quinta-feira, 23 de abril de 2009

TRIUNIDADE DO HOMEM: ESPÍRITO, ALMA E CORPO!

Esclarecendo dúvidas e respondendo perguntas ..... A triunidade do homem Para os tricotomistas, o homem é constituído de corpo, alma e espírito. O conceito do homem tripartido originou-se na filosofia grega e recebeu considerável apoio dos “pais” da igreja grega ou alexandrina (Clemente de Alexandria, Orígenes, Gregório de Nissa. Segundo esta teoria, o corpo é a parte material da natureza humana; a alma é o princípio da vida anima; e o espírito é o elemento humano racional, imortal, relacionado com Deus. O corpo humano No hebraico temos: רשב “basar” ; ןטב “beten”; לוא “‘ûl”; היוג “gewiyah” ; ףג “gap”; ראש “sheer”; םישג “geshem”. No grego temos: σωμα “soma”; χρώς “crós”; πτωμα “ptoma”. O corpo é o aspecto consciente do mundo em nosso ser. O aparelho sensorial que Deus nos deu – visão, tato, audição, olfato e paladar, sendo controlado pelo sistema nervoso – fornece-nos consciência de nosso ambiente físico. É principalmente através dessa via que comunicamos com nosso meio ambiente. Nosso apetites corporais fazem parte de nossa formação fisiológica e psicológica. Deus criou o corpo humano bom, para que servisse de habitação ao Espírito Santo. Algum dia será ressuscitado e quando isso acontecer o homem receberá novamente seu corpo que outrora estivera na sepultura ou túmulo aguardando este dia, sendo os salvos um corpo glorioso em vários sentidos , Rm 8.11; 1Co 15.36 -54. Os não salvos, por ocasião da ressurreição receberão um corpo sem glória, objeto, em que sofrerão pela eternidade. Compreender o corpo humano e o valor que Deus lhe dá é da mais alta significação, para termos um comportamento ético apropriado. O corpo foi criado para nunca morrer, no entanto, o pecado adentrou no mundo( Gn 3.1-7) e como conseqüência o homem perdeu a glória que tinha, ganhando a morte como recompensa pela sua desobediência, Gn 3.19; Ec 12.7; Rm 6.23. Quão bondoso é o Senhor nosso Deus! Para que o homem não perpetuasse seu corpo como eterno e vivesse para sempre caído, Deus o expulsou do Éden, Gn 3.22,23, evitando assim que este comesse da árvore da vida. Como crentes, não devemos permitir que os apetites corporais nos governem o comportamento; antes, mediante o exercício da disciplina, devemos tornar nossos corpos instrumentos úteis a Deus, Rm 6.13; 1Co 927. Conforme Salomão escrevera em Eclesiastes, o corpo morre Ec 3.19,21; 9.5,6; 12.7a. A alma humana No hebraico temos: שפנ “nepesh”. No grego temos: ψυχή “psuche”. As duas facetas de nossa natureza espiritual – alma e espírito – estão intimamente vinculadas e são virtualmente inseparáveis; não obstante, são usadas em caminhos suficientemente distintos para notarmos a diferença. Pode-se dizer que o termo “alma” é usado teologicamente para denotar o próprio “eu”, particularmente em relação à vida consciente, aqui e agora, Ap 6.9. A alma humana provê a nossa autoconsciência. É a alma que torna o indivíduo uma personalidade genuína, dotada de características ímpares. As faculdades da alma, comumente consideradas, são: intelecto, emoções e vontade. Juntas, essas qualidades compõem a pessoa real Elas dão uma consciência interior da própria pessoa, e ligam o espírito ao corpo. Isso governa a personalidade total. Analisando com cuidado as Escrituras, verificamos que a palavra alma aparece com vários sentidos, tanto figurado como por sinédoque. Diante desse fato, faz-se necessário muito cuidado quando da interpretação das passagens que referem-se a alma, pois, não atentando, poderemos cometer falhas e falsas interpretações, o que acarretará erro teológico, originando falso ensino, como vemos em muitos casos. As “Testemunhas de Jeová”, conforme afirma o Reverendo e Pr Antônio Gilberto, dizem que “alma vivente” em Gn 2.7, quer dizer “corpo vivente”, e que, quando o corpo morre, nada mais resta do homem. Enganam-se pois, os TJ’s na análise desta referência, demonstrando não possuírem sequer uma noção do hebraico, pois, “alma vivente” em Gn 2.7, quer dizer “alma viva”, isto é, feita vivente. Isto quer dizer que “Deus formou o homem com tudo que o constitui, inclusive a alma, mas tudo estava inerte até o momento em que Ele soprou o espírito, o fôlego da vida, a energia divina, e então o homem tornou-se alma vivente, Sl 66.9. A alma vivente deu dinamismo ao corpo.” Uma das composições do homem é o elemento corpo como vimos no tópico anterior. A natureza física é algo que temos em comum com os animais e as plantas. A diferença é de grau, já que os homens têm estrutura física mais complexa. A Segunda parte da pessoa humana é alma. Esse é o elemento psicológico, a base da razão, da emoção, das relações sociais etc. Pensa-se que os animais têm uma alma rudimentar, muito inferior à do homem. A mesma palavra para alma é empregada no caso dos animais, Gn 1.20,21,24,28. Os animais são constituídos apenas de vida física, a alma acaba ao morrer o bruto. Quanto ao homem, sua alma é imortal. Quando Deus criou os animais, disse: “Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie. E assim foi’. Gn 1.24. Já na criação do homem disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem