sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Entendendo a Monarquia, de Saul, Davi a Salomão – Parte 2

 

Salomão mantinha numerosa força armada. Em adição à organização do exército, segundo fora estabelecido por Davi, Salomão também empregava uma força de combate de 1400 carros de guerra e 12 mil cavaleiros, que ele postou em Jerusalém e noutras cidades de carros por toda a nação (2Cr 1.14-17). Isso à carga de impostos, exigindo um suprimento diário de cevada e feno.

 

Organização eficiente e administração sábia eram essenciais para a manutenção de um estado de prosperidade e progresso.

Os empreendimentos comerciais de Salomão trouxeram uma riqueza fabulosa a Jerusalém. Infelizmente, essa riqueza não beneficiou todas as classes em Israel.

 Salomão não aliviou a severa taxação necessária para sustentar os grandes projetos de construção. As pessoas comuns, na realidade, talvez tivessem menos conforto no reinado de Salomão que nos de Davi e de Saul. A tendência à centralização da riqueza, que provocara a ira nos grandes profetas do século VIII, começou no reinado de ouro de Salomão.

 Tudo isso revelava que Salomão estava perdendo o controle do império. A política externa de Salomão baseava-se em alianças de amizade, muitas vezes seladas por casamento, e na manutenção de um exército colossal. Entre suas esposas estava a filha do faraó, para quem construiu uma ala especial em seu palácio , (3.1; 7.8).

 

Essa aliança vantajosa testemunha tanto o prestígio de Salomão como a fraqueza do Egito, pois, embora os reis egípcios costumassem se casar com princesas estrangeiras, raramente davam suas filhas para não-egípcios. Como dote, o faraó deu a Salomão a cidade fronteiriça de Gezer (9.16).

 O Templo

Como legado mais duradouro e influente de sua era, Salomão construiu o templo de Jerusalém. Apenas durante esse período Israel teve a combinação de riqueza, governo centralizado e alívio de ataques inimigos necessária para completar um projeto dessa magnitude. Os recursos do reino de Salomão e os laços de amizade com a Fenícia (5.1) foram explorados ao máximo para prover uma casa de adoração. Artesões estrangeiros eram indispensáveis: 1) a vida pastoril dos israelitas não estimulava o artesanato; 2) a proibição contra qualquer réplica da deidade, Ex 20.4 tendia a limitar a atividade artística.

 

A Divisão da Monarquia

 

O glorioso reinado de Salomão termina de forma triste. Por trás das grandes realizações, da riqueza e do luxo da corte, estava a opressão do povo, com pesados impostos, com trabalhos forçados (corvéia), com perseguições políticas, com repressão, do mesmo jeito como o faraó tinha oprimido os antepassados no Egito (1Rs 4-5). Israel atinge com Salomão o seu máximo esplendor e entra no comércio internacional.

 

Mas junto com os mercadores estrangeiros vieram os cultos idolátricos (1Rs11.7) que desviaram o povo da fé em Javé. Por ambição, Salomão se deixou emaranhar em muitas tramas e Alianças que o corromperam (1Rs 11). Com o apoio dos profetas, o povo se revoltou contra essa situação.

 

Como Salomão tolerou a idolatria, Deus dividiu o seu reinado. Um julgamento divino desastroso teve início no reinado de Roboão, filho e sucessor de Salomão. Aias, um profetas, profetizou que Jeroboão, um eframita muito capaz, a quem Salomão havia destacado para supervisão dos grupos de trabalho provenientes do norte em Jerusalém (11.28), levaria as tribos no norte à independência. A palavra do profeta tornou pública a rebelião de Jeroboão que imediatamente fugiu para o Egito a fim de escapar da ira de Salomão, retornando após a morte dele.

 

Roboão x Jeroboão

 O encontro com Jeroboão ocorreu na antiga Siquém, local de muitas convocações históricas israelitas. O desejo de Roboão era de que as tribos do norte o reconhecessem como rei, ma elas queriam ser aliviadas das exigências opressoras de Salomão. Dando ouvido a conselhos insensatos de amigos ambiciosos, o arrogante Roboão anunciou que sua política seria ainda mais dura que a do pai. Assim liderados por Jeroboão, os israelitas declararam independência, invocando um antigo lema político nortista (1Rs 12.16).

 

As tentativas de Roboão impor suas exigências fracassaram. Os israelitas, entrementes assassinaram seu superintendente, Adorão, e uma intervenção profética impediu que suas tropas marchassem para o norte. Somente Judá permaneceu leal, embora Benjamim formasse parte do exército de Roboão. Deus usou o erro estratégico de Roboão para julgar Judá pela idolatria e pela opressão de Salomão.

 

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