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terça-feira, 5 de maio de 2009

"Pobres sempre tereis: Jesus e os direitos dos pobres"

Uma das frases da Bíblia muito repetida e pouco explicada, é aquela que Jesus pronunciou por ocasião da sua unção em Betânia: “Pobres sempre tereis” Mc 14.7. Uma mulher tinha derramado um frasco de perfume na cabeça de Jesus. Custava trezentos denários, o equivalente ao salário de trezentos dias de trabalho. Um discípulo reclamou: “A troco de que esse desperdício? Poderia ser vendido por mais de trezentos denários e distribuídos ao pobres” Mc 14.5. Jesus respondeu: “ Pobres sempre tereis convosco e quando quiserdes, podeis lhes fazer o bem, mas a mim nem sempre tereis” Mc 14.7. Qual é o sentido desta frase? O que ela nos diz sobre o direito dos pobres? A frase vem do livro do Deuteronômio, 15.11. Faz parte da Lei do ano sabático, v.1-11. O Projeto de Deus pede que na comunidade dos crentes haja participação de bens. Por isso “não deve haver pobres no meio de ti”, 15.4. Esta lei deve orientar o comportamento do povo de Deus. Na raiz da sua organização deve estar a preocupação constante: “No meio de nós não pode haver pobres” O povo de Deus, porém, não é o dono do mundo, não tem o controle das causas econômicas, sociais e políticas que geram a pobreza no mundo. Por isso, pobres sempre vão existir: “Pobres sempre tereis convosco”. Eles sempre vão aparecer na comunidade. Daí nasce a lei do Deuteronômio. “Nunca deixará de haver pobres na terra; é por isso eu te ordeno: abre a mão em favor do teu irmão, do teu humilde e do teu pobre em tua terra” Dt 15.11. Esta lei tem o seguinte objetivo: no mundo de injustiça, Israel deve ser um sinal de Deus. No mundo sempre vão existir os pobres, mas na comunidade não pode haver pobres. Ela deve ser organizar de tal maneira que os pobres possam ser acolhidos e ser favorecidos pela partilha. A comunidade, a Igreja, deve ser a Aliança de Deus com os homens na luta contra a pobreza; deve ser uma amostra grátis da verdadeira fraternidade que Deus quer para todos. Só assim a comunidade se converte em Boa Nova para os pobres. A reclamação do discípulo Judas (evidentemente o tesoureiro, Jo 12.5), aparentava amor aos pobres. Na realidade, era uma maneira de escapar de um dever mais importante. Em vez de lutar pela organização da comunidade para que combatesse as causas da pobreza e acolhesse os pobres em Nome de Deus, pretendia uma espécie de “campanha rápida” para arrecadar trezentos denários e distribuí-los entre os pobres. A resposta de Jesus procede da tradição antiga da lei. Não permite que tranqüilizemos a consciência com uma “campanha” que venha descaracterizar uma obrigação maior. A frase “pobres sempre os tereis convosco” lembra do dever primário da comunidade: “Em teu meio não haverá nenhum pobre” Dt 15.4. Os pobres têm direito à nossa luta por seu direitos e interesses. Então como explicar aquele desperdício?
No início da paixão de Jesus, aparece a mulher que derrama um perfume fino de trezentos denário, Mc 14.3-9; Mt 26.6-13. No final da paixão aparece “um homem rico” Mt 27.57, que pede licença a Pilatos para enterrar Jesus num sepulcro novo, recém cavado na rocha, Mt 27.57-60; Mc 15.42-47. Ora, o profeta Isaías, ao falar do Messias sofredor, dizia: “Deram-lhe sepultura com os ímpios, o seu túmulo está com os ricos” Is 53.9. A insistência, por um lado, no perfume caro derramado com vistas ao sepultamento, Mc 14.8; Mt 26.12, e no sepulcro novo de um homem rico, e, por outro, na crucificação entre dois ladrões, Mc 15.27, Mt 27.38, mostra aos que têm fé nas Escrituras que Jesus é o Messias, o Servo Sofredor, que veio cumprir as promessas. Ele é a Boa Nova que vem ao encontro da esperança dos pobres.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

PARA LÍDERES, PARA NÓS, PARA TODOS....

