quinta-feira, 30 de abril de 2009

"A PROFECIA VALE MAIS DO QUE OS PLANOS DO REI "

Pergunta de um blogueiro: "Pr João Luiz, fale da relação do templo com o profeta e a profecia e vice -versa. Fale do templo de Jerusalém. Como era a relação?" A profecia e o templo Uma palavra Antes da construção do templo de Jerusalém, as tribos tinham seus santuários, pequenos centros de encontros e assembléias, lugares onde o povo cumpria suas devoções. Assim, vemos Ana pedir a Deus um filho na peregrinação que fez ao importante santuário de silo, onde ficava a Arca da Aliança (1Sm 1.3-11). Outros santuários importantes eram: Dã(2Sm 3.10), Siquém (Js 24.1), Betel (1Sm 10.3), Gilgal (1Sm 11.14-15), Hebrom ( 2Sm 2.1). Bersabéia (1Sm 3.20), Ramá (1Sm 7.17), etc. No sistema tribal a religião era descentralizada. Não havia um templo oficial nem um sacerdócio único. Esses santuários eram muito importantes como centros de reabastecimento da memória do Êxodo e da consciência libertadora do povo. Caminhar para o santuário lembrava a caminhada no deserto. O santuário servia de refúgio para peregrinos e fugitivos (cf. 1Sm 21.2-10). Despertava sempre o lado místico e piedoso do povo de Deus. A peregrinação ao santuário era importante celebração (cf. Sl23.6;27.4) e acontecia três vezes ao ano, quando o povo era convidado para estar diante do Senhor (EX 23.14-17). Centros de culto religioso, os santuários arrecadavam oferendas e doações feitas pelos fiéis (1Sm 1.24). Podia haver abuso das pessoas a quem eram confiados, como no caso dos filhos de Eli e dos filhos de Samuel. Inicialmente, os santuários serviam de depósitos de cereais para o período das secas. O que depositavam estavam sob a proteção de Deus. Com o tempo, foram depositados também objetos de valor e os santuários foram acumulando riquezas. O tesouro do santuário de Siquém serviu para financiar a aventura monárquica de Abimeleque (Jz 9.4). Davi percebeu a importância de um “templo oficial”, que facilitasse a unidade do país dividido entre Siquém e Hebrom. Levou, então, para Jerusalém a Arca da Aliança (2Sm6), o mais importante símbolo religioso israelita, aceito por todas as tribos (1Sm 4.4-5;Js 18.1). Jerusalém se torna, assim, o mais importante santuário de Israel. Seu plano de construir um templo não foi adiante por causa do profeta Natan (2Sm 7.4-7). Com a construção do templo, no reinado de Salomão (1Rs6-7), as romarias e peregrinações para as festas , às quais ninguém “poderia ir de mãos vazias”(Ex 23.15), concentraram muita riqueza em Jerusalém. Com esse dinheiro, Salomão promoveu atividades comerciais internacionais (1Rs 9.26-28). Foram levados bois, ovelhas, trigo, vinho, óleo e frutas como dízimo ou oferenda (Ne 10.33-40; cf. 1Rs 5;8.62-63). A venda das oferendas acumulou ouro e prata no templo (2Rs 12.5-6). Como a Lei garantia o juramento feito diante de Deus (Ex 22.7), qualquer transação comercial era feita no templo. Centro de peregrinações, casa de oração, celebrações e bênçãos, lugar do culto e de louvor a Deus, o templo foi, ao mesmo tempo, mercado, banco, casa de câmbio e cartório. Assim é que, sendo casa de Deus, acabou tornando-se também covil de ladrões. Os profetas perceberam e denunciaram essa contradição. Condenaram o que, para o povo, era lugar santo e casa de Deus onde as leis e os mandamentos estão sendo desrespeitados!? Os profetas, como Jeremias (Jr 7.1-27) e Amós (Am 4.4-5;5.21-25), denunciaram a falsidade do culto que encobria a injustiça e não agradava a Deus. Nunca houve muita harmonia entre a profecia e o templo. Muito ao contrário. O clamor profético sempre se ergueu contra um culto guarnecido de exterioridades, mas vazio de verdadeiro espírito de justiça e de fidelidade a Deus que, por isso, se tornava abominável aos olhos do Senhor. Jesus, o profeta por excelência, se insere na corrente profética de Amós, Miquéias, Jeremias, Isaías e outros. É preciso remover a falsa segurança dada pelo templo e buscar a verdadeira religião libertadora. Chegará o tempo, disse Jesus, em que não se adorará Deus em santuários mas em espírito e verdade (Jo 4.19-26). Depois de expulsar os vendilhões do templo, ele próprio identificou seu corpo com o verdadeiro templo (Jo 2.14-22). No julgamento do Sinédrio, a maior acusação feita contra ele é que falara mal do templo ( Mt 26.61), a mesma acusação feita contra Estêvão (At 6.13).

