segunda-feira, 22 de junho de 2009

"ESTER: O PODER A SERVIÇO DA JUSTIÇA" - Parte 7

Um povo perigoso? 3.7-11

 

Amã começa o seu plano de genocídio no ano 12 de Assuero. Número simbólico do povo de Deus: 12 tribos. É o primeiro mês, Nisã. Ora esse é o mês da Páscoa (Ex 12.1,2), celebração que marcava a conquista da liberdade contra a opressão do Egito. A história, com veste diferente, vai se repetir. Ele usa o processo mágico persa de lançar as sortes em persa “pur”. Fazia-se isso para ver o momento propício para os eventos e acontecimentos. Ora, sorte, em hebraico goral, designa o próprio povo  de Israel, que é a sorte ou herança de Deus. Qual será o destino desse povo, que é propriedade-herança de Javé?

 

Astuto, Amã apresentou seu plano ao rei, fazendo notar que os judeus tinham suas próprias leis e não guardavam as leis reais. ( Isto era uma calúnia, pois os judeus observavam esmeradamente as leis persas, exceto as que tinham a ver diretamente com a idolatria.) Desta forma não era conveniente ao rei deixá-los viver. Além do mais, Hamã apelou para a avareza do monarca, prometendo-lhe as riquezas dos judeus assassinados.

O decreto da condenação 3.13

A imagem que o rei apresenta neste incidente é pouco lisonjeira. Ele era vaidoso, distraído e indolente. Se ele não se importava de assinar um dito que ocasionaria a morte de milhares de seus súditos. Sem investigação alguma, nem sequer perguntando de  que  povo se tratava, o rei aceitou o plano de Hamã e o autorizou a realizá-lo. Era um homem sem iniciativas; a destruição de Vasti, o método para eleger sua sucessora, o plano proposto para exterminar os judeus, o decreto contrário para salvá-los e as horas dadas a Mardoqueu, foram todos planos de outros, e não do próprio rei. Amã tinha o anel de monarca, mas não se deu conta de que o apoio da autoridade real não garantia que seus planos fossem cumpridos. Há um Deus que pode mudar os propósitos de reis e príncipes.

O grito de dor do oprimido 4.1-8

Ao saber que Mardoqueu estava vestido de luto (pois não podia entrar no palácio quem assim se vestira), Ester se entristeceu muito e enviou um servo de confiança para saber porque ele procedia assim.  Manda roupa para Mardoqueu se trocar e entrar no palácio. Ele se recusa, quer permanecer solidário com o povo que sofre diante da morte. Já fez sua escolha. O emissário informa-a de tudo e pede sua intercessão junto ao rei. Ester precisará escolher, deverá abrir mão do segredo que manteve até agora, revelando sua origem e pertença.

 

 

Que escolha 4.9-17

 

Mardoqueu lembra a Ester com palavras que nos fazem lembrar as dos profetas que se ela não fizesse nada, a libertação viria de outra parte para os judeus, mas Ester e sua casa pereceriam. “E quem sabe se não foi para tal tempo como este que chegaste ao reino?” 4.14. Então Mardoqueu expressou sua confiança de que Israel não morreria e que Deus em sua providência já havia colocado pessoas em lugares estratégicos para libertar o seu povo no momento oportuno. Se Ester não aproveitasse a oportunidade, Deus encontraria outra maneira de cumprir as promessas feitas ao seu povo, mas Ester seria uma das que se perderia. Era uma prova de seu patriotismo e coragem. Da mesma forma que Ester, não podemos separar nossos interesses dos interesses de Deus e de seu povo. É muito melhor perder a vida por amor a Cristo, do que agarrar-se a ela e perder a alma.

 

Finalmente Ester prometeu  apresentar-se perante o rei, mesmo sabendo que corria risco de vida, caso o rei não a recebesse. Ela certamente não adotou esta decisão por esperava êxito. Agiu assim por saber que era a atitude correta a ser tomada. Entendeu que Deus é que tinha a colocado naquele lugar para que ela salvasse o seu povo.  Para Ester, o patriotismo e religião eram inseparáveis.

 

Ester ora, pede aos judeus que jejuem por ela e vai adiante. Acossado, o oprimido chega ao limite, ao mais fundo de si mesmo, e daí brota a mais elevada e pura consciência, que se transforma em súplica, em clamor. É no seu grito de súplica que o oprimido começa a ver com clareza a própria situação e a abrir-se para a novidade da libertação. Dessa forma, a oração de súplica torna-se lugar da eclosão do discernimento. São orações poderosas, que testemunham como o oprimido enxerga a situação e busca uma solução.

 

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