e as consequências são trágicas para nós, para aqueles que nos seguem e para a igreja toda.

QUAL A NOSSA RESPONSABILIDADE COMO PREGADORES? Parte 1 - O evangelho do êxito

"Para o homem natural nada há de atraente no evangelho; só o homem convicto do pecado acha o evangelho atraente" (Oswaldo Chambers)

Os meios de comunicação, sempre tiveram muito o que dizer sobre pregadores e dinheiro e sobre pregadores e moral; mas pouco se falou sobre o problema real: os pregadores e a mensagem. As unicas pessoas que manifestaram sua opinião sobre este assunto foi: Jimmy Swaggart num de seus programas de televisão e Chuc Colson em uma palestra da Convenção de Livreiros Cristãos. No livro Reinos de Conflito, Colson, fez uma afirmação contundente:

" Os efeitos da pregação de uma falsa teologia podem ser desastrosos. Muitos atribuem a queda de Jim e Tammy Baker à ganância, à imprudência sexual ou à corrupção do poder. É claro que esses fatores contribuíram e muito. Mas a causa fundamental foi que, durante anos, os Bakkers pregaram um falso evangelho de promoção material...Tragicamente, os Bakkers iludiram-se acreditando em sua própia mensagem falsa".

Essa afirmação não está diferente do texto de Paulo em (1Tessalonicenses 2.3-5) " Porque a nossa exortação não foi com engano, nem com imundícia, nem com fraudulência; Mas, como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova os nossos corações. Porque, como bem sabeis, nunca usamos de palavras lisonjeiras, nem houve um pretexto de avareza; Deus é testemunha".

Nós os servos de DEus somos despenseiros divinamente ordenados "encarregados do evangelho". Isto é um grande privilégio, mas também solene responsabilidade. " Além disso o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel" (1Co4.2). Essa fidelidade contém pelo menos três elementos que precisam ser corretos:

  • a mensagem ("nossa exortação não procede de engano");
  • o motivo ("nem de impureza");e
  • o método ("nem se baseia em dolo").

Consideremos esse três elementos e vejamos como se relacionam com a crise que mergulhamos hoje.

A mensagem precisa ser correta. A mensagem correta é o Evangelho de Jesus Cristo, o Evangelho da Graça de Deus. Há apenas um Evangelho, que se centraliza na morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo. O Evangelho (Boas Novas) é "que Cristo morre pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras (1Co 15.3-4). Os pecadores que arrependem e confiam em Jesus Cristo são perdoados e recebem de Deus a dádiva da vida eterna (1 Jo 5.10-13).

Deus é de tal forma zeloso dessa mensagem que declara" anátema" todo aquele que pregar outro "evangelho"(Gálatas 1.6-9). Aqueles que mudarem essa mensagem, adicionando ou subtraindo algo, ou deturpando-a, são mestres falsos,, infiéis ao Senhor e correm o risco de sofrer o seu julgamento. A mensagem destes procede "do engano".

O moderno "evangelho do êxito" ajusta-se bem a uma sociedade como a nossa que cultua a saúde, a riqueza e a fidelidade. As pessoa que pregam esse evangelho mergulham vez por outra no Antigo Testamento para conseguir textos de prova, mas voluntariosamente rejeitam " todo o desígnio de Deus" (Atos 20.27). O evangelho do êxito é uma mensagem barata destinada às pessoas que procuram uma "solução rápida" para as suas vidas, mas não mudanças permanente no seu caráter.

A.W. Tozer expressou melhor essa idéia: " Parece que muitos cristãos desejam desfrutar a sensação de sentir-se justos, mas não estão dispostos a aguentar a inconveniência de ser corretos".

Por que estará Deus tão interessado em que preguemos a mensagem correta? Porque acredita na integridade, e um evangelho falso destrói a integridade. Para começar, a mensagem do Evangelho está vitalmente relacionada à própria natureza divina. Jesus não apenas salva; ele é o Salvador.

Quando mudamos a mensagem de Deus, mudamos o Deus da mensagem. O Deus dos pregadores do"êxito" não é o da Bíblia ou da igreja primitiva. É um deus manufaturado, umídolo. Lembra-nos A. W. Tozer. " A essência da idolatria é a consideraçãdo de pensamentos a respeito de Deus que são indignos dele".

O evangelho popular tenta levar-nos a crer que o maior interesse divino é tornar-nos felizes, não fazer-nos santos, e que ele está mais preocupado com a parte física e material do que com a moral e espiritual. O "deus do êxito" é um menino de recados celestial cuja única responsabilidade é atender a todos os nossos pedidos e assegurar que estamos desfrutando a vida.

À medida que ouço esses pregadores, algumas perguntas vêm-me à mente: Onde, na sua teologia, está o Deus de Abraão, que recebeu a ordem de sacrificar o seu único filho? Onde está o Deus de Isaque, que concordou em ser colocado no altar? Onde está o Deus de Jacó, cujos filhos trouxeram pesar e vergonha? Onde está o DEus de Moisés, que ficou fora da Terra Prometida porque despojou a Deus de sua glória? Onde está o Deus dos apóstolos, que foram presos, chicoteados e finalmente mortos por não se clarem a respeito de Jesus? Onde está o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, que sofreu como ninguém havia sofrido, "ferido de Deus, e oprimido" (Isaías 53.4)?

