segunda-feira, 14 de setembro de 2009

"A História Patriarcal" Gn 11.26 -22.19 - Parte 4

continuando

 

Na Ásia Menor, os hititas alcançaram proeminência. Falavam o indo-europeu, embora empregassem o sistema cuneiforme para escrevê-lo. Durante o final do terceiro milênio, haviam-se mudado para o centro da Ásia Menor, começando a ganhar ascendência entre as cidades-estados. Em c. 1550 a.C.,  criaram um reino na parte central e oriental da Ásia Menor, com a capital em Hattusa ( atual Bogazkale). Logo entram em conflito com o reino  hurrita de Mitani. Foi,  aliás, um prenúncio do que viria: o fim da Primeira Dinastia da Babilônia chegaria em 1530  a.C., não por meio de um poder mesopotâmico, mas de um assalto relâmpago de Mursilis I, um dos primeiros governantes do Antigo Império Hitita.

Entretanto, os hititas não foram capazes de estender o império por mais um século. Assim, pouco depois de 1500 a.C., a Mesopotâmia começava a emergir de um período conturbado. Uma nova ordem política estava tomando forma e logo provocaria lutas por um império mundial.

Voltando ao Egito, o Médio Império, tendo durado quase trezentos anos, foi o segundo período egípcio de crescimento cultural (c.2100- 1800 a.C.). Ele atinge seu zênite com a XII Dinastia.  A capital ficava, mais uma vez, em Mênfis, centro político entre o norte e o sul e terra reverenciada dos faraós do Antigo Império. Esse foi o período de grande prosperidade. A literatura e as artes atingiram níveis raramente igualados desde então, com abundância de literatura sapiencial e crônicas. Desse período vêm os textos de execração, fragmentos de vasos quebrados em que se escreviam os nomes dos inimigos do Egito. Para concretizar a maldição, os nomes dos inimigos eram escritos em vasos; os vasos eram virados de boca para baixo e esmagados.

O despedaçamento dos nomes escritos no vaso amaldiçoava, por associação, as pessoas com tais nomes. Esses nomes indicam que o Egito exercecia um leve controle sobre boa parte de Canaã .

Na Segunda metade do século XVII, o Médio Império declinou sob dinastias rivais. Com o país enfraquecido, povos estrangeiros vindos de Canaã        ( mais tarde chamada Palestina) e do sul da Síria infiltraram-se em seus domínios e por fim conquistaram o poder. Denominados hicsos, um termo egípcio que significa “chefes estrangeiros”, sua identidade exata ainda é muito debatida. A maioria era com certeza semita oriental (cananeu ou amorreu). Estabeleceram a capital no norte, na região do Delta. Por cerca de um século (c. 1650-1540 a.C.), durante o Segundo Período Intermediário, dominaram o Egito e partes de Canaã. É possível que durante esse tempo José e seus irmãos tenham descido para o Egito. A luta egípcia pela independência desse controle estrangeiro começou no sul, no Alto Egito.

Amósis, fundador da XVIII Dinastia, tomou Avaris e perseguiu os hicsos até a Palestina. Conquistou Saruém no sudoeste da Palestina (Js 19.6), o centro principal deles na região, após três anos de cerco. Livre novamente, o Egito decidiu que a melhor defesa seria uma boa ofensiva e se lançou a estender o império até a Ásia pela primeira vez. Essa estratégia conduziu a um conflito direto com os novos poderes já estabelecidos ali, precipitando uma luta pelo domínio do mundo.

 

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