" A MULHER, SUBALTERNA E CALADA?"

A irmã Gisele Padrão comenta e pergunta:

Muito bom o senhor ter ressaltado nossa importância pastor, mas fica ainda a dúvida do nosso não reconhecimento por parte de Paulo quando escreve a carta a igreja de corinto. Queria saber porque ele põe a mulher numa posição tão subalterna quando escreve a carta  a essa igreja(de corinto), não lhes dando direito nem ao menos de falarem na igreja?

Não falarei sobre o tratamento dado a mulher nos tempos bíblicos, porque já o fiz em uma postagem  para homenagear todas as mulheres.

Corinto tinha uma amalgamação de várias religiões. Pelo fato de ela ter começado como uma colônia romana, a "deusa Roma" tinha de ser adorada, juntamente com a deificação dos Césares. os deuses romanos Júpiter, Marte e Vênus (substituindo os mesmos deuses gregos com nomes latinos) também eram adorados. Os deuses gregos da cura (Esculápio) e Sol (Apolo) tinham muitos seguidores. O deus e a deusa egípcios Serápis e Ísis também também tinham seu templo.

Cada religião do mundo conhecido estava representada em Corinto. Em meio a todas as religiões pagãs, os judeus mantinham sua adoração monoteística de Jeová, em seus sinagogas.  Por causa do alto  conteúdo moral da religião judaica, muitos gentios eram atraídos a esta religião.

Mas a religião principal era a adoração de Afrodite. Esta era originalmente a licenciosa Astarte fenícia, deusa da fertilidade. Trazido para Corinto do Oriente, um templo, que podia ser visto de toda parte da cidade, foi construído no topo de Acro Corinto. A natureza licenciosa da "adoração" era provida por mil sacerdotisas, prostitutas sagradas, dedicadas à glória da deusa.

Este culto era promovido pela cidade, e pessoas de toda parte do mundo iam a Corinto para contemplar a beleza do templo e participar de sua "adoração". Porque este culto era promovido pela cidade, de cada mulher responsável, na cidade, se exigia prestar o sacrifício de dois dias por ano a Afrodite. Os ajuntamentos eram promovidos em praça pública, palanques etc. Normalmente quem liderava, era alguém do sexo feminino.

O símbolo para tal serviço, fosse pela sacerdotisa ou pelas "mulheres responsáveis", era um cabeça raspada. Uma mulher com o cabelo curto era olhada como quem estava "serviço" ou recentemente havia terminado seus deveres cívicos no templo. O lucro gerado por este culto era, provavelmente, maior que o de qualquer outra simples fonte.

Daí o apóstolo Paulo "exagerar" na assertiva de que  "as mulheres deveriam ficar caladas". Não que ele nutrisse qualquer desconsideração pela mulher, sobretudo, pelo seu zêlo, quiçá, hoje, considerado por nós como ultrapassado, referia-se ao fato de que, uma mulher fazendo uso da oratória em um culto a Deus, poderia ser confundida como alguém, a serviço do templo da deusa Afrodite, e, até mesmo o Culto a Deus ser interpretado como um ajuntamento comum aos idólatras e adeptos da licenciosidade tão natural naquela época.

Se notarmos, bem o costume da cidade e, tudo o que postei acima, entenderão, também, muitos costumes que hoje temos em algumas igrejas. Todavia, devemos considerar que havia realmente um justo motivo para preocupar o apóstolo com tais exposições.

Espero que tenha entendido minha querida irmã Gisele