sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Entendendo a Monarquia, de Saul, Davi a Salomão – Parte 1

Quem será o sucessor do rei Davi – Quem Davi nomeará sucessor?

 

 Se há algo que chama a atenção, que aconteceu durante o período monárquico, é a sucessão ensejada por Salomão ao trono de Davi.

 Apesar de, em Israel, a terra continuar instável crescia a apreensão do povo quanto ao futuro e, Davi não deu passos concretos para tomar essa decisão até o final da vida. O momento é de decisão. Davi já está com idade avançada, vitalidade decrescente, o que faz urgir a escolha de seu sucessor. Salomão nasceu, Absalão é o rebelde morto, Adonias é o mais velho dos sobreviventes, reivindicara fortemente o trono, alistando os apoios de Abiatar e Joabe, o sacerdote e o general de Davi. Adonias faz uma grande festa de coroação em Rogel. O profeta Natã reage e, com Bate-Seba, esposa favorita de Davi, pressionam o rei para que nomeasse Salomão como sucessor ao trono.

 

 

A glória de Salomão

  

Salomão reinou sem rivais em Judá e Israel (1Rs 2.1-46). O governo dinástico fora estabelecido. Por quase quatro séculos, os reis de Jerusalém seriam filhos de Davi.

 

Davi, apesar de seus lapsos morais, políticas controvertidas e incapacidade de comandar sua própria casa, deu a Israel um de seus "melhores momentos". Todos os reis seguintes foram avaliados de acordo com a semelhança com ele. Aliás, provas arqueológicas recentes indicam que estrangeiros empregavam a frase "casa de Davi" em referência os reis de Judá em Jerusalém. Os nomes ocorrem em paralelo com "rei de Israel" numa inscrição aramaica encontrada em Tel Dan. O texto aparentemente marca a vitória de um rei arameu sobre forças combinadas do rei de Israel e do rei da "casa de Davi".

 

Deve-se notar que o titulo dinástico de seu célebre ancestral. Essa é a primeira ocorrência de "Israel" em textos semitas já descobertos e a primeira menção do nome do rei Davi em alguma inscrição fora da Bíblia hebraica.

  

O reinado de Salomão foi apoiado por uma era de prosperidade econômica e política sem paralelos. Durante seu governo, Israel elevou-se a esplêndidas alturas e realizações pacíficas, como o governo de Davi testemunhara sucessos militares sem precedentes.

 

Sábio Mestre – Chamado Jedidias ( amado pelo Senhor) por Natã , Salomão teve o privilégio de ser o primeiro governante dinástico de Israel, assumindo o ofício sem nenhum poder carismático óbvio. Teve de Deus a oportunidade de escolha de dons (1Rs 3.5-14). Cônscio de suas pesadas e amplas responsabilidades pediu uma mente sábia para administrar o reino.

 

Aproveitou-se de todas as vantagens e contatos internacionais, de sua riqueza e da ausência de guerras para se dedicar a realizações literárias, o que podemos ver em sua coleção de provérbios e seu repertório de enigmas. Foi superior aos seus contemporâneos, árabes, cananeus e edomitas ( 4.29-34)e o tornaram o grande patrono da literatura sapiencial de Israel.

 

A sagacidade de Salomão tornou-se motivo de profunda admiração. A decisão dada pelo rei, quando duas mulheres contendiam por um único filho vivo, sem dúvida alguma representa apenas um exemplo dentre os casos que demonstraram a sua sabedoria. Quando essa e outras notícias passaram a circular por toda a nação, os israelitas reconheceram que a oração do rei, pedindo sabedoria, lhe fora respondida.

 

Salomão foi um rei que conquistou a simpatia de muitos povos em várias áreas. Recebera de seu pai, Davi, um legado substancial. Sua obrigação era controlar e fortalecer o governo centralizado para manter o império. Desconsiderando até certo ponto as tradicionais fronteiras tribais, Salomão estabeleceu distritos administrativos, sendo cada um responsável pela manutenção da corte um mês por ano (4.7-19), uma tarefa difícil.

 

Uma medida impopular adotada por Salomão, diz Lasor, foi arregimentar trabalhadores dentre as tribos. Teoricamente, os 30.000 israelitas envolvidos em projetos públicos (5.13-18) não eram escravos como os trabalhadores cananeus (9.15-22). Mas eles prezavam tanto a liberdade que não se submetiam sem reclamar. O assassinato de Adonirão (ou Adorão), superintendente dos trabalhos forçados, dá sinais da forte resistência contra as práticas rígidas de Salomão.

 

 

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