domingo, 31 de maio de 2009

" TOMAI TODA A ARMADURA DE DEUS"

Texto: Efésios 6. 10-17
Um Internauta que não se identificou, mas me enviou um post como anônimo, pediu para dar um pequeno "lampejo' sobre o texto de Efésios 6.10-17.
Aí está meu amado "irmão" Internauta, anônimo! Que Deus te abençoe e sejas instruído com este singelo comentário..
Éfeso era um importante porto na costa oeste da Ásia Menor, localizado perto da atual Izmir. Efésios revela o ‘mistério’ da igreja como nenhuma outra epístola. A intenção ‘secreta’ de Deus é revelada nos seguintes pontos: 1- formar um corpo para expressar a plenitude de Cristo na Terra; 2- fazer isso unindo as pessoas, tanto os judeus quanto os gentios, dentre os quais Deus habita; 3- equipar, habitar e amadurecer seu povo a fim de que eles estendam a vitória de Cristo sobre o mal.
Em efésios Cristo é revelado das seguintes maneiras: I- Ele é o redentor – aquele em quem e por quem a história será definitivamente consumada; II- Ele é o pacificador que reconciliou o homem com Deus; III- Ele é o tesouro em que são encontradas as riquezas inescrutáveis da vida; IV- Jesus é o doador dos dons do ministério à sua igreja; V- Ele é o marido modelo, dando-se sem egoísmo para realçar sua noiva; VI- Ele é o Senhor, poderoso na batalha, o vencedor.
Enquanto estava preso em Roma, por volta de 62/63 d.C. , Paulo escreveu Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemon, confinado e aguardando julgamento. Escreve esta carta e envia através de Tíquico. Ele esta algemado a um soldado romano às 24 horas do dia. Então usa a figura do soldado para falar do "soldado de Cristo". Na carta aos Efésios Paulo estabelece padrões:
1. Para a vida pessoal. Efésios 1.3 - Efésios 2.13 2. Para a vida na comunidade cristã. Efésios 4. 6 e Efésios 5. 1-2 3. Para a vida familiar. Efésios 5. 22, 25 e 6. 1
Efésios 6. 10 “No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do”seu poder..." São palavras de despedida. Presente imperativo v.10 "Fortalecei-vos": Não podemos ser fortalecidos por nós mesmos. Não somos fortalecidos uma vez e pronto. É um fortalecimento contínuo. Minuto a minuto. João 15. 1-5. “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado.Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”. Sem Jesus o crente não consegue este fortalecimento.
1. POR QUE ESTE FORTALECIMENTO É NECESSÁRIO?
Porque o conflito a ser enfrentado é muito grande. v.11 “Tomai toda armadura de Deus...”
A armadura completa inclui escudo, espada,lança, elmo, e couraça. Armadura de um soldado era freqüentemente uma amostra de esplendor.(grande brilho,magnificência, grande brilho da luz) O texto indica que Deus é quem providencia a armadura. A palavra grega tem sentido militar indicando assumir um posto de vigia.Também indica ficar e sustentar-se numa posição crítica durante a batalha. A palavra indica ainda uma luta corpo a corpo.
A luta não é contra forças humanas, mas malignas. V.12 “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.”
A ordem em que às peças são descritas, é a mesma que o soldado usava para vestir sua farda. v.13 "Portanto, tomai toda a armadura de Deus..." A palavra era usada como um termo técnico militar descrevendo a preparação final necessária antes do início da batalha, com o propósito de ficar firme contra. Embora a palavra possa significar chegar à vitória, aqui significa “ter feito tudo o necessário” e tudo o que a crise exige para rechaçar o inimigo e manter a posição.
A. O cinto. Efésios 6.14. “Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça;” Os soldados romanos usavam de um a três cintos para prender a espada e para proteger a região abdominal do corpo. O cinto não fazia parte da armadura, mas servia para amarrar a roupa. Cingir-se é um ato preparatório para realizar algum trabalho.
Ilustração de Lucas 12. 35 “Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas as vossas candeias. - E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier, e bater, logo possam abrir-lhe.”

