quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Entendo a Monarquia, Saul e Chamado de Davi – Parte 4

Davi – o início de seu exílio

Davi viu-se em maus momentos, teve que fugir incansavelmente do extremamente invejoso, rei Saul, que movido de fúria, pronunciou Davi como fora lei. Davi fugiu para os filisteus, buscando segurança. Tendo-lhe sido negado refúgio por Aquis, rei de Gate, Davi se dirigiu para a Adulão, onde quatrocentos conterrâneos de tribo se aliaram a ele. Tendo a seus cuidados tão numerosos grupo de pessoas, com o tempo ele faz arranjos para que alguns elementos de sua gente residissem em território moabita. Entre os conselheiros que associavam estava o profeta Gade.

Mesmo a intervenção de Jônatas não podia proteger permanentemente Davi. Tendo apenas o exílio ou a morte como alternativas, Davi, fugiu (21.20). Mais tarde, outros de seu clã, conforme já mencionamos, sem dúvida, temendo retaliação juntaram-se a ele no exílio. Com seu grupo heterogêneo, Davi quase sempre escondia-se de dia e viajava de noite para escapar de Saul. Os limites da Filístia, a parte montanhosa do sul de Judá, o Neguebe, Edom e Moabe foram fustigados pelos ataques de seu grupo. Às vezes ele atacava os filisteus, outras, o medo de Saul fazia-o passar um tempo com eles. As táticas de Davi com Saul eram defensivas, não agressivas. Por duas vezes teve nas mãos a vida do rei, mas recusou-se a matá-lo. Sua atitude para com Saul era de respeito e reverência por um líder ungido por Deus. Mesmo quando astutamente cortou um pedaço da roupa de Saul, arrependeu-se por ter insultado o governante (24.5s).

Saul, por outro lado, foi implacável na caçada a Davi. Apesar da constante ameaça dos filisteus, perseguiu compulsivamente Davi e seu grupo, a ponto de negligenciar suas responsabilidades reais. O estado de desequilíbrio mental de Saul tornou-se cada vez mais evidente: 1. Matou Abimeleque, que havia ajudado e consolado a Davi (21.1ss); 2. Executou um grupo de mais de oitenta sacerdotes com suas famílias (22.11ss).

A disposição de Davi em consultar o Senhor é prova de sua preocupação com o ministério sacerdotal. A narrativa registra isso logo após a chegada de Abiatar. Infere-se que foi por meio de Abiatar que Davi determinou a vontade Deus para suas jornadas e batalhas. A estola trazida pelo sacerdote fugitivo continha, provavelmente, as sortes ou outras formas de oráculos para adivinhação (23.6). Ao contrário do acesso direto de Davi à vontade divina, Saul tentava desesperadamente, mas sem sucesso, discerni-la por meio de sonhos, Urim e de atividades proféticas ( 28.6)

Saul - declínio e morte

O Saul que estava para enfrentar um ataque violento dos filisteus vindo do norte era um Saul desesperado e sem nenhuma palavra de orientação da parte de Deus. Samuel, desde há muito ignorado por Saul, não podia mais ser entrevistado. Saul voltou-se para Deus, mas não obteve resposta. Ficou aterrorizado. Ele tivera capricho de banir todos adivinhos e médiuns (28.3), mas em pânico consultou uma médium. [A cena misteriosa mostra Saul implorando fervorosamente um conselho do profeta a quem havia desobedecido vezes seguidas em vida]. Samuel é retratado tão destemido no além como nos dias em que estava na terra, trazendo do mundo dos mortos apenas uma versão mais mordaz do que anunciara em Gilgal (15.17ss): a desobediência de Saul lhe custara a coroa.

Se a cena de En-Dor estava cercada de mistério, a de Gilboa estava repleta de tragédia (31.1s) . Sem nenhuma misericórdia, os filisteus forçaram a batalha contra Saul e seus filhos. [Os mais jovens caíram primeiro, e Saul, ferido, pediu um golpe de misericórdia. Quando seu escudeiro se recusou a fazê-lo, Saul lançou-se a própria espada. Os filisteus costumavam pilhar seus inimigos mortos. Cortaram a cabeça de Saul] e tomaram sua armadura como troféu pelo triunfo sobre aquele que os atormentara por uma década ou mais. Os filisteus se alegraram com a morte de Saul e com vulnerabilidade de Israel. Mas ainda teriam de acertar as contas com Davi.

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