quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O chamado eficaz é uma obra especial de Deus nos eleitos, dando-hes condições de reagir com arrependimento e fé, e fazendo com que de fato assim reajam

O chamado eficaz é uma obra especial de Deus nos eleitos, dando-hes condições de reagir com arrependimento e fé, e fazendo com que de fato assim reajam.

A doutrina da salvação abrange uma área ampla e complexa do ensino bíblico e da experiência humana. Por conseguinte, é necessário traçar algumas distinções entre suas várias facetas. A conversão e a regeneração são aspectos subjetivos do início da vida cristã; são mudanças em nossa natureza interna, nossa condição espiritual. A conversão é a mudança conforme vista da perspectiva humana; a regeneração é essa mudança conforme vista da perspectiva de Deus. A união com Cristo, a justificação e a adoção, por outro lado, são aspectos objetivos do início da vida cristã; referem-se primeiramente ao relacionamento entre o indivíduo e Deus.

Evidencia-se pelas Escrituras que existe um chamado geral para a salvação, um convite estendido a todas as pessoas. Jesus disse:" Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobre carregados, e eu vos aliviarei"(Mt 11.28). Além disso, quando Jesus disse:" Muitos são chamados, mas poucos, escolhidos" (Mt 22.14), é provável que estivesse fazendo referência ao convite universal de Deus. Mas note aqui a distinção entre chamados e escolhidos. Os que são escolhidos são os objetos do chamado especial ou eficaz de Deus.

Por chamado especial entende-se que Deus atua de forma particularmente eficaz com os eleitos, dando-lhes condições de reagir com arrependimento e fé, e fazendo com que de fato assim reajam. As circunstâncias do chamado especial podem variar amplamente. Vemos Jesus lançando convites especiais aos que vieram a formar o círculo fechado de discípulos (Mt 4.18-22; Mc 1.16-20); Jo 1.35-51). Ele destacou Zaqueu para lhe dar atenção especial de modo direto e pessoal, com um poder de persuasão especial não percebido pela multidão ao redor. Vemos outra intervenção dramática de Deus na conversão de Saulo (At 9.1-19). Às vezes, seu chamado assume uma forma mais tranqüila, como no caso de Lídia: "O Senhor lhe abriu o coração para atender às cousas que Paulo dizia" (At 16.14).

O chamado especial é, em grande medida, a obra de iluminação do Espírito Santo, dando ao receptor a capacidade de compreender o verdadeiro significado do evangelho. Essa obra do Espírito é necessária porque a depravação que caracteriza todos os homens os impede de captar a verdade revelada de Deus.

{A primeira obra do Espírito é capacitar os homens a entenderem a obra divina da redenção. Este [a cruz] foi um evento cujo significado era loucura para os gregos e uma ofensa para os judeus. Mas, para aqueles iluminados pelo Espírito, é a sabedoria de Deus. Em outras palavras, Paulo reconhece um significado oculto no evento histórico da morte de Cristo ("Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo", 2 Co 5.19), que não está evidente aos olhos humanos, e só pode ser aceito através de iluminação sobrenatural.[...] Somente através da iluminação do Espírito pode o homem, portanto, confessar o significado da cruz; somente através do Espírito pode o homem entender o significado da cruz; somente através do Espírito pode o homem, portanto, confessar que o Jesus que foi executado é também o Senhor (1 Co 12.3).George Ladd}

O chamado especial ou eficaz abrange, portanto, uma apresentação extraordinária da mensagem da salvação. Ela é suficientemente poderosa para combater os efeitos do pecado e dar condições para a pessoa crer. Ela é também tão atraente que a pessoa de fato crê. O chamado especial é, em muitos sentidos, semelhante à graça preveniente de que falam os arminianos. Difere, porém daquele conceito em dois aspectos. Ele é concedido apenas aos eleitos, não a todos os homens, e leva infalivelmente ou eficazmente a uma resposta positiva da parte do receptor.

4 comentários:

  1. Graças a Deus, consegui dirimir uma dúvida antiga que jazia em minha mente.
    Deus abenço mais ainda este maravilhoso blog.

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  2. Meu caro e querido irmão Wallace (Ekklesia)
    Precisamos em 1º lugar considerar que a eleição é uma escvolha graciosa. A eleição da graça (Rm 11.5; 2Tm 1.9) é um ato de favor desmerecido, gratuitamente demonstrado para com os membros de uma raça caída para a qual Deus nada devia senão indignação (Rm 1.18 e sgs). E não apenas Deus escolheu pecadores para salvá-los de modo a exaltar Sua graça e destacar a pecaminosidade dos mesmos. Ele fecha os Seus eleitos, quer judeus ou gentios, num estado de desobediência e incredulidade, a fim de que exibam seu verdadeiro caráter como pecadores, e apareçam na história como incrédulos confessados, antes que lhes demonstre a Sua misericórdia (Rm 11.30-32; os gentios, 9.30; 10.20, os judeus, 10.19,21; 11.11,25 e sgs. Entendemos, dessa forma, a operação da eleição exibe mais ainda o ncaráter gratuito da graça.
    Respondendo, pois então,não é verdade que sós os eleitos são salvos, pois, Deus escolhe "um povo", e, mesmo depois de escolhido ou eleito, haverá ainda a ação do livre-arbítrio, do qual, todo o ser humano é dotado,podendo, escolher, permanecer ou não, debaixo da eleição de Deus.

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  3. e a de "dupla predestinação" de CALVINO ? ? ?

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