Não encontro esse Deus na pregação de muitos pregadores. Por quê? Porque ele não se encaixa na mensagem deles. Eles têm um evangelho sem integridade, uma mensgaem truncada, afastada do próprio Deus que dizem representar. Um evangelho parcial não é evangelho em absoluto, pois não pode haver Boas-Novas quando Deus é deixado.

Theodore H. Epp assistiu a um convenção na qual um bem-sucedido e popular pregador era um dos oradores. O Sr Epp tinha vontade de ouvir tão famoso orado. Portanto, de Bíblia na mão, foi à reunião.

Imagine a sua surpresa quando ouviu o orador afirmar (e aqui faço uma paráfrase): Os Senhores devem notar que não tenho uma Bíblia. parei de usar a Bíblia no púlpito. As pessoas não querem sermões; querem ouvir o que Deus representa para nós em nossoas vidas".

Tão desgostoso ficou o Sr. Epp que deixou o salão, foi para o seu quarto, caiu de joelhos e pediu a Deus que o perdoasse o ter ido àquela reunião, e até mesmo ter comparecido à convenção" FEz sua malas pagou o hotel e voltou para casa.

"Nossa tarefa não é dar às pessoas o que elas elas desejam", costumava ele me dizer "nossa tarefa é dar-lhes o de que precisam mas tentar fazê-las querer tal coisa". Para ele, ensinar a "palavra da verdade" era a coisa mais importante.

sábado, 25 de julho de 2009

Show, culto ou culto-show???

Show, culto ou culto-show???

Quando as pessoas batem palmas num culto é por que acharam bonita e emocionante a apresentação da música, como num show ou por que querem manifestar diante de Deus um estado de alegria, de adoração?

  • Por causa de minha atividade tenho visitado diversas igrejas e em diversos lugares, a situação parece estar generalizada. Palmas, ovações, gritos, etc. É só um músico dar um acorde mais evoluído, mais emocionante, para que todos aplaudam no culto das igrejas. Outro dia estava num culto onde iria pregar e assisti tudo isso. Confesso que, em certos momentos, eu não sabia se estava num show popular ou se num culto. É claro que podemos entender o fenômeno por diversos ângulos. Aqui segue uma maneira de encarar a situação.

  • Não estou aqui querendo reclamar de nosso espírito festivo como brasileiros, nem conclamar discussão sobre os Salmos que mencionam bater palmas no culto, mas me preocupa sempre a busca dos significados mais profundos do que fazemos, especialmente no culto. Ontem falei aos meus alunos de Filosofia da Religião sobre isso, mencionando que tem sido histórico o pregador pedir ao público para ficar de pé no momento da leitura da Bíblia e o argumento é que é uma reverência a Deus. Indaguei aos alunos que se estaremos ouvindo a Palavra de Deus – o nosso Rei – então não deveríamos ficar assentados, pois quando um rei fala, seus súditos devem ficar calados e assentados? Quando o súdito vai falar, é ele quem deve ficar de pé.

  • Assim, deveríamos ficar de pé apenas quando estivermos orando, confessando nossos pecados, cantando ao nosso Rei. Estes são os significados simbólicos por trás destes atos. 

  • Quando as pessoas batem palmas num culto é por que acharam bonita e emocionante a apresentação da música, como num show ou por que querem manifestar diante de Deus um estado de alegria, de adoração?

  • Você pode estar pensando que sou impertinente, mas minha preocupação é que tenhamos consciência mais precisa do que fazemos especialmente naquele ato significativo em que estaremos adorando ao nosso Deus, Criador e Salvador. Isso tudo para evitarmos cair no que o profeta Isaías advertiu: “... este povo se aproxima de mim, e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas tem afastado para longe de mim o seu coração, e o seu temor para comigo consiste em mandamentos de homens, aprendidos de cor.”

  • Em outras palavras, o culto se tornou um ritual, pois era somente rotineiro. As pessoas já não sabiam mais o significado das coisas. E, pior ainda, a vida delas já não representava mais aquele ato de culto, eram como sepulcros caiados.

  • A adoração deve ser fruto de uma vida consagrada, limpa, amorosa e não um mero ritual, um culto-show emocionante e fantástico.

 

Lourenço Stelio Rega

http://www.eclesia.com.br/revistadet1.asp?cod_artigos=982

"DEUS SE ARREPENDE"?

O internauta, irmão Walter Paulino me escreveu:

"Fala varão!!!

A Paz do Senhor!

Me dê uma luz aqui: Eu quero levar os meus alunos a raciocinar um pouquinho e quero propor a eles responder a seguinte pergunta:

"Qual (ais) as diferenças existentes entre o arrependimento de Deus e o arrependimento do homem?"

Eu estava seguro de que basicamente (digo basicamente porque a maioria é adolescente e não dá prá aprofundar muito...) a diferença estava em Deus se arrepender de algo que ele havia dito que faria e, pelo "consertar-se" do homem, ele não faria mais. Mas me deparei com o texto de Gn 6.6 e 1 Sm 15.35, pois nestes casos por exemplo, Deus já havia feito.

