segunda-feira, 5 de abril de 2010

ADULTÉRIO: EVITANDO UMA REAÇÃO QUíMICA - Parte 2

ADULTÉRIO: EVITANDO UMA REAÇÃO QUíMICA

Quando você se encontra conectando-se com uma outra pessoa que não seu marido ou esposa, certamente já iniciou-se uma jornada que freqüentemente termina em adultério ou divórcio. A questão porém, é: como você pode se proteger e guardar-se puro num contexto desses? 1 - Tome Precauções Certo pastor viu-se atraído em seus pensamentos por uma jovem funcionária da sua igreja. Depois de meses de racionalizações, ele finalmente admitiu a si mesmo que estava constantemente buscando razões para se encontrar com aquela pessoa. Ele resolveu assumir a seguinte postura: "Eu só me encontrarei com ela quando for apenas e estritamente necessário, e gastarei apenas um tempo mínimo. Só nos encontraremos no escritório, e tanto quanto possível na companhia de outras pessoas." Com o passar de alguns meses, seu relacionamento com aquela pessoa voltou ao estado original, um relacionamento saudável, da mesma maneira como para com outras colegas de trabalho. Algumas precauções dentro deste processo devem ser incluídas, até mesmo posições mais radicais, como por exemplo as de Rick Warren, um dos mais bem sucedidos pastores dos Estados Unidos. Após assistir a tantas quedas morais, Rick se sentou e escreveu os Dez Mandamentos para a sua equipe de trabalho. 1 - Não visitar pessoas do sexo oposto a sós. 2 - Não aconselhar pessoas do sexo oposto a sós no escritório. 3 – Não aconselhar pessoas do sexo oposto mais de uma vez sem a presença do cônjuge. 4 - Não tomar refeições a sós com pessoas do mesmo oposto. 5 - Não beijar pessoas do sexo oposto ou demonstrar atos de afeição que possam ser questionados. 6 - Não discutir detalhes de dificuldades de ordem sexual com pessoas do sexo oposto, quando em aconselhamento. 7- Não discutir detalhes de problemas de ordem sexual do seu casamento com pessoas do sexo oposto. 8 - Muito cuidado ao responder cartões, cartas ou bilhetes a pessoas do sexo oposto. 9 - Faça da sua secretária a sua protetora aliada. 10 - Ore pela integridade moral de outros membros da equipe. Estas posições certamente podem nos levar a suspeitar de toda e qualquer relação com o sexo oposto, o que nos criaria perspectivas doentias. Um simples beijo no rosto, ou qualquer ato de afeição, não pode estar envolta o tempo todo dentro de precauções. O excesso de precaução pode nos levar a desenvolver uma mente maldosa, que vê o pecado a que buscamos evitar nos gestos mais simples. Em que pese tudo isso, essas precauções devem nos chamar a atenção para cuidarmos melhor desta área de nossa vida. Dietrich Bonhoeffer, em seu livro, "Tentações" declara: Quando a cobiça assume o controle, Deus se torna irreal para nós. Bonhoeffer está absolutamente correto. Quando cobiça e paixão sexual ilícitas passam a nos consumir, ao mesmo tempo, Deus passa a ser uma presença opaca, distante e irreal. Surgem as racionalizações, nos tornamos insensíveis a uma tragédia que pode estar prestes a tomar lugar. Estou convencido de que o primeiro passo a ser tomado, com o objetivo de derrotar a tentação sexual, é simplesmente fugir dela. Creio que exatamente isso que Paulo estava comunicando a Timóteo quando lhe disse imperativamente: "Foge das paixões da mocidade" (II Timóteo 2:22) A mesma recomendação foi dada à igreja em Corinto: "Fugi da impureza!" Em outras palavras: não se coloque numa posição na qual tenha de testar sua própria resistência. Excelentes ilustrações destes momentos de tentação seriam: Capítulo I "Andei por uma rua. Havia um buraco profundo na calçada. Caí dentro do buraco. Estou perdido. Não tenho nenhuma ajuda. Porém, a culpa não é minha. Vai levar muito tempo para eu sair daqui." Capítulo II "Andei pela mesma rua. Havia um buraco profundo na calçada. Fingi que não vi. Caí novamente. Não posso crer que estou no mesmo lugar, mas a culpa não é minha. Vai levar muito tempo para eu sair daqui." Capítulo III "Andei pela mesma rua. Havia um buraco profundo na calçada. Vejo que o buraco está ali. E, ainda assim eu caio dentro dele. Isso se tornou um hábito. Meus olhos estão