Cingir-se de que? Da verdade.Verdade igual à integridade. Sinceridade. Jó 1. 8 “E disse o SENHOR a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? “Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal.”

B. A couraça da justiça. Efésios 6. 14b. Couraça = A palavra denota uma peça da armadura que pode indicar qualquer coisa que, a qualquer tempo, protegesse o corpo entre os ombros e os lombos. O soldado romano mediano usava uma peça de metal, mas aqueles que podiam pagar usavam a melhor disponível. O que é justiça? É dar a cada um o que cada um merece?

Só Deus sabe fazer isso! Qual deve ser nosso alvo? Sermos justos / honestos com os outros. Mateus 5. 37 “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.” Ao falar sobre os outros, ao agir diante dos outros. C. As sandálias. Efésios 6. 15 “E calçados os pés na preparação do evangelho da paz;” Pode ser referir à caliga um forte e pesado sapato usado pelos soldados romanos, ou ao calceus um sapato menos grosseiro que era usado pelos oficiais.

Haviam pregos nas solas das sandálias do soldado romano para dar firmeza. Vejamos João 16.33. Precisamos de firmeza. “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” "Deixai que o evangelho da paz, como sapatos em vossos pés, para dar firmeza". A idéia é: Estar pronto para atacar com o Evangelho. Para colocar o evangelho sempre que as oportunidades surgirem. Seja um mensageiro da paz que os corações necessitam.

D. O escudo. Efésios 6. 16 “Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno”. Refere-se ao escudo grande retangular. È o scutum dos soldados romanos que tinha uma estrutura metálica e, às vezes, uma massa de metal no centro. Frequentemente as várias camadas de couro eram ensopadas e socadas na água antes da batalha, a fim de apagar os dardos incendiários do inimigo. Cobria todo o corpo. Na ponta das flechas havia combustível e fogo. Alguns escudos eram protegidos por couro. Quais as flechas lançadas contra nós hoje? Impureza, medo, dúvida, língua mal dizente.A fé é a arma invicta. Nunca perde.

E. O capacete. Efésios 6. 17 “Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;”
Uma proteção ao redor da cabeça, elmo, capacete. O soldado romano usava um elmo de bronze, equipado com protetores para o rosto. O elmo era um item decorativo e caro que tinha por dentro uma camada de feltro ou esponja que tornava suportável carrega-lo. Nada mais leve que um machado ou martelo pesado poderia quebrar um elmo pesado. A salvação que temos em Cristo é a nossa grande proteção. Perdoa os pecados passados. Protege de pecados futuros.
F. A espada. Efésios 6.17b. “e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;” É a Palavra de Deus. Conforme Hebreus 4. 12 “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.