O que posso dizer a eles???

Inclusive é uma questão boa para ser explorada em seu blog, caso ainda não tenha falado, pois muita gente anda dizendo por aí que Deus não se arrepende.

Te aguardo "teacher".

Shalom"

"Varão" Paulino, vamos verificar, em primeiro lugar a aplicação do termo "arrependimento":

  • Este termo é empregado na Bíblia em relação ao homem e a Deus. Quando o termo está ligado ao homem, não se apresenta qualuqer dificuldade quanto ao entendimento, entretanto, quanto a Deus, merece um estudo mais pormenorizado.

  • Quando o homem peca e resolve mudar, retornando para Deus por ter transgredido à Sua Lei e Sua Vontade, o termo arrependimento é bem empregado e sua aplicação alcança guarida de fácil entendimento;

  • O arrependimento do do homem, conforme preceitua a Palavra de Deus, implica, não somente o fato dele cair em si, arrepender-se e sentir tristeza de coração, sobretudo, seu retorno a Deus;

  • Podemos tomar como exemplo o caso do Filho Pródigo: "Levantar-me-ei e irei ter com meu pai";

  • Isso é arrependimento humano, motivado por Deus;

  • A mesma palavra “arrependimento” (derivada do latim repoenitere) é usada nas traduções da Bíblia para designar tanto comportamentos humanos como atitudes divinas que são distintos em natureza, e que foram expressos por palavras diferentes nas línguas originais das Escrituras. O genuíno arrependimento humano para a salvação é descrito pelos termos hebraico shubh e gregos metanoeo (verbo) e metanoia (substantivo), que denotam uma mudança de mente, envolvendo tristeza, completo abandono do pecado e um sincero retorno a Deus;

  • Arrepender-se, é andar em sentido contrário àquele em que se vinha andando;

  • Já o arrependimento divino é expresso através das palavras hebraica naham e grega metamelomai, que não sugerem qualquer mudança intrínseca na mente de Deus, “em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1.17), mas apenas uma alteração em Sua atitude para as criaturas;

  • Neste caso, o emprego do termo é um "antropatismo"; isto é, atribuir à divindade sentimentos e modo de ser e adgir próprios do ser humano, para que desta maneira Deus se faça entender ao homem;

  • Trata-se de uma figura de linguagem comum na Bíblia Sagarada. É necessário, antes de tudo, considerar o contexto  bíblico geral sobre o caráter de Deus e os princípios elementares da Hermenêutica sagrada exarados no próprio texto bíblico;

  • Essa alteração é decorrente de uma mudança radical no comportamento humano, que acaba impedindo o recebimento por parte dos seres humanos de uma bênção divina que lhes fora prometida ou de um castigo divino que lhes deveria sobrevir;

  • O próprio Deus advertiu o Seu povo da condicionalidade de Suas bênçãos e de Seus castigos em Jeremias 18.7-10: “No momento em que Eu falar acerca de uma nação ou de um reino para o arrancar, derribar e destruir, se tal nação se converter da maldade contra a qual Eu falei, também Eu me arrependerei do mal que pensava em fazer-lhe. E, no momento em que um falar acerca de uma nação ou de um reino para o edificar e plantar, se ele fizer o que é mal perante Mim e não der ouvidos à Minha voz, então, Me arrependerei do bem que houvera dito lhe faria.”;

  • Esse princípio é claramente ilustrado na experiência dos antediluvianos e dos ninivitas. Em Gênesis 6.6 e 7 é dito que Deus “Se arrependeu” de ter criado a raça humana, não porque Ele houvesse mudado, mas porque os antediluvianos se haviam  degenerado a tal ponto que a única solução para eles seria a sua destruição (ver Gn 6.5). Por semelhante modo, Jonas 3.10 diz que Deus Se arrependeu do mal que tinha dito” trazer aos ninivitas, não porque Ele houvesse mudado,mas porque estes se converteram completamente de seus maus caminhos (ver Jn 3.5-9); 

  • Por outro lado, quando a Bíblia diz que Deus não é homem para que Se arrependa (ver Nm 23.19; 1 Sm 15.29; Sl 110.4; Hb 6.17), ela está descartando a possibilidade de haver qualquer mudança intrínseca na pessoa de Deus, que O levasse a ser injusto e desleal em Seu relacionamento com os seres humanos (ver Dt 7.9 e 10);

  • Por fim, o sentido de Deus "arrenpender-se" é, Deus sentir pesar pela ação pecaminosa deliberada e rebelde do proceder do homem e, deixar de fazer o que afirmou que faria ao homem, (abençoá-lo, sustar a bênção prometida, ou castigá-lo), por este mudar o seu proceder, voltando-se para Deus, ou deixando-o;

  • Em outras palavras, Deus é fiel e justo, e jamais deixará de recompensar as boas ações e de punir os maus atos, bem como de reconhecer todas as possíveis mudanças no comportamento humano.

Espero que estas singelas anotações possam auxiliar em suas atividades junto aos seus alunos.

Shalom