
- Lamento profundamente o ocorrido e culpo a nós mesmos, os pastores que não temos cuidado do rebanho da forma e maneira que Deus nos confiou. Não temos tempo ou culto para ensinar a Palavra de Deus com primazia. Nossos cultos tem e tudo menos ensino ou exposição da Palavra como ela realmente é e deve ser pregada. Tal cantora até se desculpou, entretanto, quanto prejuízo sua atitude anterior não deve ter causado no Reino.
- Acredito e respeito aqueles que, tementes a Deus, tenham recebido uma visita do Espírito Santo, tão plena que não sabem o que esteja ocorrendo consigo mesmo, como foi o caso de uma jovem que me procurou ontem, e precisava de orientação bíblica de como proceder nesses casos. Entretanto não podemos aceitar biblicamente como sendo a suposta "unção dos quatro seres viventes".
- Meu respeito a você que esteja "empolgado". Infelizmente não posso fazer vista grossa a esses modismos e, concordar com esse falso ensino.
- Os quatro seres viventes cantam sem cessar uma única canção, uma eterna celebração de louvor: "Santo, Santo, Santo". Esse estribilho tem sido entoado nos céus desde o início do mundo e foi ouvido por Isaías há muito tempo. Os seres viventes ainda continuavam cantando quando João visitou o céu.
- Deus não é egoísta a ponto de criar bajuladores para sentarem-se ao seu lado e entoar-lhe louvores. Se assim fosse, teria feito esses seres fracos e dependentes. No entanto, temos a impressão de que Deus criou esses quatro seres tão poderosos e ferozes quanto possível. Apesar disso, estão tão perto do trono de Deus, que se sentem completamente envolvidos por sua presença. Gozando eternamente de sua glória, nada lhes resta a não ser adorá-lo.
- Mas o que existe em Deus capaz de envolvê-los ou dominá-los? É a sua santidade e não a sua sabedoria, poder ou glória. A santidade de sua presença é tão poderosa que aniquila os impuros que se aproximam (Êx 28.35,43;30.20,21). Talvez C.S. Lewis tenha expressado melhor essa idéia quando disse que nosso corpo mortal é demasiadamente fraco para suportar uma simples fração da presença de Deus. Certamente nos desfaríamos caso experimentássemos um pouco mais dessa presença.
- Os nossos corpos não serão glorificados para que estejam protegidos do sofrimento, mas para que sejamos fortalecidos e assim possamos estar na presença de Deus.
- Deus restaura, sim, a nossa unção recebida dEle, entretanto isso não significa "uma nova unção", como estão pregando, propalando e divulgando, inclusive por figuras internacionalmente conhecidas, sobretudo do Movimento Pentecostal. A unção coletiva do Espírito Santo sobre os membros do corpo de Cristo; aqueles que são regenerados pelo Espírito 2Co 1.21; 1Jo 2.20,27, é chamada de "unção do santo" 1Jo 2.20. Unção que nos separa do mal; que nos santifica para Deus e para o Seu uso. Nada de mistura com o mal, com as trevas, com o pecado ou com qualquer outra coisa que é oposto a Palavra de Deus e a Sua vontade. É unção que fica, "fica em vós", 1Jo 2.27. É unção que permanece. É unção que ensina. "A sua unção vos ensina 1Jo 2.27. "Que vos ensina todas as coisas", pois o Espírito sabe todas as coisas. É unção que não mente. "E não é mentira" 1Jo 2.27. Isto é, ela não contém engano, logro, fraude, falsidade, truque, desonestidade. Neste caso, João é claro dizendo em outras palavras que : a) Todos os crentes podem estudar e conhecer a verdade de Deus e aprender uns dos outros, mediante o mútuo ensino, exortação e instrução (Mt 28.20; Cl 3.16; Ef 3.18); b) Dessa forma, os crentes têm duas salvaguardas contra o erro doutrinário, a revelação bíblica(1Jo 2.24) e o Espírito Santo; c) O crente não precisa dos que ensinam doutrinas extrabíblicas.O termo unção, na Bíblia, remete para óleo, azeite; símbolos do Espírito Santo.Em outra palavras, os crentes devem permanecer no ensino da Unção dada por Jesus. Ainda, devemos atentar para o cuidado de que Deus é soberano e opera como, quando e por quem ele quer! Entretanto, dentro de um princípio de uma descomprometida hermenêutica, Deus nunca contradiz a sua Palavra.Enfim, a unção que dEle recebemos é unção que fica.
- Pessoas e coisas eram ungidas no Antigo Testamento a fim de significar santidade ou separação para Deus: colunas (cf Gn 28.19; o tabernáculo e seu mobiliário9Êx 30.22 e segs.); os escudos (2Sm 1.21; Is 21.5; provavelmente a fim de consagrá-los para a 'guerra santa'. Vd Dt 23.9 e segs.); os reis (Jz 9.8; 2Sm 2.4; 1Rs 1.34); os sacerdotes (Êx 28.41); os profetas (1Rs 19.16). A importância e a solenidade da unção é demonstrada, primeiramente, pelo fato que era uma ofensa capital compor o azeite santo para qualquer propósito comum (Êx 30.32,33); em segundo lugar, pela autoridade que a unção emprestava, de tal modo que por exemplo, apesar de os colegas comandantes de Jeú terem zombado do profeta chamando-o de 'louco', não ousaram resistir as implicações de sua ação, mas aceitaram sem levantar dúvidas que aquele que fora ungido como rei certamente devia ser rei (2Rs 9.11-13); em terceiro lugar, pelo efeito produzido no ungido, quando a pessoa ou coisa ungida se tornava santa (Êx 30.22-33) e sacrossanta (1Sm 24.7, etc.).
- Fundamentalmente, a unção era um ato de Deus (1Sm 10.1)e não de homem – que explica o respeito em que era mantida – enquanto que a palavra 'ungido' era usada até mesmo metaforicamente para significar a doação do favor divino (Sl 23.5;92.10) ou nomeação para algum lugar ou função especial do propósito de Deus (Sl 105.15; Is 45.1). Além disso, a unção simbolizava equipamento para o serviço, e é associada ao derramamento do Espírito de Deus (1Sm 10.1,9; 16.13; Is 61.1; Zc 4.1-14).
- Esse emprego é levado até o Novo Testamento (At 10.38; 1Jo 2.20,27). O uso do azeite para ungir os enfermos (Tg 5.14) é algo que aponta para o Espírito Santo, o doador da Vida.