sexta-feira, 11 de junho de 2010

A Excelência do Ministério – Parte 1

(I. INTRODUÇÃO)

Baruque – "abençoado" – Foi secretário do profeta Jeremias e por muito tempo serviu o impopular profeta (Jr 32.12 e Jr 36.4). Era da tribo de Judá (Jr 51.59). Foi a ele que Jeremias ditou as suas profecias relacionadas com a invasão dos babilônicos e sobre o cativeiro. Foi isto que ele leu ao povo de uma janela do templo, no quarto ano do reinado de Jeoiaquim, rei de Judá (Jr 36.1-32). Mais tarde, leu-o, em privado, perante os conselheiros do rei; e depois ao próprio rei que, tendo ouvido apenas parte do rolo, o cortou com um canivete e o atirou para o fogo que havia no braseiro da sua casa de inverno, onde ele estava assentado. Durante o cerco de Jerusalém, por Nabucodonozor, foi ele quem guardou o auto de compra que Jeremias fez do território de Hanameel (Jr 32.12). Sendo acusado pelos seus inimigos de favorecer os caldeus, foi preso juntamente com Jeremias, onde ficou até à captura de Jerusalém (586 a.C.). É provável que tenha morrido em Babilónia. Baruque, o escriba que escreveu o livro de lutas e juízos do profeta, estava aborrecido! YAHWEH diz ao escriba que não olhe para si mesmo nem para qualquer recompensa que pense merecer; a mão de YAHWEH só estaria sobre ele se observasse o aviso. Que perspectiva haveria para Baruque? Para quem sonhava com o sucesso, seria obrigado a conviver com um aparente fracasso. Baruque lamentou-se muito, nas suas orações a Deus, por causa de tudo o que havia sofrido, mas apaziguou-se, pois compreendeu que era melhor para ele estar satisfeito com as suas condições de vida (Zr 45.2 a 5.)À semelhança dos recabitas, primemos pela excelência das virtudes cristãs. Caso contrário: seremos tidos como profanos quando da volta do Senhor Jesus. Claudionor de Andrade REFLEXÃO

(II. DESENVOLVIMENTO)

I. QUEM ERA BARUQUE

Filho de Nerias, irmão de Seraías, amigo e secretário do profeta Jeremias (Jr 36.4). Erudito, de nobre família (Jr 51.59), tendo servido fielmente ao profeta. Pelas instruções de Jeremias, escreveu Baruque as profecias daquele profeta, comunicando-as aos príncipes e governadores. Depois da conquista de Jerusalém pelos babilônios (586 a.C.), foi Jeremias bem tratado pelo rei Nabucodonosor – e Baruque foi acusado de exercer influência sobre Jeremias a fim de não fugirem para o Egito (Jr 43.3). Mas, por fim, foram ambos compelidos a ir para ali com a parte remanescente de Judá (Jr 43.6).

1. Pertencia à nobreza de Judá. Baruque fazia parte de uma família de gente bem-sucedida. Seu avô fora governador de Jerusalém, na época de Josias (2 Cr 34.8), e seu irmão, funcionário graduado do tribunal de Zedequias (Jr 51.59). Seraías, seeu tio era Oficial Intendente do Exército – há defensores de que Seraías fosse irmão de Baruque – o certo é que estava bem próximo da nobreza judaica.

2. Era um jovem culto e bem educado. Nos tempos antigos, o aprendizado era muitas vezes restringido às classes superiores e a algumas pessoas que recebiam instrução especial para exercerem a função de escribas. Baruque, estava posicionado assim, entre os mais importantes de Judá e teve acesso ao ensino. Foi o amanuense, secretário ou assistente de Jeremias e serviu o desprezado e rejeitado profeta fielmente. Que belo exemplo a ser seguido por nós hoje, quando nossa liderança carece de ombros fiéis! Baruque era um jovem culto, nobre, inteligente e hábil na arte de escrever, que trabalhava como secretário particular do profeta Jeremias. SINOPSE DO TÓPICO (1)

II. A CORAGEM E O ZELO DE BARUQUE

Baruque foi para Jeremias um fiel secretário, escriba, porta-voz, companheiro e amigo. Foi ele quem escreveu a primeira e a segunda edição do livro que registrava tudo o que Deus havia dito a Jeremias a respeito de Judá, Israel e várias outras nações, desde o 13° ano de Josias (626 a.C.) até o 4° ano de Jeoaquim (609). Jeremias ditava e Baruque escrevia. Foi Baruque também que leu o livro duas vezes, primeiro para o povo reunido no templo em dia de jejum, e, depois, para um seleto grupo de líderes em lugar mais reservado. Depois de ter escrito o livro, Baruque teve uma crise e desabafou: "Ai de mim! O Senhor acrescentou tristeza ao meu sofrimento. Estou exausto de tanto gemer, e não encontro descanso" (Jr 45.3).

1. Cuidava dos negócios particulares de Jeremias. Deus nos chamou à honestidade, mesmo nas pequenas coisas que possamos facilmente ignorar. O sucesso celestial é infinitamente maior do que o terreno. Se formos fidedignos em nossos afazeres aqui, independente da função que ocupamos no Corpo, estaremos aprovados para lidar com a grandeza das coisas celestiais. Como cooperadores da obra do Senhor, tomemos cuidado de manter nossa integridade em todos os assuntos, quer grandes, quer pequenos.

