quinta-feira, 26 de julho de 2012

A Mensagem de Joao, o batista





 
 
Havia um homem chamado JOÃO BATISTA que apareceu no deserto da Judéia anunciando uma mensagem. Quem era João? A Bíblia não se preocupou em detalhar a chegada deste homem. Não temos informações de onde estudou, o que fazia na sua infância, adolescência e juventude ou qualquer outro detalhe que pudesse qualificá-lo para estar pregando. O que é maravilhoso! Pois um João ninguém aparece em cena, sem ser anunciado, e torna-se a maior voz profética de todos os tempos.


Mas a Bíblia revela informações sobre seus pais, a forma sobrenatural que fora concebido, seu encontro com Jesus ainda no ventre de sua mãe, que o seu nascimento trouxe grande alegria (Sem João, não haveria de chegar Jesus) para muitos, suas palavras uniriam pais e filhos, transformaria a desobediência em prática de justiça, que teria um estilo de vida não muito convencional, que viveria no deserto, que a mão do Senhor estaria sobre ele e que sobre ele estaria a missão de preparar o caminho para o Reino de Deus na Terra.

João Batista foi uma daquelas pessoas que não nasceu para passear na Terra. João, assim como nós, nasceu com uma missão a cumprir nesta vida e nada pode impedi-lo de viver as páginas que Deus escreveu para ele.

Na verdade Deus encontrou em João Batista um homem segundo seu coração. Alguém inquieto e sem atrativos, porém fiel às virtudes mais simples; um homem para quem a carne e o clamor do mundo pou¬co significavam. Este, verdadeiramente, era um homem digno da mensagem que lhe foi confiada.

Embora crescido em meio a um regime ascético e na mais rígida simplicidade, João Ba¬tista era, na verdade, descendente de nobre linhagem sacerdotal, tanto por parte materna quanto paterna. Seu pai, Zacarias, era sacerdote do oitavo turno de ministração, correspondente ao turno de Abias (1 Cr 24.10, 2 Cr 8.14, Ne 12.4-17, Lc 1.5). Isabel, sua mãe, era descendente da casa sacerdotal de Aarão. As circunstâncias sobrenaturais que cercaram sua concepção e seu nascimento estão atentamente descritas no primeiro capítulo do Evangelho de Lucas. Isso, de certo modo, denota a importância que a Igreja primitiva atribuía ao seu trabalho profético, como predecessor do Messias.



Escolhido e separado desde o ventre materno (Lc 1.15), João Batista preparou-se para seu árduo ministério profético retirando-se para o Deserto da Judéia, na região oeste do Mar Morto, sob cuja aridez despendeu boa parte de sua vida. Vestia-se de maneira rude, à moda típica dos profetas (Mt 3.4 e 2 Rs 1.8) e alimentava-se segundo as escassas possibilidades oferecidas pela região. Assim, podemos concluir que nenhum lugar é tão remoto para que o excluamos das visitações da graça divina.

Tanto quanto a santidade e a consagração a Deus, João Batista trouxe como marca de seu ministério profético a coragem e da determinação com as quais exortava o povo, sem acepção de pessoas.

Foi um homem que nunca deixou de falar o que Deus lhe ordenava. João Batista sabia que deveria confrontar o pecado e o erro porque agindo diferente estaria desonrando a Deus. (Mt 3.7-8)

A corrupção que imperava em meio aos coletores de impostos, assim como a inquietude que rondava os soldados foram, da mesma sorte, publicamente desafiadas por João Batista (Lc 3.10-14).

João Batista não parece ter conhecido limites em sua fidelidade para com o Senhor. Nem mesmo os pecados praticados pelo déspota Herodes Antipas, governador da Judéia, deixaram de ser denunciados por este corajoso homem de Deus, que sabendo de sua responsabilidade e lealdade, desprezou as terríveis conseqüências de suas palavras.



Embora o tirano prezasse intimamente a João (Mc 6.20), isso não o impediu de lançá-lo no cárcere da isolada Fortaleza de Maquiros, na costa oriental do Mar Morto. Ali, durante os excessos de sua festa natalícia e no devaneio protagonizado pela sensual filha de Herodias, cujo nome, segun¬do Flávio Josefo, era Salomé, mandou-o decapitar.

A coragem e a determinação mostradas pelo profeta em seu ministério foram lembradas de maneira especial pelo próprio Senhor Jesus, no teste¬munho de Mt 11.7-11.

“(…) Que saístes a ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento?

