terça-feira, 4 de maio de 2010

José, um tipo de Cristo (Jesus)? Que Belo Exemplo!

José, um tipo de Cristo (Jesus)?

Vendido e traído por seus irmãos, do mesmo que José, Jesus foi entregue à morte. Na hora da crucificação, na cruz, perdoou seus torturadores, Lc 23.34. Os judeus e os romanos tramaram e planejaram a morte, mas não previram seu perdão. Vencido por eles, Jesus os venceu com o perdão. Com isto, Jesus demonstrou na prática seu programa de justiça e de fraternidade. Ele não se deixou contaminar pela violência dos opressores. Quando ferido, não feria; mesmo sendo oprimido, não oprimia. Não alimentava ódio nem vingança, e sim a reconciliação com todos, até com seus opressores e torturadores.

Perdoar não é uma reação de retrocessos ou de debilidade diante do inimigo mais forte. É uma ação criadora, que não nasce da força do inimigo e sim da vontade de imitar a Deus, o Criador. O perdão não deixa passar em brancas nuvens as injustiças, os crimes e a culpa. Ao contrário! Só pode ser perdoado quem conhece a própria culpa. O opressor terá de reconhecer que é opressor, senão não poderá receber o perdão implorado e oferecido por Jesus. O reconhecimento da culpa é o início da transformação. O perdão vence a injustiça pela raiz, provocando a transformação do injusto em justo, do opressor em companheiro, do inimigo em irmão e amigo.

Perdoar e reconciliar não são sinais da fraqueza. Ao contrário, são a mais alta expressão da justiça e da fraternidade o único caminho viável e realista para a libertação de todos neste nosso mundo marcado pelo ódio e o pecado. O perdão exige do opressor que se converta e deixe de oprimir os irmãos. A conversão e o perdão exigidos por Jesus passam também pelo econômico, Lc 19.8-10, destruindo os muros da divisão e restabelecendo a fraternidade com base na justiça e no direito.

Perdoar é difícil, tanto para quem perdoa como para quem é perdoado. É possível vencer e derrotar o opressor pela força. Mas a vitória será completa quando, ao final, o opressor se converter e se convencer pelo perdão. Vencer pela força é, às vezes, até fácil. Convencer pelo perdão é muito mais difícil. Aqui a força já nada adianta. Jesus não estava interessado em vencer pela força (Mt 26.53; Jo 18.36. Ele queria uma vitória mais completa sobre o mal.

Oferecendo o perdão, Jesus mostrou-se mais forte que seus opressores e os venceu no momento mesmo em que era derrotado por eles. É a vitória que paradoxalmente se realiza na derrota!

Mesmo matando Jesus, a força da repressão não conseguiu matar, a semente da justiça e da fraternidade que Ele fazia brotar em todo o lugar.

No perdão aparece o fruto da semente escondida na terra da vida do povo sofrido: fé no outro apesar de tudo! Fé na possibilidade de sua recuperação! Resistência ao mal!

Vê-se que na Bíblia há um avanço. Há uma ação pedagógica de Deus para com seu povo. Começou no Antigo Testamento; aparece na história de José como semente. E brotou, fruto maduro, na vida de Jesus. E assim é hoje na vida de nosso povo ao qual a Igreja deve anunciar o Evangelho da plena reconciliação, perdão e justiça do Reino.

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