2. Registrava fielmente as palavras de Jeremias. Foi o escriba de Jeremias. Na antiguidade, a maioria das pessoas não podiam aprender a ler e escrever, isso estava reservado à um pequeno numero de pessoas. Baruque teve acesso ao ensino e soube colocar seu conhecimento ao dispor do homem de Deus.

3. Lia as palavras de Jeremias. Primeiro, leu-as diante do povo; em seguida, perante os conselheiros do rei até que, finalmente, foi a mensagem lida diante do mesmo rei pela boca de um príncipe chamado Jeudi (Jr 36.21). Este fato aconteceu no verão de 605 a.C., pouco depois da vitória de Nabucodonosor sobre o Egito. Baruque cuidava dos negócios de Jeremias, registrava e lia as palavras dele com coragem e zelo. SINOPSE DO TÓPICO (2)

III. A EXPECTATIVA DE BARUQUE É FRUSTRADA

Depois de um trabalho muito importante (colocar num livro tudo o que o Senhor tinha dito até então) e de uma oportunidade maravilhosa (ler o conteúdo do livro duas vezes, uma para o povo e outra, para um grupo selecionado de líderes), Baruque entra numa crise emocional séria. Baruque se declara exausto de tanto gemer. A exaustão emocional (da mente) dói mais do que a exaustão física (do corpo) e a exaustão espiritual (da alma) dói mais do que a exaustão emocional. Em alguns casos e em alguns momentos, uma pessoa pode sofrer exaustão física, exaustão emocional e exaustão espiritual.Como os pastores necessitam de secretários como Baruque!

1. A frustração de Baruque. No caso de Baruque, a crise o levou à oração, e oração de desabafo, a mais indicada no caso de exaustão. O desabafo é o ralo por onde se escoam as lágrimas. O escriba estava exausto de tanto gemer, à semelhança de Jó: "As minhas forças estão exaustas" ou "Meu rosto está rubro de tanto eu chorar" (Jó 16.7, 16), e Davi: "Cansei-me de pedir socorro" (Sl 69.3), Agur: "Fatiguei-me, ó Deus, e estou exausto" (Pv 30.1), tão exausto como o próprio Jesus: "A minha alma está profundamente triste até a morte" (Mt 26.38). Baruque queixou-se de que o Senhor não diminuiu seu sofrimento, mas o aumentou. Ao meu ver, a frustração de Baruque adveio por alimentar a mesma expectativa de Deus e de Jeremias quanto ao resultado da leitura do livro: O povo poderia se converter de sua má conduta e, então, receber o perdão do Senhor (Jr 36.3, 7). Mas nada aconteceu. Ao contrário, quando o livro foi lido pela terceira vez, na presença de Jeoaquim, em seu apartamento de inverno, "cada vez que Jeudi terminava a leitura de três ou quatro colunas, o rei cortava com uma faquinha aquele pedaço do rolo e jogava no fogo… até que o rolo inteirinho virou cinzas" (Jr 36.23-24 – NTLH). O mesmo tipo de dor tem atingido muita gente, inclusive Jesus (Mt 23.37-39), Paulo (Rm 9.2) e o próprio Jeremias (Lm 3.48-51). "O sofrimento é o emblema do Messias e de seus discípulos" Para quem esperava um sucesso imediato, Baruque só vê dificuldades e frustrações.

2. A destruição de Jerusalém. Baruque, como é evidente, tinha sofrido em companhia de Jeremias, como resultado da comissão profética de Jeremias. Desesperado e vencido pelas dificuldades, recebe recomendações divinas de não procurar grandezas para si, mas de ser grato a Deus por escapar com vida. Dessa forma, ter a alma como espólio, ou herança, já era um grande negócio.

3. O tratamento recebido por Jeremias. Sua expectativa era de vir a ocupar algum cargo elevado, mas, para sua frustração, não passou de secretário do homem mais odiado em Judá! Deus disse a Baruque o que fala ainda hoje a cada um de nós. Seja o melhor que puder, mas não espere mais do que você é. A ambição egoísta foi inadequada quando a nação enfrentou o julgamento divino, e em outras ocasiões" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 475). Deus explica a Baruque que ele não deveria buscar "coisas especiais" para si próprio. Talvez Baruque buscasse ser tratado de maneira diferenciada – como alguns Baruques de hoje – uma espécie de salvo-conduto – assim como: 'não toqueis no meu ungido' – queria um abrigo onde pudesse se proteger da guerra, da fome e da peste, e encontrar água e comida à vontade e por muito tempo – usufruir da lã das ovelhas a seu bel prazer. Esta mesma expressão "coisas especiais" é traduzida em algumas versões por "grandes coisas", "grandes favores", "grandes projetos", e "coisas grandiosas". Na NTLH (SBB) lê-se: "Será que você está querendo ser tratado de modo diferente?" A Bíblia Viva (Ed Mundo Cristão) traz um texto mais contundente: "Você pensa em ajuntar riquezas? Não estamos na época de pensar nisso. Pare de correr atrás do dinheiro" – Há se esta versão fosse a mais lida por nós!.

4. As acusações contra Baruque. Além do mais, Baruque chorava porque corria risco de vida, porque estava por dentro das iniqüidades praticadas pelo povo, porque tinha conhecimento do juízo de Deus prestes a se abater sobre o povo e porque ele próprio estava ao alcance das desgraças que se sucederiam, mesmo não participando da corrupção generalizada. Baruque sofreu grande frustração em seu ministério e vida pessoal, porquanto esperava sucesso, reconhecimento e prestígio de Jeremias e do povo. SINOPSE DO TÓPICO (3).

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