sábado, 30 de maio de 2009

"O ESPÍRITO SANTO E OS DONS ESPIRITUAIS - PARTE I

Texto Bíblico 1Co 12.1-10
Introdução
A beleza de uma noiva está nos seus adornos. Assim a beleza da Igreja está nos dons espirituais que o Espírito Santo traz e distribui entre os seus servos, pois através deles, ela é envolvida pela glória de Cristo.
A experiência do batismo com o Espírito Santo introduz o crente em uma nova dimensão da vida cristã, criando condições excepcionais para a edificação, o testemunho e a vitória da igreja. Naturalmente o que se segue, isto é, após o batismo com Espírito Santo, são os dons espirituais, verdadeiros presentes do amor que Cristo oferece e autorga à Noiva.
Os dons espirituais não são virtudes, talentos ou habilidades humanas. Não são recursos ou esforços terrenos. São privilégios, dádivas do Espírito Santo à Igreja de Cristo, através dos crentes batizados com o Espírito Santo, Atos 19.6.
A - A CLASSIFICAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS.
Dons espirituais são capacidades que Deus concede aos crentes para que O sirvam. Don espiritual é uma concessão especial e sobrenatural de capacidade divina na pessoa humana para serviço especial na execução do propósito divino através da Igreja.
Cada crente tem pelo menos um dom. “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” 1Pe 4.10.
O capítulo 12 de 1 aos Coríntios apresenta nove dons. A saber.
Paulo trata de dons espirituais, analisando-o num contexto de divisões e frouxidão moral numa igreja a qual nenhum dom faltava. 1Co 1.7
I. DONS DE SABER - 1Co 12.8,10
Esses dos manifestam a multiforme sabedoria de Deus,
Estes dons operam como olhos espirituais da Igreja, da parte de Deus e ao mesmo tempo com a mente de Deus através da Igreja.
1. A palavra da sabedoria.
Este dom destina-se à tarefa de dirigir, administrar, solucionar problemas e ganhar almas, Ec 10.10;Tg 1.17; At 6.3,10; 15.28; Pv 4.7-9; 1Co 2.6-10. Estêvão era cheio desse dom.
2. A palavra da ciência.
Revela as profundezas de Deus, o conhecimento sobrenatural dos mistérios divinos, At 13.1; 14.9; Jo 2.25; At 9.10,11,12,18; 26.24,25.
3. O discernimento de espíritos.
Revela a verdadeira fonte e natureza das manifestações espirituais. Identifica, previne, discerne, percebe, vê e esquadrinha. At 5.1-11; 8.19-21. Esse dom operou em Pedro. Lembremos de Simão, o Mago com fingimento.
II. DONS DE PODER - 1Co 12.9,10
Esses dons manifestam o poder de Deus. Eles operam como as mãos espirituais da Igreja, da parte de Deus.
1. A Fé. Excelentes para grandes empreendimentos, para momentos de perseguição e para a obra de intercessão, At 4.18-20. “Não falar e não ensinar”.
2. Dons de Curas. No plural, devido a multiforme manifestação divina para eliminar enfermidades. Abrem uma fonte de saúde e bem estar. At 9.34,35. Enéas estava enfermo havia 08 anos
3. Operação de Maravilhas. Revela o poder de Deus para coisas absolutamente extraordinárias e miraculosas, At 9.40; (a ressurreição de Dorcas) 19.11,12(a ressurreição de Êutico); 20.9.
4. Em Jesus esses dons operam em sua plenitude. At 2.22 a) “maravilhas” = demonstração de poder (dunamis) b) “prodígios” = operações de maravilhas (teras) c) “ sinais” = sinal comprovador, autenticador (semeion)
III. DONS VERBAIS – 1Co 12.10 Esses dons manifestam a mensagem de Deus. Eles operam como a boca espiritual da igreja, da parte de Deus.
1. A profecia. O dom de profecia é o que comunica a mensagem de Deus ao crente ou à Igreja. A profecia não se destina a orientar assuntos particulares das pessoas, como casamento etc. A profecia é para exortar edificar e consolar, 1Co 14.3. É um dom muito desejado, mas muito melindroso, e distinto do dom ministerial de profeta, citado em Ef 4.11. A assembléia de Atos 15, tinha a presença de profetas, entretanto quem dirigiu foi Tiago,v.13.
2. Variedade de Línguas. As línguas estranhas na Igreja neo-testamentária podem ser sinal e dom. Elas podem ser sinal do batismo com o Espírito Santo (At 2.4; 10.46 ) ou podem ser as línguas variadas do dom. As línguas estranhas abrem um novo caminho ao crente para sua vida de oração, adoração, intercessão, glorificação e edificação pessoal.
3. Interpretação de línguas. Este dom revela o mistério contido nas línguas estranhas. Às vezes os dons de variedade de línguas e interpretação de línguas correspondem ao de profecia e produzem um motivo especial de louvar ao nome do Senhor Jesus, 1 Co 14.5.
B - O PROPÓSITO DOS DONS ESPIRITUAIS.

Deus nada faz sem propósito definido. Logo, há importantes propósitos nos dons espirituais. Eles se destinam a: 1. Glorificar a Pessoa de Cristo, Jo 16.14. 2. Revelar a Igreja como corpo de Cristo, manifestando sua unidade espiritual. 3. Equipar a Igreja para a gigantesca tarefa de evangelismo mundial, Mc 16.20; Rm 15.19,29. 4. Promover a edificação universal da Igreja, 1Co 14.3,12,26. 5. Tudo “o que for útil”, como superar e neutralizar heresias e filosofias satânicas; confirmam a Palavra de Deus, Mc 16.15-20; Hb 2.3,4.

