O Ano Novo
É difícil responder se os israelitas do Antigo Testamento comemoravam o "ano novo". Os principais historiadores bíblicos não mencionam nenhuma festa ou comemoração relacionada com o ano novo, mas existem algumas evidências de que, após o período neotestamentário, eles começaram a festejar a data.
É provável que originalmente a contagem do ano iniciasse no mês tishri, compreendido entre os meses de setembro e outubro em nosso calendário. Na época do êxodo, entretanto, o ano novo foi mudado para o mês de nisã, entre março e abril para nós (Êx 12.2).
Ao que parece, durante o exílio babilônico, voltaram a adotar oficialmente a data de setembro/outubro, devido à influência do calendário babilônico. E é provável que, como o correr do tempo, os judeus tenham adotado definitivamente a data babilônica de ano novo. O nome hebraico dessa festa que é relativamente recente é Rosh Hashana, que significa "a cabeça do ano". É improvável que fosse celebrada nos tempos bíblicos, mas alguns anos após esse período o judaísmo a vinculou ao YOM KIPUR, celebrado nove dias depois, dando às dias datas a designação "Dias de Temos".
Essa data (Yom Kipur) tem um significado muito especial não só para os judeus como também para o cristianismo. A Bíblia ensina que, nesse rito religioso, Jesus assume a função de sumo sacerdote. Era um evento espiritual de tal importância que, quando um judeu queria referir-se a ele, bastava dizer: "aquele dia", e todos já sabiam o que queria dizer. Era uma ocasião de reflexão, de arrependimento nacional e de purificação dos pecados, também chamado "Dia da Expiação". Após experimentar profundos sentimentos de arrependimento e tristeza, os participantes se entregavam às alegrias da Festa dos Tabernáculos.
Essa festa era realizada em outubro, antecedendo à Festa dos Tabernáculos. O autor do livro de Atos usa a data como referência para a viagem de Paulo, pois diz que ela se deu após o tempo do Jejum [uma referência ao Dia da Expiação (At 27.9)].
Se pudéssemos contextualizar, na prática, cada ano que somente se inicia, é porque outro encerra. Que balanço fazemos do ano que passou? O que devemos considerar?
Infelizmente "não" fomos instruídos acerca disso, quiçá nem desejamos a instrução, vez que, para cada ano, encontramos uns incentivos modistas como: "vai dar certo este ano", "o que não aconteceu neste ano acontecerá no ano vindouro", "Deus vai fazer muito mais". "Deus fará o melhor".
Expressões assim são comuns em nossos dias. Não é que eu tenha algo contra a "palavra incentivadora", "palavra de vitória". Todavia, não são as minhas "palavras incentivadoras, supostas "profetizadas" que farão as coisas mudarem. Meu desejo não realiza as coisas. Deus é quem o faz. Faz de acordo com a Sua soberana vontade.
O mundo espiritual é quem coordena o mundo físico. Nada terá legalidade na terra sem que seja legalizado primeiro, no mundo espiritual.
O objetivo dessa comemoração era fazer uma pausa para meditação na vida e reflexão sobre as atividades diversas e muito mais, os pecados cometidos. E os fiéis meditavam também sobre os pecados da nação e sua condição espiritual, pois se considerava parte de um todo. Diante de Deus, cada um, além de ser um indivíduo, era parte de uma nação.
Quando é que fazemos isso? Quando nos importamos de fato com a nossa vida espiritual a ponto de meditar, refletir, nos afligir com jejum, rogos, oração, suplicas? Quando foi o ano/dia em que nossos líderes escolheram para sagrá-lo, consagrá-lo, dedicá-lo para como "ano/dia do concerto", "ano/dia do compromisso renovado", etc.?
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