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A validade do testemunho de Jesus é devido à sua vinda do céu, 3.11-13
ii. O pai dramatiza seu testemunho nas obras de Jesus. As “obras” de Jesus, assim como suas “palavras”, foram-lhe dadas por Deus, de modo que são realmente obras de Deus, um dramático testemunho para a condição única de Jesus como filho. Do mesmo modo que Ele pode dizer: “O meu ensino não é meu, e sim daquele que me enviou”, 7.16, assim pode Ele falar das “obras que o Pai me confiou para que a realizasse”, 5.36; cp. com 5.19-30 e 10.31-39.
Assim, o Filho age “da parte do Pai”, 10.32, e o Pai age no Filho, 10.38; 14.10. As obras são do Pai, embora realizadas por meio do Filho. Este duplo testemunho de palavras e obras deveria ter sido adequado para aceitar a fé , 14.11, e na realidade muitas pessoas simples vêem as obras, 6.14, ouvem palavras, 7.40,41 e crêem, 11.45.
Mas como realmente suas obras transmitem uma mensagem sobre Ele ? A palavra característica de João para os milagres de Jesus é “sinais”, porque eles contêm a mensagem que a fé pode discernir.
Nicodemos está muito certo ao declarar que Jesus pode realizar tais “sinais”, somente Deus com Ele: “... é Mestre vindo da parte de Deus”, 3.2. Mas, indicam eles alguma coisa mais sobre Jesus, além desta mera percepção? Nicodemos está confuso.
Alguns da multidão em Jerusalém pensam que os sinais provam que Ele é o Cristo, 7.31. Outros, porém, discordam: os irmãos de Jesus, por exemplo, vêem os sinais e não lhes atribuem valor, 7.3-5. Mesmo quando as pessoas crêem por causa dos sinais, Jesus é, apesar disso, muito cauteloso a respeito da qualidade de sua fé, 2.23-25.
O fato é que os sinais podem somente falar se forem interpretados, e é o que João se propõe fazer. Assim, por exemplo, a cura de um homem aleijado em 5.1-9 não mostra somente o extraordinário poder ou misericórdia de Jesus: antes mostra sua autoridade para dizer ao povo de Deus o que ele pode fazer no sábado, e posteriormente revela seu relacionamento peculiar com o Pai, porque Ele exibe as “obras” do próprio Deus por meio de sua ação, 5.9-20.
De modo semelhante, a alimentação de cinco mil pessoas, 6.1-14 é depois interpretada pelo demorado diálogo que se segue, no qual Jesus se proclama “o pão da vida”, 6.25-59. A escolha de João dos sinais para incluir em seu Evangelho, 20.30,31 é feita claramente por causa da crescente mensagem que ele quer tirar de cada um.
Mas, como pode João convencer seus leitores de que tinha interpretado corretamente os sinais de Jesus ?
Com o passar do tempo, certamente, tal convicção seria a obra do Espírito Santo, 16.8-11. Porém, um fator importante aqui, especialmente para os leitores judeus, era o Antigo Testamento.
iii. O Pai escreve seu testemunho nas Escrituras do Antigo Testamento.
· “Examinai as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna e são elas mesmas quê testificam de mim. Contudo não quereis vir a mim para terdes vida”,5.39,40.
· Supremamente e por fim, o testemunho do Pai sobre seu Filho está escrito nas Escrituras, como asseveram estes dramáticos pronunciamentos.No desenvolvimento destas declarações, João recorre ao Antigo Testamento através de seu Evangelho, tanto por citação direta, cf 2.17; 12.37-41; 19.36,37, e freqüentemente por alusão aos textos ou temas do Antigo Testamento. Seu propósito ao usar este recurso é mostrar que somente Jesus faz sentido no Antigo Testamento.
Por exemplo a afirmação em 5.46 de que Moisés escreveu a respeito de Jesus leva-nos ao capítulo 6, no qual o papel de Moisés como o Salvador de Israel,aquele que o tirou do Egito, é comparado ao que Jesus agora oferece. Uma multidão está a caminho de Jerusalém para a Páscoa, 6.4, a festa em que o êxodo do Egito é comemorado. Jesus os alimenta miraculosamente, tal Omo Moisés fez naquela época.
Alguém na multidão percebe a semelhança e declara que Jesus pode ser o “profeta como Moisés”, 6.14. Então Jesus dirige-se a eles, 6.25-59, e lhes diz que :
· Moisés não alimentou Israel; foi Deus quem o fez , 6.32.
· O maná era alimento puramente físico , e em nada contribuiu para salvar Israel do terrível inimigo – o pecado e a morte, 6.49. Moisés, o supremo receptor e comunicador da lei não podia satisfazer às necessidades mais profundas do gênero humano.
· Agora Deus provê o alimento que dá “vida eterna “. E finalmente satisfaz àquelas necessidades – o próprio Jesus, 6.35.
· O próprio Antigo Testamento reconhece a necessidade de mais do que Moisés deu; porque os profetas olham à frente para um tempo em que “serão todos ensinados por Deus”, 6.45, citando Isaías 54.13. Aquele tempo chegou agora!
O desafio de João aos seus leitores é o mesmo de Jesus aos fariseus em 7.24, em que o significado da circuncisão está em discussão: “Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça”. Se eles reavaliarem sua compreensão das Escrituras, verão como Jesus as cumpre.
Aleluia!!
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