Ao outorgar à sua Igreja o privilégio do dom de participar dos dons espirituais, o Senhor deseja que cada membro cresça espiritualmente a caminho de uma perfeição espiritual, a plenitude da maturidade cristã, a própria imagem do Senhor Jesus. Não nos esqueçamos de que todas as coisas devem sempre ser feitas decentemente e com ordem, 1Co 14.40. E assim o santo nome do Senhor será engrandecido.

C - PRECAUÇÕES QUANTO AO USO DOS DONS ESPIRITUAIS.

1. Em primeiro lugar, tenhamos cuidado com o que a Bíblia afirma e não acrescentemos nada ao que ela não afirma. É incorreto mencionar dom de expulsar demônios, dom de visão, dom de cantar, etc., porque a Bíblia jamais os menciona.

2. Os dons não são de nossa propriedade. O fruto do Espírito permanece conosco e em nós, mas os dons são MANIFESTADOS para a ocasião em que se fazem necessários. Os dons não são nossos, são do Espírito Santo. 3. Os dons não são um atestado de santidade. A Bíblia não diz PELOS DONS, mas PELOS FRUTOS os conhecereis, Mt 7.16,17. 4. O espírito do profeta está sujeito ao profeta. Devemos ser prudentes, humildes, moderados, submissos e cautelosos no exercício dos dons espirituais, 1Co 14.32; Mt 25.14,15. 5. Os dons não são concedidos para proveito pessoal e egoístico. São para glorificar a Cristo e não ao homem, 1Co 12.4,11; Lc 9.51-55; 1Co 14.23. 6. Os dons não substituem a Palavra de Deus. A Palavra é inspirada pelo Espírito e o Espírito confirma a Palavra, Jr 1.12. Jesus lutou contra Satanás, no poder do Espírito, usando a palavra de Deus, Mt 4.1-11. O Espírito e a palavra estão sempre em perfeita harmonia. Homens cheios do Espírito são homens cheios da Palavra, Ef 5.18,19; Cl 3.16.

D - ATUALIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS.
1. A dispensação do Espírito não chegou ao seu fim. Por isso, todos os sinais e evidencias que começaram a se manifestar no Dia de Pentecoste continuarão até o Dia do Arrebatamento. Se somos a mesma Igreja, temos de experimentar o mesmo poder.
2. Os dons são necessários até o fim. É verdade que um dia os dons cessarão, 1Co 13.8. Mas esse dia ainda não chegou. Até que chegue, busquemos com zelo os melhores dons, 1Co14. Que os pastores recebam o dom de sabedoria; os mestres recebam o dom da ciência; os intercessores recebam a fé; os evangelistas recebam a operação de maravilhas e os dons de curar e a igreja profetize, fale e interprete as línguas, aleluia!
3. O arrebatamento será o limite. Esperamos a Jesus todos os dias. E o esperamos trabalhando, usando os dons, como um poderoso equipamento. E quando ele vier, prestaremos contas de tudo quando fizermos, na graça do Senhor, no amor de Deus e nos dons do Espírito Santo. Assim seja.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

"AS INSTITUIÇÕES EM ISRAEL- PARTE VIII - OS HERODIANOS'

Herodianos. Os saduceus de extrema esquerda eram conhecidos como os herodianos. Tirando o nome da família de Herodes, eles baseavam suas esperanças nacionais nessa e olhavam para ela com respeito ao cumprimento das profecias acerca do Messias. Eles surgiram em 6 d.C., quando Arquelau, filho de Herodes, o Grande, foi deposto, e Augusto, enviou um procurador, Copônico. Os judeus que favoreciam a dinastia herodiana eram chamados ‘herodianos’. Este grupo é mencionado em Mateus 22.16 e Marcos 3.6; 12..13.

