" O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO" Parte 10

continuação

A este ponto é espontânea a pergunta: ‘Se ele tem uma certa medida de Espírito Santo, para que lhe serve o batismo no Espírito Santo?’ Ou em outras palavras: ‘O que tem mais que ele um crente que pelo contrário foi cheio de Espírito Santo?’ A resposta é a seguinte: o batismo no Espírito Santo lhe é necessário para receber poder do alto e isto porque Jesus disse aos seus a respeito do batismo no Espírito Santo que haveriam de receber: "Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra" .

Eis então o que distingue quem recebeu o batismo no Espírito Santo de quem ainda não o recebeu, o poder. Sobre isto não há a mínima dúvida. E as línguas? Evidentemente também as línguas serão um sinal que distingue o crente cheio de Espírito Santo daquele que ainda não o está. Mas a este ponto é necessário explicar alguma coisa sobre as línguas e precisamente sobre a sua utilidade que quase nunca é dita, ou seja, que quem fala em outra língua fala a Deus.

E o que diz a Deus? O apóstolo Paulo explica que ele em espírito fala mistérios. E de que espécie são estes mistérios ele o explica quando faz perceber que ele ora e intercede em outra língua, dá graças a Deus em outra língua, canta em outra língua. Não importa se o crente fala em só uma outra língua estrangeira ou em várias línguas estrangeiras (neste caso ele tem também o dom da diversidade de línguas), o crente fala a Deus. E’ útil falar a Deus? Com certeza que o é. Neste caso o crente intercede pelos santos em outra língua pedindo a Deus coisas por meio do Espírito Santo (a ele desconhecidas, mas conhecidas pelo Espírito), rende graças a Deus pelos seus benefícios, canta os seus louvores em línguas estrangeiras com palavras espirituais.

Tudo isso, pois acontece pelo Espírito Santo na boca do crente; tudo isto em outra língua, sim, em outra língua. Quem pode dizer que estas coisas não são úteis? Ninguém. Então a falta da capacidade de falar em outras línguas não faz mais que não permitir ao crente orar em outra língua, de cantar em outra língua, de dar graças em outra língua. Alguém porventura dirá: ‘Mas a mim me basta orar e interceder, dar graças e cantar a Deus em português de modo que percebo tudo’. Irmão, este falar não é correto, porque se Deus quis providenciar aos seus filhos a maneira para lhe orar, lhe dar graças, e lhe cantar em outra ou outras línguas, não se pode dizer que basta falar a Deus em português.

E cuida bem que quem estabeleceu isso foi Deus, aquele mesmo Deus que fez todas as coisas com a sua infinita sabedoria. Seria como dizer que eu posso caminhar também só com uma perna! Não digo que não possa caminhar na mesma, procuro moletas e caminharei também eu. Mas certamente não poderei correr, não terei as mesmas capacidades de quem tem duas pernas.

Então, querendo, tu podes também continuar a orar, a dar graças a Deus e a cantar a Deus apenas em português, mas certamente terás limites, porque além de um limite não poderás ir, coisa que ao invés poderá quem fala em outra língua. Então, não é a pertença a Cristo que distingue quem fala em outras línguas pelo Espírito de quem ainda não fala em línguas; não é a salvação que o primeiro possui enquanto o segundo não, mas outra coisa, a saber: o poder e a capacidade de orar, dar graças e cantar em outra língua, em outras línguas orar, dar graças e cantar pelo Espírito.

A correta expressão então a usar com os irmãos que ainda não falam em outras línguas é: ‘Estes irmãos ainda não foram batizados com o Espírito Santo pelo que ainda não receberam poder do alto, e a capacidade de orar, dar graças e cantar a Deus em outras línguas pelo Espírito Santo. Naturalmente também esta expressão aborrecerá alguém que ainda não foi batizado com o Espírito Santo, mas neste caso ela é verdadeira.

Termino de responder a esta pergunta dizendo o quanto se segue: quem foi batizado no Espírito Santo não está mais salvo do que quem ainda não foi batizado com o Espírito; quem foi batizado com o Espírito não é mais importante aos olhos de Deus do que quem ainda não o foi; quem foi batizado com o Espírito não é um crente de primeira categoria enquanto quem ainda não foi batizado é de segunda categoria; o primeiro e o segundo são ambos irmãos, se devem receber em Cristo e respeitar, amar e ajudar. Quem já foi batizado no Espírito Santo deve, porém dizer a verdade também sobre esta parte do conselho de Deus, ou seja, que quem não fala em outra língua não foi ainda batizado no Espírito; isso o deve dizer mesmo a custo de ofender quem ainda não fala em outra língua.

Diante de tudo isso que vimos anteriormente, resta-nos encarar a seguinte realidade: não há como viver uma vida cristã dinamitizada sem ser Batizado no Espírito Santo. Tal acontecimento torna-se fundamental e necessário para que o cristão tenha uma vida cheia de poder e virtude. Vemos isso na vida da Igreja primitiva, na vida dos apóstolos e também na vida de muitos cristãos que decidiram buscar decididamente o revestimento de poder para sua caminhada. Que Deus, na sua infinita graça e misericórdia crie em cada crente o desejo ardente de buscar esse sublime poder que vem do alto. Amém!