6 comentários:

  1. Eu considero que haja nos dias de hj, mta coisa ainda por ser mudada nos cultos a Deus, pq muitas vezes por que~stão de liturgia,~não nos pode ser oferecido o banquete que o Senhor nos deseja oferecer... as vezes ateh há a sensibilidade por parte do dirigente do culto, mas a liturgia muitas vezes acaba falando mais alto que a voz do Espírito Santo.
    Sei também da necessidade de se ter essa liturgia, mas bom seria q o culto a Deus tivesse como dirigente o Espírito Santo, mas por causa da dureza do nosso coração e do emocionalismo, a que alguns estão sujeitos, essa liturgia se fez necessária, e isto é lástimavel.

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  3. ae vai o meu questionamento.... será q como em 1Samuel 8 o povo de Israel pediu o comando de um rei humano, e assim "destitui" Deus de seu cargo, deixando de o reconhecer como unico e suficiente governante sobre suas vidas, é assim comos nós hj, nos deixando governar por costumes humanos e assim dizendo q n necessitamos do governo Deus, pq o governo dele "atrapalha" a nossa rotina???

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  4. Minha queria irmã Gigi : "dissestes bem".
    Lamentavelmente é de fato o que aconteceu com os Israelitas no período que antecedeu a Monarquia.
    O problema não estava em que eles desejassem um rei, mas, no fato de que, estabelecido o rei, nele, de maneira inadvertida, arrogou-se,as prerrogativas divinas. Sendo assim, Deus foi "banido" do governo, tendo, o rei humano, como você mesma grifa,preterido a direção divina.

    Quanto a "Liturgia", ela é necessário. Infeleizmente, muitos não sabemos fazer o devido e correto uso da liberdade do espírito e do Espírito no culto.
    Já de longas datas, isso foi problema sério enfrentado pelos apóstolos nos tempos bíblicos e na época da Igreja em Corinto.
    Não justifica o fato de que, por alguns não saberem fazer uso de tal liberdade, os líderes "proibírem" (se é que seja possíel)a manifestação do poder e glória divinos no seio das igrejas.
    Temos que considerar; todo excesso faz mal! É fato!
    Infelizmente quem acaba sofrendo com isso é a Obra de Deus.
    Nós os líderes, muitas vezes, proibindo certas manifestações, impedimos de muitas bênçãos de Deus caia sobre o povo dEle.
    Concordando ou não com as manifestações, o fato é que temos de admitir: " Agindo Deus quem impedirá?".
    Por outro lado,"pastores", tem medo dessas manifestações, também porque suas vidas estão comprometidas com coisas escusas, daí a preocupação de que seja revelado o "Acã" no meio do povo.
    Que o Senhor nos ajude minha irmã e, oremos mais e melhoremos nossa vida espiritual e comunhão com Deus.

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  5. na verdade eu acredito que seja possivel i impedimento de tal poder, pelo que o próprio Deus nos diz em sua palavra no primeiro livro do profeta e juiz Samuel capitulo 8 versiculo 7. Deus manda Samuel ouvir a voz do povo e conceder-lhe um rei. ou seja, creio q o Senhor nos dá a opção de querer te-lo como dirigente, ou nos deixar dirigir pelos costumes; pq de outra sorte Deus n teria levantado profetas pra falarem contra o templo e contra os sacedortes, apenas teria manifestado seu poder.
    estou certa?

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  6. Querida Gigi, a querida irmã está equivocada!Você não pode confundir impedimento do homem em relação a ação de Deus!
    "Ninguém pode IMPEDIR o agir de Deus sob quaisquer circunstâncias". Onde fica, pois, a soberania de Deus?
    A razão pela qual Deus levantou profetas é para que eles O representasse diante do povo. O profeta é o porta voz de Deus! O homem pode, até determinado ponto, "retardar" a operação de Deus, "adiar". Isso não quer dizer que o homem tenha este poder, mas que Deus está dando a ele tempo para arrepender-se!
    Quando Deus resolver usar sua VONTADE SOBERANA, quem pode dizer não??

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