Os herodianos formavam um partido mais político que religioso. Eram um com os saduceus em religião, divergindo apenas ou noutro ponto político. Jesus previne em Mateus 16.6, os discípulos contra o fermento dos saduceus e em Marcos 8.15, previne contra os herodianos. Este era o da hipocrisia, aquele o da extorsão, do crime , da injustiça, da violação. [1]Vários historiadores concordam em comum que, os herodianos apareceram devido à crença de alguns judeus acharem que Herodes, o Grande, fosse o Messias ( até hoje essa teoria não foi provada).

A origem desta seita encontra-se na contextura político social da Palestina. O fato de Herodes, o Grande assumir o trono na Judéia, feriu a consciência de muitos judeus que olhavam para o que Moisés escrevera em Deuteronômio 17.15 “Certamente estabelecerás como rei sobre ti aquele que o Senhor teus Deus escolher. A um dentre os teus irmãos estabelecerás como rei sobre ti; não poderá por sobre ti um estrangeiro que não seja teu irmão”. Herodes e seus descendentes eram Idumeus, estrangeiros, portanto, usurpadores do trono judeu, dignos do ódio dos conservadores fariseus. Baseados nesta passagem surgiram as doutrinas. Fariseus e herodianos eram inimigos figadais e irreconciliáveis. De vez em quando deflagrava na palestina uma revolta contra os herodianos que apoiavam os publicanos.

Todo o ódio que os judeus votavam contra Herodes, canalizaram, mais tarde contra os herodianos e Fariseus. Herodianos e Fariseus, uniram-se contra Cristo e urdiram, planos para o apanharem, fracassando, porém, sua investida, Mt 22.17. Herodes, o Grande, admitia outra doutrina que muito feria os judeus. Consistia em violar a lei de Moisés para construir templos de idolatria aos romanos e seus imperadores. Os judeus não toleravam semelhante insulto e constantemente se revoltavam contra os herodianos. [1] Jerônimo, Tertuliano, Epifâneo, Crisóstomo, Teófilo

quinta-feira, 28 de maio de 2009

" A MATANÇA EM NOME DE DEUS" PARTE II

Pela força de Javé

Violência e Guerra Santa

Na leitura dos livros de Josué e dos Juízes, deparamos com a violência. Como entender a guerra de extermínio que quer eliminar sem mais todos os cananeus, os antigos habitantes da Palestina? Um dos exemplos mais conhecidos é o relato da tomada de Jericó (Js 6.17-21). Trata-se de um Deus violento? Exterminador?

As cidades cananéias de então tinham um exército profissional casta guerreira, que era recrutada de modo mercenário para a defesa do sistema.

As tribos de Israel, por seu lado, não tinham exército profissional nem mercenário. Cada tribo e clã tinha um número de homens aptos para a guerra que, na hora de um perigo, se uniam para defender o bem comum, como o exigia a aliança concluída com Javé: protetor dos fracos e laço de união do povo.

Deste modo, a guerra chegava a ser inseparável da vida das tribos que lutavam para manter sua unidade sagrada em torno de Javé e a defendiam contra a ameaça de opressão das cidades cananéias.

O povo de Israel não combatia para conseguir um novo espaço vital, mas para manter sua união e independência compreendidas como dom de Deus e sinal de sua graça. Combatia na certeza de que a força de Javé o acompanhava. A guerra não era sacralizada como elemento separado da vida. A vida toda é que era sagrada, vista como santa a ser defendida nem que fosse por meio da guerra.

A narrativa da tomada de Jericó (Js 6) foi compilada por volta do século VII a.C., no ambiente deuteronomista. Esta corrente de pensamento reinterpretava a história de Israel à luz dos acontecimentos vividos na época compreendida entre a reforma do rei Josias e o Exílio na Babilônia.

O relato revela uma atitude clara com o povo de Javé contra a influência da religião tanto dos cananeus da Palestina como do Rei da babilônia. Por isso, a teologia deuteronomista mudou o antigo sentido do chamado “anátema” (extermínio) (em hebraico herrem:Js 6.17; 7.1-26.