Sim, que saístes a ver? Um homem vestido de roupas finas? Ora, os que vestem roupas finas assistem nos palácios reais.

Mas, para que saístes? Para ver um profeta? Sim, eu vos digo, e muito mais que profeta.



(…)Em verdade vos digo: Entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior que João Batista (…)”João Batista é a única pessoa do Novo Testamento, exceto Jesus, cuja obra foi predita no Antigo Testamento. Em Isaías 40.3 ele é a voz do que clama no deserto e prepara o caminho do Senhor.

João Batista veio para dar testemunho de Jesus: Este veio para testemunho, para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele (Jo 1.7). Nessa sua missão lemos do testemunho de Jesus nos versículos 7,15,32 e 34. São algumas das verdades que João afirmou:



a) Que Jesus era a luz dos homens;

b) Que o que veio depois dele, era antes dele;

c) Que ele mesmo não era o Cristo;

d) Que era apenas uma voz;

e) Que Jesus era infinitamente mais digno do que ele;

f) Que Jesus era o Cordeiro de Deus;

g) Que o Espírito Santo desceu sobre Jesus;

h) Que Ele era o Filho de Deus (“A Bíblia Explicada”, p. 374).



João testemunhou de Jesus, mas Jesus fez questão de dar sua opinião sobre João Batista. Disse ele:

Mais do que um profeta. Fala dele como…muito mais do que profeta (v. 9); Não era nenhum volúvel, e sim um espírito forte: não era …uma cana agitada pelo vento… (v. 7);



O maior dos nascidos de mulher: Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João o Batista… (v. 11) (“A Bíblia Explicada”, p. 316).

O que João fez e disse para que Jesus o elogiasse desta maneira? O que preenchia o coração de João que chamou tanta a atenção de Jesus?



Imediatamente podemos dizer que não existem adoradores de João Batista. Este homem cumpriu o que disse, e o que disse agradou o coração de Deus como poucos: ”Que Ele cresça e que eu diminua”. Muito embora sendo a pessoa mais importante até hoje nascida de mulher, mais que qualquer outra, João nunca esqueceu de seu lugar e por isso nunca tomou o lugar de Jesus.

Somos apresentados a João Batista que apareceu no meio de trevas morais e religiosas. Sua vinda cumpriu promessa feita na Palavra de Deus (João 1.6-8). João veio como luz, não como foco de atração, mas para refletir a luz que lhe foi dada de modo que, por seu intermédio, os homens fossem atraídos para a Fonte de luz. Seu ministério não devia atrair os homens para si próprio, mas para a Luz. Por isso, quando os homens vieram a João e lhe perguntaram se ele era o Messias, ele disse que não. Ele era uma luz para trazer os homens a Cristo.

Tão arrebatadora foi sua autoridade diante das multidões que muitos se convenciam de que o rude ermitão poderia não ser apenas mais um dentre tantos profetas, mas o pró¬prio Messias (Lc 3.15), aquele sobre quem brilharam as luzes proféticas desde a Antigüidade. No entanto, a possível tentação de usurpar uma posição espiritual para a qual não fora designado não encontrou guarida no fiel coração de João Batista. Diante das constantes indagações populares acerca de sua suposta messianidade, João contundentemente afirmava:



“(…)Eu não sou o Cristo, mas fui enviado como seu precursor”Jo 3.28

“(…) Após mim vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de, curvando-me, desatar-lhe as correias das sandálias.”Mc 1.7

João Batista morreu cumprindo a sua missão como já foi dito. Mas devemos nos lembrar de um fato: o rei Herodes, responsável por sua morte, morreu também. Afinal, tais fatos se deram há cerca de dois mil anos. Quanto a isso não houve diferença entre os dois, assim como não há diferença entre eles e nós (somos todos mortais). A distinção residiu no que cada um fez durante a sua vida, o legado que deixaram e no lugar para onde foram depois da sua morte.

A MENSAGEM



Jamais esqueçamos o que o sábio João disse certo dia: “O homem não pode receber coisa alguma se do Céu não lhe for dada” (Jo 3.27). O evangelho de Lucas também nos afirma que a palavra veio até João Batista no deserto (Lc 3.1). A palavra estava com e em João, mas ele fez questão de dizer que não era dele. O profeta sabia que não era a origem da mensagem, era apenas o instrumento para liberar a mensagem. Ser usado por Deus não é uma questão de escolhermos a mensagem, mas ser escolhido para liberar a mensagem.



Não escolhemos o que pregar, pregamos porque fomos escolhidos.