Existe um conceito errado de que os cristãos estão livres de problemas psíquicos e do estresse da sociedade. Lembro-me de Paulo que disse que Deus escolheu as coisas loucas do mundo para confundir as sábias. Pode parecer sem sentido, mas Jesus quando fez opção pelos seus discípulos, não o fez pensando em que "tipo" de personalidade eles tinham. Se fosse eu, certamente iria buscar identificar junto aos tais, talvez fosse indagar a outros acerca do comportamento ou modus vivendis de cada deles. Não escolheria Judas, pois estaria me expondo a um traidor implacável que por 30 moedas me venderia! Entretanto, Jesus além de escolhê-lo, autorizou que este fosse tesoureiro de seu ministério e, ainda o beijou dizendo: “amigo, por que vieste". Veja que Jesus sabia da traição, mas, ainda assim o chamou de amigo. O traído elogia seu traidor. Não escolheria João, embora tenha sido o mais amado, aparentemente o mais íntimo, demonstrou um problema grave de comportamento. Queria que Jesus "queimasse" as pessoas que não andavam com ele. Não era sem razão que tinha por cognome "filho de trovão". Na cruz, Jesus diz: "mulher, eis aí o (João) teu filho", (João) filho eis aí tua mãe. Demonstrando confiança que nutria quanto à continuidade da vida, mesmo diante de tanta dor. Eu não gostaria de João no meu ministério. Sem falar de Pedro primeiro que como pescador deveria ser um mentiroso contumaz. Por outro, de personalidade dúbia. Uma hora é amigo inseparável, o guardião impetuoso da integridade de Cristo, outra é um "Pilatos", um estranho. Uma personificação de Satanás. Não honra sequer o que diz. Também não gostaria de Pedro em meu ministério. A Pedro, Jesus diz: " apascenta meu cordeiros!" Quanto a Tomé, nem pensar! Incrédulo, ausente no culto! Para que serve uma pessoa incrédula e que não vai ao culto? Nem pensar em ter Tomé em meu ministério. Jesus ressurreto apareceu a Tomé dizendo: “coloque as mãos em minhas mãos, me toque, veja meu cravos!! Quando soube da morte de Cristo, Tomé disse: “ vamos todos para morrermos também com ele” Não escolheria também Tiago. Tinha o mesmo temperamento de João. Sem avançar muito na análise dos demais discípulos de Jesus, penso que, nenhum deles tinha um perfil psicológico saudável. Não me entendam mal. Não estou afirmando que os discípulos de Jesus eram ou tinham debilidades mentais. Ao menos tinham conflitos! De fato todos estes homens que citei como nós, sofremos de traumas psíquicos e stress emocional e tantas outras mazelas. Esse tipo de comportamento é encontrado também dentro da Igreja. Há líderes que não reconhecem seus conflitos, seus medos, suas angústias, mas deseja resolver o problema dos seus liderados. Como ajudar os outros se sequer tocamos os nosso conflitos. Vejam que os discípulos sofriam destas mazelas e receberam de Jesus a grande comissão: “Ide...” Entretanto, antes de ir, eles precisaram vir. Vindo, eles foram confrontados tratados, sarados. Existem pessoas que são fascinantes, mas que, nunca tiveram coragem de falar dos seus problemas para nenhum dos seus amigos da igreja. Sua miséria emocional está escondida. Quanto mais ela tem sucesso, em todas as suas áreas -intelectual, social, espiritual – mais ela se isola. Há Líderes que brilham tanto que ofuscam suas verdadeiras emoções. O próprio Jesus, se observamos detalhadamente, veremos que vez por outra ele se isolava e, ainda teve coragem de revelar aos seus discípulos que estava com a alma angustiada e sofrendo. Os espcialistas dizem que ali ocorreu um caso raríssimo na medicina que é o suor sanguinolento, caracterizado por taquicardia e hiperventilação pulmonar. Este é um quadro do mais alto stress. Jesus quebrou todo o preconceito de que seria super herói, mostrou sua angústia e sua fragilidade. A grande lição de tudo isso é que Jesus humanizou-se, e, ser humano é, por assim dizer, permitir-se sofrer, chorar, sorrir, exteriorizar a emoção. Não escolhemos que tipo de pessoa seremos, mas podemos escolher a qualidade de vida que desejamos ter. Eu, há muito tempo desisti de ser uma pessoa perfeita. Às vezes nos deparamos com coisas que deixa a própria psiquiatria perplexa. A perfeição emana do Criador, que homem se fez, viveu entre os imperfeitos e a todos que deixaram, por Ele foram aperfeiçoados. Não podemos procurar escolher as pessoas com medo dos problemas que elas poderão nos causar no futuro. Se Jesus pensasse desta forma, certamente, não teria elegido para mudar o mundo, 12 homens, cada um com seus conflitos emocionais individuais dos níveis mais variados possíveis.Teria ensejado essa tarefa de forma individual e, não conseguiria influenciar a humanidade como influenciou,de maneira que, a história, nEle e por Ele foi divida em duas partes. Antes de Cristo(aC) e Depois de Cristo (d.C)