Antes era compreendida como renúncia aos despojos, que passavam a pertencer a Javé. Os soldados lutavam gratuitamente e entregavam tudo o que conseguiam. Nesta “guerra santa”, destruíam-se os bens e as pessoas contrárias ao modo de vida participativa e igualitária, das tribos de Israel. Mas não se matava todo o povo, toda a cidade; só os chefes. Assim, a guerra era posta a serviço de um bem mais elevado: a paz entre vencedores e vencidos, o fim da desigualdade entre campo e cidade (1Sm 15).

Mas na leitura deuteronomista, o “anátema” passou a significar “extermínio total”, “terra arrasada”, incluindo os inocentes como oferenda a Javé, que havia ajudado o povo a apoderar-se violentamente de Jericó e das outras cidades da Palestina (cf. 6.17-24;10.28-42). O que a teologia deuteronomista quer atingir é uma tomada de posição firme e radical no combate à idolatria Cananéia que punha em perigo as bases da fé em Javé. Ao mesmo tempo, estava em jogo a organização das tribos atacadas pelo sistema cananeu das cidades-estado, de algum modo presente na própria monarquia israelita.

Para nós, hoje, é importante distinguir o contexto em que ocorreram os fatos e o contexto da memória que deles se fez no século VI a.C. Assim compreende-se melhor a ação de Javé com seu povo em favor da justiça.

Pelo já exposto, pode-se concluir que a mais importante motivação para as lutas pela terra da Palestina não era tanto a conquista d um novo espaço geográfico, mas sobretudo manter a independência e a união das tribos. Além disso, o Deus de Israel não é conhecido como aquele que arrasa vingativamente todos os inimigos, mas como alguém que tem predileção pelos mais pobres e oprimidos, pelos habitantes da montanha. Ele se faz presente na luta deles pela vida e os anima.

Finalmente, vale notar que a Bíblia, nos livros de Josué e Juízes, não nos dá uma solução acabada com respeito à violência. Do que foi dito não se podem tirar “receitas” tão diretas. Nem para apoiar os grupos armados, nem para sustentar posições pacifistas. É sempre necessário recorrer à análise da situação com a seriedade das ciências sociais, à luz da Palavra de Deus, tanto do Antigo Testamento como do Novo. Só a partir daí se podem tomar atitudes historicamente responsáveis, com base na Escritura. E ainda assim poderemos nos equivocar. Donde a necessidade de um discernimento eclesial contínuo, no qual tem lugar o magistério e a tradição. Respeitando-se o maior Intérprete de todos os tempos; o Espírito Santo, o que, muitos "pseudo-teológos" não possuem, daí a orígem das falácias.

Que Deus, o Senhor, tenha de nós piedade e nos ajude a enxergar o que não enxergamos com os olhos naturais.

" A MATANÇA EM NOME DE DEUS " PARTE I

Respondendo em parte ao professor de estudos religiosos na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, Bart Ehrman

Herem, ou Matança em Nome de Javé.

De acordo com a narrativa bíblica, quando os israelitas sitiaram Jericó, queimaram a cidade, inclusive todos os habitantes exceto Raabe e sua família (Js 6.24ss). Fizeram o mesmo em Ai (8.24,29) e em outros lugares. A palavra equivalente a essa destruição total é herem, “consagração”, e o verbo pode ser traduzido por “destruir totalmente” (cf. 6.17, “condenada”, “consagrada ao Senhor para destruição”).

Se a apresentação bíblica desse assunto fosse expressa numa linguagem que implicasse que tal “consagração” foi praticada porque os israelitas apenas pensaram que o Senhor a desejava (mas Deus não lhes solicitara em parte alguma), a idéia ainda seria perturbadora. Mas afirma-se algumas vezes, explicitamente, que Josué agiu “como ordenara o Senhor” ou “como ordenara Moisés, servo do Senhor” (Dt 10.40; 11.12; cf. Dt 7.24).