conforme a nossa semelhança” Gn 1.26. Sem dúvida está aqui uma revelação de um ato especial de Deus numa participação da Trindade. Os animais agem principalmente pelo instinto; fazem tudo instintivamente. Por conseguinte, são amorais. Não são capazes de ter comunhão com as pessoas. Um cão pode mostrar-se leal para com seu dono, e até uivar diante do sepulcro de seu proprietário, mas não pode entrar nos sonhos, planos e aspirações de seu senhor. Nós, porém, podemos compreender e entrar nos planos e propósitos de Deus, quando exercemos as qualidades de nossa imagem moral. Assim podemos ter verdadeira comunhão com Ele. O poder de escolher um alvo para a vida é faculdade exclusiva do homem; e isto é outro característico que distingue e distância o homem dos animais. O homem pode e deve ter dois objetivos na vida: o imediato e o mediato. Os animais não têm objetivo mediato. Não lhes é possível pensar em alguma coisa tendo outras de permeio. O alvo deles é sempre imediato. Por exemplo, um animal: - objetivos imediatos a) Se um animal come é para matar a fome que sente b) Se bebe água é para saciar a sede que o incomoda c) Se dorme é para descansar o corpo fatigado Já o homem, porém, pode e deve comer, beber e dormir não simplesmente para satisfazer às suas necessidades fisiológicas, mas para que esteja em condições de desempenhar sua missão na terra, atingindo, assim, o alvo que tem diante de si. Enquanto o animal é impelido, o homem é atraído, é chamado, é convidado por aquilo que tem como alvo na vida. A alma do homem explora o exterior recebendo impressões do mundo por meio dos sentidos: a) Não é o tecido material b) Não são as vísceras c) Não são os músculos d) Não são os nervos Na alma está a sede das emoções, intelecto, desejos, sentimentos, vontade etc. É ela que peca e leva o corpo e o espírito a sofrer consequências disso Ez 18.20; 1Co 5.5. Morrendo o corpo a alma sobrevive Gn 35.18; Ap 6.9,10;20.4; Dt 34.6; Lc 9.30; Gn 25.8,9 Lc 16.22,31; Mt 11.29; Dt 6.5; 14.26; 20.16; Jó 14.22; Sl 42.1-6; 84.2 ver também Ez 32.17-32 e Lc 16.22 O espírito humano No hebraico temos: חור “rûah” . No grego temos: πνεϋμα “ pneuma”. É a substância espiritual, viva, inteligente, imaterial, invisível, sem carne e ossos como conhecemos materialmente (Lc 24.39). Ele habita no corpo e age por meio dele. Não se submete, naturalmente, a uma análise, como o corpo, pelo que só nos é possível julgá-lo pelas as suas , manifestações. A sede da razão e da moral está: a) no espírito b) como também o intelecto c) a vontade d) pensamento e) consciência É ao intelecto que o homem deve a faculdade de: a) julgar b) recordar c) imaginar d) raciocinar e) é dever do intelecto julgar bem os fatos. E à afeição a faculdade de: a) sentir dor b) sentir prazer b) ódio E à vontade ele deve a faculdade de: a) escolher b) rejeitar c) aceitar d) seguir o seu destino e) por em prática as deliberações tomadas. O espírito é, por assim dizer, a energia divina que Deus soprou no homem para que vivesse a sua alma. Ele identifica o homem e dá-lhe consciência de Deus. Só o homem possui espírito, Jó 12.10b. O espírito é também a sede da adoração a Deus, Jo 4.23,24; Rm 8.16; 1Co 14.15; 5.5; Jó 32.8. Ele, ainda, representando a natureza suprema do homem, rege a qualidade de seu caráter. Aquilo que domina o espírito torna-se atributo de seu caráter. Pv 16.18. A alma e o espírito são distintos, mas, inseparáveis, Hb 4.12; Jó 12.10; 27.3. Como o homem tem vontade própria, um atributo do espírito, é ele um ser moral, responsável por seus atos e conduta, Jo 3.16,17; Rm 7.18; 1Co 9.17; Ap 22.17. A alma e o espírito, do ponto de vista de Hb 4.12, não são idênticos ou uma coisa só. Quem afirma que não há diferença entre corpo e alma, então também, afirma que não há diferença entre corpo físico e natural de agora e o da ressurreição. Convém analisar o texto de 1Co 15.44 no original (gr). a) corpo natural - soma psuchikon = corpo alma = corpo humano – 1Co 2.14 b) corpo espiritual – soma pneumatikom = corpo espírito - Jo 20.7,19,26 Pelo corpo utilizamos os sentidos físicos, os quais são cinco. Quanto a alma, ela se utiliza do intelecto e das emoções resultante dos sentidos e, o espírito nos proporciona a comunhão com Deus. É necessário muito cuidado quando da análise das passagens bíblicas, que por vezes mencionam alma e espírito indistintamente. Compare EC 12.7 e Mt 12.28; Ap 6.9 e Hb 12.23; Lc 8.55 e At 20.10. Jesus como homem, tinha corpo Hb 10.5; Mt 1.21; alma Mt 26.38; Jo 12.27 Is 53.11; espírito Lc 23.46; Mt 27.50. CONCLUSÃO. Existem muitos escritos e teses concernentes a doutrina tricotômica do homem. Filósofos , influenciados por idéias humanas, até mesmo diabólicas, tentaram dissuadir os pais da igreja, intentando fazê-los crer que o homem somente possui corpo e alma. Teólogos liberais, também não hesitaram em dar seu parecer baseados nas idéias de Sócrates, Platão e outros. Graças a Deus, temos o Espírito Santo em nossas vidas, e este testifica com nosso espírito as verdades e doutrinas fundamentais das Sagradas Escrituras.

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