Vida longa ao rei !
A entronização de Saul foi realizada em etapas (1Sm 9-13), elevando-o gradativamente em cada uma delas diante do povo. Primeiro, foi ungido por Samuel (em obediência à ordem de Deus [9.16]) depois que os dois se encontraram quando Saul estava à procura das jumentas extraviadas do pai. Mais tarde, em Mispa, foi destacado por sorte dentre o clã de Matri da tribo de Benjamim (10.21). Conforme Saul mesmo dá a entender, a insignificância política de Benjamim ("a menor de todas as famílias da tribo de Israel"); 9.21 minimizava a ameaça de as outras tribos escolherem um rei de uma delas para governar todas as demais.
A modéstia de Saul também se manifesta em Mispa quando ele se esconde atrás da bagagem na ocasião em que Samuel tenta apresentá-lo (10.20-24). ([Figura marcante, Saul conquistou muito apoio popular; apesar da oposição de alguns agitadores] v.25-27).
O carisma de Saul
A ameaça amonita contra Jabes de Gileade foi a oportunidade dada a Saul para que este confirmasse a sua liderança, o que colocara em prova seus dons carismáticos.
Saul continuava trabalhando no campo (embora tenha sido ungido em particular) quando soube do ataque. As tribos foram reunidas em resposta nacional, e as forças amonitas, destruídas ou dispersas. Talvez Saul considerava Samuel como co-regente ou co-juiz.
Seu sucesso sufocou toda a oposição contra seu reinado. [Reunindo todo o povo em Gilgal Samuel endossou publicamente o reinado de Saul, lembrando que Deus concedera o desejo do povo]. É verdade que nem todos encararam sua ascensão ao trono com satisfação fingida, mas aqueles obstinados não podiam tolerar sua avassaladora popularidade (10.27 e 11.12,13).
Essas histórias de ascensão de Saul ao poder não precisam ser entendidas como relatos separados e independentes, mas talvez como estágios na transição do período dos juízes para o dos reis. Aliás, a variedade delas favorece a autenticidade.
A época exigia algumas proclamações públicas e a manifestação de dons carismáticos para que Saul pudesse ser aceito unanimemente pelas tribos e pelas cidades-estados locais que antes não se consideravam parte de Israel. Ao que parece, a Galiléia e a maior parte de Judá não estavam incluídas no domínio de Saul.
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