O internauta, irmão Walter Paulino me escreveu:
"Fala varão!!!
A Paz do Senhor!
Me dê uma luz aqui: Eu quero levar os meus alunos a raciocinar um pouquinho e quero propor a eles responder a seguinte pergunta:
"Qual (ais) as diferenças existentes entre o arrependimento de Deus e o arrependimento do homem?"
Eu estava seguro de que basicamente (digo basicamente porque a maioria é adolescente e não dá prá aprofundar muito...) a diferença estava em Deus se arrepender de algo que ele havia dito que faria e, pelo "consertar-se" do homem, ele não faria mais. Mas me deparei com o texto de Gn 6.6 e 1 Sm 15.35, pois nestes casos por exemplo, Deus já havia feito.
O que posso dizer a eles???
Inclusive é uma questão boa para ser explorada em seu blog, caso ainda não tenha falado, pois muita gente anda dizendo por aí que Deus não se arrepende.
Te aguardo "teacher".
Shalom"
"Varão" Paulino, vamos verificar, em primeiro lugar a aplicação do termo "arrependimento":
- Este termo é empregado na Bíblia em relação ao homem e a Deus. Quando o termo está ligado ao homem, não se apresenta qualuqer dificuldade quanto ao entendimento, entretanto, quanto a Deus, merece um estudo mais pormenorizado.
- Quando o homem peca e resolve mudar, retornando para Deus por ter transgredido à Sua Lei e Sua Vontade, o termo arrependimento é bem empregado e sua aplicação alcança guarida de fácil entendimento;
- O arrependimento do do homem, conforme preceitua a Palavra de Deus, implica, não somente o fato dele cair em si, arrepender-se e sentir tristeza de coração, sobretudo, seu retorno a Deus;
- Podemos tomar como exemplo o caso do Filho Pródigo: "Levantar-me-ei e irei ter com meu pai";
- Isso é arrependimento humano, motivado por Deus;
- A mesma palavra “arrependimento” (derivada do latim repoenitere) é usada nas traduções da Bíblia para designar tanto comportamentos humanos como atitudes divinas que são distintos em natureza, e que foram expressos por palavras diferentes nas línguas originais das Escrituras. O genuíno arrependimento humano para a salvação é descrito pelos termos hebraico shubh e gregos metanoeo (verbo) e metanoia (substantivo), que denotam uma mudança de mente, envolvendo tristeza, completo abandono do pecado e um sincero retorno a Deus;
- Arrepender-se, é andar em sentido contrário àquele em que se vinha andando;
- Já o arrependimento divino é expresso através das palavras hebraica naham e grega metamelomai, que não sugerem qualquer mudança intrínseca na mente de Deus, “em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1.17), mas apenas uma alteração em Sua atitude para as criaturas;
- Neste caso, o emprego do termo é um "antropatismo"; isto é, atribuir à divindade sentimentos e modo de ser e adgir próprios do ser humano, para que desta maneira Deus se faça entender ao homem;
- Trata-se de uma figura de linguagem comum na Bíblia Sagarada. É necessário, antes de tudo, considerar o contexto bíblico geral sobre o caráter de Deus e os princípios elementares da Hermenêutica sagrada exarados no próprio texto bíblico;
- Essa alteração é decorrente de uma mudança radical no comportamento humano, que acaba impedindo o recebimento por parte dos seres humanos de uma bênção divina que lhes fora prometida ou de um castigo divino que lhes deveria sobrevir;
- O próprio Deus advertiu o Seu povo da condicionalidade de Suas bênçãos e de Seus castigos em Jeremias 18.7-10: “No momento em que Eu falar acerca de uma nação ou de um reino para o arrancar, derribar e destruir, se tal nação se converter da maldade contra a qual Eu falei, também Eu me arrependerei do mal que pensava em fazer-lhe. E, no momento em que um falar acerca de uma nação ou de um reino para o edificar e plantar, se ele fizer o que é mal perante Mim e não der ouvidos à Minha voz, então, Me arrependerei do bem que houvera dito lhe faria.”;
- Esse princípio é claramente ilustrado na experiência dos antediluvianos e dos ninivitas. Em Gênesis 6.6 e 7 é dito que Deus “Se arrependeu” de ter criado a raça humana, não porque Ele houvesse mudado, mas porque os antediluvianos se haviam degenerado a tal ponto que a única solução para eles seria a sua destruição (ver Gn 6.5). Por semelhante modo, Jonas 3.10 diz que “Deus Se arrependeu do mal que tinha dito” trazer aos ninivitas, não porque Ele houvesse mudado,mas porque estes se converteram completamente de seus maus caminhos (ver Jn 3.5-9);
- Por outro lado, quando a Bíblia diz que Deus não é homem para que Se arrependa (ver Nm 23.19; 1 Sm 15.29; Sl 110.4; Hb 6.17), ela está descartando a possibilidade de haver qualquer mudança intrínseca na pessoa de Deus, que O levasse a ser injusto e desleal em Seu relacionamento com os seres humanos (ver Dt 7.9 e 10);
- Por fim, o sentido de Deus "arrenpender-se" é, Deus sentir pesar pela ação pecaminosa deliberada e rebelde do proceder do homem e, deixar de fazer o que afirmou que faria ao homem, (abençoá-lo, sustar a bênção prometida, ou castigá-lo), por este mudar o seu proceder, voltando-se para Deus, ou deixando-o;
- Em outras palavras, Deus é fiel e justo, e jamais deixará de recompensar as boas ações e de punir os maus atos, bem como de reconhecer todas as possíveis mudanças no comportamento humano.
Espero que estas singelas anotações possam auxiliar em suas atividades junto aos seus alunos.
Shalom
mto orbigada pelo esclarecimento pastro, aquele comentario sobre a linguagem origianl, foi d+, me esclareceu mto.
ResponderExcluirgloria a Deus pela sua vida.
Paz!!