João também era sal mediante sua pregação. Ele criava fome e sede de justiça, mas este fato em si não garante que o homem tenha essas necessidades satisfeitas. É preciso indicar-lhe o Caminho, a fonte de vida. João era, pois, a luz que mostrava aos famintos e sedentos de justiça a Fonte da qual jorrava a água viva.

Na verdade João Batista veio para despertar o que estava esquecido e incendiar o que estava já estava frio. João Batista foi privilegiado porque ele levou a tocha da evangelização à era do Novo Testamento.

Pregava a doutrina do arrependimento: “Arrependei-vos”. A palavra aqui usada implica uma mudança total de modo de pensar: uma mudança de juízo, da disposição e dos afetos, uma inclinação diferente e melhor da alma. Considerem seus caminhos, mudem seus pensamentos: pensaram errado; comecem de novo e pensem certo. Os penitentes verdadeiros têm pensamentos de Deus e de Cristo, do pecado e da santidade, deste mundo e do outro, diferentes dos que tinham. A mudança do pensamento produz uma mudança de caminho. Este é o arrependimento do evangelho, o qual se produz ao ver a Cristo, ao captar seu amor, e da esperança de perdão por meio dEle.

“O que tem a noiva é o noivo; o amigo do noivo que está presente e o ouve muito se regozija por causa da voz do noivo. Pois esta alegria já se cumpriu em um mim. Convém que ele cresça e que eu diminua “(Jo 3.29)

Isso foi dito, portanto, no contexto de identificar quem era quem no ministério. Muitos criam que João poderia ser o Messias esperado. A maneira interessante de João referir-se a Jesus, como noivo, aponta para alguém que veio procurar e preparar a noiva, para as suas futuras bodas, as Bodas do Cordeiro.

Assim como o mundo não estava pronto para o Novo testamento antes de ter recebido o Antigo. Assim como o não salvo não está em condição alguma hoje para o Evangelho até a Lei ser aplicada a seus corações, pois “pela lei vem o conhecimento do pecado (Rm 3.20). Assim também os judeus não estavam preparados para o ministério de Cristo até João Batista ter ido adiante dEle. Num tempo de terrível declínio espiritual em Israel, Deus enviou João Batista para “preparar o caminho do Senhor” (Isaías 40.3; Malaquias 3.1).

A Bíblia diz:

“Desde os tempos de João Batista até agora o reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele.” (Mateus 11.12)

Isso não soa, de alguma maneira, como uma descrição nossa? Tornamo-nos tão inertes na igreja, que temos nosso próprio manual de ações “politicamente corretas” e de regras de etiqueta. Porque não queremos nos parecer radicais demais, alinhamos as cadeiras em fileiras muito bem arranjadas e esperamos que nossos cultos sejam igualmente lineares e previsíveis. Precisamos ficar desesperadamente famintos por Deus e, literalmente, nos esquecermos das “boas maneiras”! A aparente diferença entre um louvor litúrgico e um louvor “carismático” é que o programa de um é impresso e o outro memorizado. Geralmente já sabem quando “Deus” vai falar!

Todas as pessoas do Novo Testamento que “esqueceram suas boas maneiras” receberam algo de Deus. Não estou falando da indelicadeza propriamente dita, mas da indelicadeza que brota do desespero! Você se lembra daquela mulher atormentada por uma hemorragia incurável, que, com dificuldade, abriu caminho em meio à multidão para tocar a orla das vestes do Senhor? (Mt 9.20-22). E quanto à impertinente mulher cananéia que não parava de implorar que Jesus libertasse sua filha endemoninhada em Mateus 15.22-28? Embora Jesus a tenha humilhado, dizendo: “Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos” (Mateus 15.26b), ela persistiu. E foi tão indelicada, tão incômoda (ou simplesmente tão desesperadamente faminta por pão), que replicou:

“… Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa de seus donos.” (Mateus 15.27).

Muitos de nós, por outro lado, vamos a nossos pastores e dizemos: “Oh, pastor, será que poderia, por favor, orar por mim e me abençoar?” Se nada, realmente, acontece, simplesmente damos de ombros e dizemos: “Bem, acho que vou comer ou então relaxar”, ou: “Vou para casa e aplacar a minha fome interior com comida carnal e entretenimento.”



Para ser honesto, espero que Deus incomode homens e mulheres em Sua Igreja e os torne tão obcecados com o pão da Sua presença, de forma que não parem mais. E, quando isto acontecer, não vão querer somente o “por favor, me abençoe”. Vão querer a manifestação da presença de Deus, não importa o que custe ou quão insólitos possam parecer. Poderão parecer rudes ou indelicados, mas não se importarão mais com a opinião de homens, somente com a vontade de Deus. Podemos dizer que a Igreja, de modo geral, não tem dado lugar a pessoas assim.