A idéia de que Deus podia ordenar a qualquer pessoa que matasse outra ou exigir o extermínio completo de todos os seres viventes de uma cidade parece ofensiva ou até ultrajante. Para contornar o problema, alguns propõem que o Deus (Javé) do Antigo Testamento não pode ser o mesmo Pai de Jesus Cristo do Novo Testamento. Isso, é claro, vai contra os ensinamentos de Cristo e dos apóstolos, que identificam claramente o Deus deles com o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, e como o Deus que se revelou a Moisés e aos profetas.

Uma resposta parcial a esse quebra-cabeça é o fato de que a “consagração” religiosa era uma parte da cultura da época. Os povos do antigo Oriente Próximo “consagravam” pessoas, posses e cativos a seus deuses. Obviamente, o fato de tais atos serem costumeiros não os torna corretos, mas ajuda a explicar por que os israelitas não o consideravam necessariamente errado. Deus toma as pessoas onde estão e as conduz, passo a passo, até que finalmente cheguem onde Deus está. A revelação divina é progressiva. Nesse ponto, os israelitas não tinham como Torá o Sermão do Monte (“amai vossos inimigos”). Essa compreensão do amor precisava aguardar que o Novo Josué (Jesus) a tornasse conhecida em sua vida e morte.

Mas na palavra e opinião de Lasor, essa não é a resposta completa. A posição bíblica com respeito aos cananeus não é simplesmente “sejam exterminados!” Há boas razões por trás dessa ordem. Aos olhos de Javé, os cananeus, com sua cultura e religião, eram pecadores extremamente maus, cometendo não apenas abominações contra Deus, mas também tentando seduzir Israel para que os acompanhassem nesses atos “religiosos”.

A descoberta de documentos ugaríticos em Ras Shamra na Síria tem proporcionado informações detalhadas acerca das práticas religiosas cananéias. Prostituição religiosa, sacrifício de crianças e outros aspectos dessa religião contaminaram Israel durante séculos, como bem testemunham os livros de Reis e dos primeiros profetas.

Javé, lembrava-se sempre aos israelitas, é Santo, um Deus que não tolera tais práticas abomináveis, especialmente em nome de um serviço à deidade. Isso era idolatria contra a criação e o criador. Os cananeus mereciam punição. Além disso, a pureza da religião israelita tinha de ser preservada. Os atrativos sensuais da religião cananéia (como em Baal–Peor, Nm 25.1) impunham uma séria ameaça à vida javista.

Um cirurgião não hesita em remover um braço ou uma perna, ou mesmo um órgão vital, quando a vida está em jogo. A própria existência de Israel - e, em última análise, a salvação do mundo - dependia da bênção de Deus.

Claro que isso é só uma interpretação e uma tentativa parcial de justificar a difícil posição bíblica. Mas há o veredicto da história. Os israelitas, cansados da matança ou seduzidos pelos ritos religiosos, pararam de exterminar os cananeus e as práticas religiosas cananéias invadiram gradualmente a religião israelita. A punição que isso acarretou a Israel foi terrível. Javé lhes infligiu opressão estrangeira, invasão, destruição de cidades israelitas e de Jerusalém, além do exílio que os afastou da terra prometida.

Repetindo, Javé não ordenou que os israelitas exterminassem todos os gentios, mas apenas os cananeus. Essa política não era um princípio permanente ou eterno. Foi designada para uma situação imediata, que os israelitas estavam ocupando a terra que Deus havia prometido a seus pais. Mais tarde, os ensinamentos morais e éticos dos profetas como Amós, Miquéias e Isaías seriam apresentados a Israel com a mesma veemência, como a palavra de Javé. Ainda mais tarde, Jesus Cristo alegaria que veio para cumprir a lei e os profetas. A “consagração” dos cananeus na terra deve ser considerada a partir desses fatores e, não sob o ponto de vista dos achólogos ou pretensos "teólogos", sobretudo daqueles que pretendem ser o "enviado" para "eleucidar", e, que petulância; o que compete ao mundo espiritual. Como o homem natural discernirá o que é genuinamente espiritual?