sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Como poderia um Deus Santo ordenar a Oséias que se casasse com uma prostituta?

 

Pastor João Luiz

Como poderia um Deus Santo ordenar a Oséias que se casasse com uma prostituta?

Ernandez Ribeiro (SC)

Abraços

Meu amado Pr Ernandez. Como vai?

Do ponto de vista de Oséias, olhando para trás para contemplar sua situação familiar, fica bem claro que, quando Deus lhe deu a ordem de casar-se com Gomer, filha de Diblaim, o Senhor sabia que ela seria infiel ao profeta, após seu casamento. De fato, a ordem do Senhor a seu servo significava uma determinação para que desposasse uma meretriz. Isso não significa necessariamente que Gomer já havia revelado sua tendência para a promiscuidade sexual, quando Oséias a namorava, nem que ela já fosse mulher de má fama, quando ele a tomou por esposa.

Está implícito em Oséias 1.3,4 que o profeta foi o pai de seu primogênito, Jezreel. Não podemos ter certeza a respeito da paternidade das outras duas crianças, Lo-Ruama e Lo-Ami, embora não haja uma indicação clara de que ele não as havia gerado também. Tudo quanto sabemos com certeza é que depois do nascimento delas, Oséias recebeu uma mensagem de Deus (Os 2.2-13), na qual os nomes das crianças relacionavam-se com a prostituição religiosa do reino do Norte.

Visto que o relacionamento conjugal de Oséias tencionava servir como comunhão entre Deus e Israel, poder-se-ia inferir com certeza que Gomer engravidara em um caso amoroso ilícito, e não com seu marido. O capítulo 3 indica com ênfase que ela havia desertado sua casa e abandonado Oséias, indo atrás de seu amante e, por fim, acabara como escrava (talvez como prostituta em um bordel), e quem desejasse comprá-la deveria negociar com a pessoa a quem ela se havia entregado. Que coisa!

O casamento infeliz de Oséias havia sido planejado por Deus mesmo, para servir de ilustração sumamente dolorosa da apostasia do reino do Norte, cujos cidadãos haviam abandonado o culto a Deus, para adorar os vários deuses das religiões degeneradas de Canaã e Fenícia. É claro que Deus sabia de antemão que Israel lhe seria ingrato nos séculos vindouros, mesmo quando o Senhor tomara essa nação para ser sua "esposa", segundo a aliança, cujo casamento ocorrera nos dias de Moisés, no monte Sinai.

Entretanto, por causa de sua maravilhosa graça, o Senhor suportou a infidelidade de Israel, recebeu de volta Seu povo, nas épocas de arrependimento e reavivamento, e manteve-se fiel a Ele,ainda que houvesse continua rejeição ao amor divino. O mesmo aconteceria a Oséias. Sua noiva era casta e pura, no início do casamento, mas depois se desviaria.

Portanto, Oséias interpretou e obedeceu as instruções que Deus lhe dera como ordem para celebrar um casamento infeliz, logo de início: "... vai, toma uma mulher de prostituições..." (Os 1.2), ainda que talvez não tenha usado termos tão chocantes, em sua conversa original, em resposta às orações do profeta, a respeito daquela jovem atraente por quem ele se apaixonara. Deus sabia muito bem o que havia no coração dela; no entanto, nada dissera a fim de dissuadi-lo antes que o matrimonio fosse celebrado.

Esse fato implica na linguagem de Os 1.2, à luz da presciência divina, e de Seu propósito eterno, que governa tudo, e permitiu, portanto, que esse casamento acontecesse. A infelicidade de Oséias deveria servir de parábola ao insucesso de comunhão de Deus com Israel.

Não se poderia encontrar uma ilustração mais eloqüente do que a infidelidade de Gomer contra seu piedoso marido.

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