Um dos primeiros passos para o avivamento real é reconhecer que você está em estado de decadência. Esta não é uma tarefa fácil em face da nossa aparente prosperidade, mas precisamos dizer: “Estamos em decadência. Não estamos mais vivendo nossos melhores momentos.” Ironicamente, nos encontramos na clássica situação descrita no livro A Tale of Two Cities (Uma história de duas cidades), de Charles Dickens: “Foram os melhores momentos, foram os piores momentos”.

Em termos econômicos, talvez, sejam estes os melhores momentos, mas, como um todo, a Igreja não está se movendo sobre uma onda de prosperidade espiritual. Qual foi a última vez que sua sombra curou alguém? Qual foi a última vez que sua presença, em algum lugar, tenha levado as pessoas a dizerem: “Tenho que me reconciliar com Deus”? Onde estão os futuros Finneys e Wigglesworths, homens que incendiaram sua geração através do poder do Espírito Santo? Maravilhas provenientes de Deus faziam parte do cotidiano deles.

Conheci um pastor da Etiópia que certa feita estava ministrando um culto, quando homens do Governo Comunista o interromperam, dizendo: “Estamos aqui para acabar com esta igreja.” Eles já tinham tentado de tudo sem sucesso. Então, naquele dia, agarraram a filha de três anos do pastor e a arremessaram pela janela do templo à vista de todos que ali estavam presentes. Os comunistas pensaram que esta violência acabaria com aquela igreja, mas a esposa do pastor desceu, colocou seu bebê morto nos braços, retornou ao seu lugar na primeira fila, e a adoração continuou. Como conseqüência da fidelidade deste humilde pastor, quatrocentos mil crentes fiéis destemidamente compareceram em suas conferências bíblicas na Etiópia.

João Batista não começou dizendo: “Eis o Cordeiro de Deus…”, porém começou dizendo “arrependei-vos”. Quando Jesus começou Seu ministério pastoral, Ele não disse “tome uma decisão por mim”, mas também começou dizendo “arrependei-vos porque o reino de Deus é chegado”. Como foi que Jesus evangelizou Nicodemos? Ele disse: “você precisa nascer de novo”. Como Jesus evangelizou o jovem rico? Ele disse: “Guarde os mandamentos”. Por que Jesus lhe disse isso? Ele sabia que o jovem não podia guardar todos os mandamentos no seu coração. Jesus estava colocando como alvo a convicção de pecado.

Os puritanos não faziam na sua evangelização nada que os apóstolos e o próprio Senhor Jesus não fizesse. Eles pregavam a lei para que os pecadores se sentissem culpados perante Deus e aí pregavam Cristo, não um Cristo de 12 centímetros de profundidade, e sim, Cristo completo na Sua altitude, na Sua amplitude e na Sua profundidade. Pregavam Cristo destacando Seus ofícios, Seus nomes e Seus títulos. Pregavam Sua natureza e Sua Pessoa,pregavam-no plenamente. Isso nos leva a uma conclusão: o que nós estamos precisando desesperadamente é de uma evangelização centralizada em Deus; uma evangelização centralizada na mensagem; centralizada na Bíblia; não uma evangelização feita pelo homem, mas uma evangelização onde o Espírito Santo está agindo na Palavra e por meio dela. Para este fim você e eu, como evangelistas, nós mesmos fomos restaurados para um relacionamento mais vital e íntimo com Deus por Jesus Cristo.

 O que nós precisamos desesperadamente é de carregadores da tocha, homens e mulheres que estejam em chamas por Deus. Não de homens que estejam em fogo por ensinos não bíblicos, mas de homens inflamados pelo ensino da Palavra de Deus – sim, de homens cheios daquele temor filial a Deus. Você já percebeu que todas as vezes que Paulo fala a pastores e presbíteros para dar-lhes algum conselho ele sempre diz, “Tem cuidado de ti mesmo e depois do rebanho”?

Conclusão

Querido irmão, se você não odiar o pecado, se você não amar a Deus, se não estiver cheio do poder de Cristo, não deve ficar surpreso de seu ministério ser tão infrutífero.

http://www.iepazbacabal.com.br/a-mensagem-de-joao-batista-que-nao-era-dele


Um comentário:

  1. Muito interessante essa mensagem. Gostei bastante!

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