abertos. Sei onde estou. A culpa é minha. Vou sair daqui imediatamente." Capítulo IV Andei pela mesma rua. Havia um buraco profundo na calçada. Eu passei de lado." Capítulo V "Fui por uma outra rua." Tenho conversado com alguns líderes que caíram em adultério, e eles, de um modo geral, tem expressado uma certa surpresa em relação a como tudo aconteceu. Falam como se tivessem sido levados por uma irresistível força da natureza. Porém, é bom lembrar, ninguém cai em um precipício se mantiver uma distância segura. Mas, ao invés disso, eles se chegam cada vez mais ao abismo, até o momento onde o perigo acaba se tornando uma ameaça mortal. 2 - Preste Contas da Sua Vida a Alguém. Talvez esta seja a área que mais se fala e menos se pratíca. No meu contato com líderes cristãos, tenho chegado a uma conclusão: quanto mais proeminentes se tornam, mais necessidade tem de se prestar contas da sua vida. Porém, infelizmente, é o inverso que ocorre. À medida que a igreja cresce, ou o ministério se expande, freqüentemente o líder passa a conhecer as pessoas num nível ainda mais superficial, com os que estão ao seu redor assumindo o seguinte raciocínio: "Quem sou eu para questionar se a decisão que ele está tomando é a melhor ou não?" O fato é que muitos pastores, em igrejas pequenas, também se sentem isolados e solitários no que se refere à tentação na área sexual. Já faz alguns anos que estabeleci um sistema de prestação de contas da minha vida a um grupo de reduzido de companheiros. Eles são meus amigos e estamos comprometidos uns com os outros nos "regozijos e sofrimentos", (I Cor.12:26). Nos abrimos, falando sobre o estado espiritual de nossas vidas. Compartilhamos alegrias, lutas e tentações. Confesso que nem sempre é agradável receber o telefonema de um deles, questionando uma determinada área de minha vida pessoal. Mas é compromisso com Deus e com eles ser aberto, vulnerável e transparente. Afinal, estes indivíduos, dentro do Corpo de Cristo, são instrumentos de cura para a minha própria vida. Estou absolutamente convencido de que a arma mais eficiente que o inimigo tem em suas mãos é a de manter os cristãos distantes uns dos outros. Quando não prestamos contas da nossa vida a alguém, quando não mais falamos sobre as questões que realmente afligem a nossa alma, passamos a viver a síndrome de ilha, e fatalmente nos tornamos vulneráveis a uma série de mazelas. Tiago estava absolutamente correto quando afirmou: "Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados." (Tiago 5:16). Aprendi há muito tempo atrás, que, para ser vitorioso na vida cristã, não apenas preciso da ação do Espírito Santo, mas também da ajuda dos meus amigos. Preciso, indispensavelmente, do poder do Espírito Santo, mas também da confiança e do amor de alguns irmãos que possam me fazer perguntas difíceis como: - "Nélio, você está investindo tempo em Deus? Como vai a sua vida mental (pureza)?; Tem abusado do seu poder como líder?; Tem andado em obediência a Deus; Tem mentido prá mim, em algumas das perguntas anteriores que lhe fiz?" Howard Hendricks, há alguns anos atrás, afirmou que, segundo sua observação ao estudar um grande número de líderes que fracassaram moralmente, existem três denominadores comuns, e pelo menos um deles está presente em cada caso estudado: 1) Esses indivíduos não gastavam tempo com Deus 2) Não prestavam contas da sua vida 3) Eles nunca imaginaram que isso poderia acontecer com eles. Quando me deparei com essa afirmação, confesso, me apavorei. Inicialmente, meu raciocínio foi:

- "Ei! Tenho uma esposa maravilhosa, tenho um bom casamento, amo a Deus, isso nunca poderá acontecer comigo." Porém, me dei conta de que existem muitos companheiros que amam tanto a Deus como eu, estão servindo a Deus de uma maneira muito mais eficiente do que eu e, ainda assim, em algum tempo, em algum lugar, eles caíram. Ao pensar nisso, acabei me transformando num covarde. Tenho um temor tremendo de uma queda moral e não me envergonho de admitir. E, como fruto desta reflexão, quero lhe dar o terceiro passo prático de como evitar uma química errada.

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