A enfermidade na vida do crente
Texto Áureo: Sl. 41.3 – Leitura Bíblica: Is. 38.1-8
DEFININDO ENFERMIDADE
Em hebraico, o verbo halâ descreve uma pessoa em situação de fragilidade, especialmente de doença. O substantivo está associado a uma praga, com destaque para as doenças de pele, cujo regulamento se encontra em Lv 13,14. No grego do Novo Testamento, o verbo astheneia significa fraqueza, mas também pode ser usado para se referir às fragilidades físicas. O substantivo nossos é o termo mais usado, e diz respeito à doença, muitas delas curadas por Jesus (Mt 4.24), em cumprimento às profecias de Is. 53.4, de acordo com Mt 8.17. Jesus também deu aos Seus discípulos a autoridade para curar as enfermidades (Lc 19.1), muitas delas narradas por Lucas em Atos (At 19.11). Na teologia bíblica veterotestamentária, a enfermidade é considerada uma das maiores provações, basta considerarmos a avaliação dos amigos de Jó (Jo 2.4,7). As pessoas vitimadas pela enfermidade, na cultura judaica, eram tratadas com desdém. Por isso, os judeus temiam as enfermidades, dentre elas, a lepra (Nm 12.12-16; 2 Rs 7.3; 2 Cr 26.19-21), tumores (1 Sm 5.6; 2 Sm 24.11,15), tuberculoses e febres (Dt 28.22; Sl. 91.5) e varíola (Ex 9.8-12), bem como as doenças mentais (1 Sm. 19.8; Dn 4.26-30). Dentro daquela cultura, a enfermidade costumava ser atrelada ao pecado (Sl 38.3,18; 2 Cr 21.12-20). No Novo Testamento, Jesus se mostra condescendente com os enfermos (Mt 4.23,24). A relação entre enfermidade e pecado, assumida pelos amigos de Jó, e comum na cultura judaica, foi questionada por Jesus (Jo 9,2,3). Ao invés de evitar os enfermos, a igreja de Jesus Cristo, tal como Ele mesmo fez com os leprosos (Mc 1.40-45), deva se compadecer com aqueles que sofrem enfermidades (1 Co. 12.26). Ninguém tem autoridade para julgar os outros por causa da enfermidade, suas origens são diversas: quebra de leis da natureza, trabalho excessivo, acidentes, preocupação, ansiedade e hereditariedade, todas elas com a permissão de Deus (Jó 1.8-12; Gl 4.3; 2 Co 12.5-10).
TEXTO ÁUREO
“O Senhor o assiste no leito da enfermidade; na doença, tu lhe afofas a cama” (Sl 41.3 - ARA).
VERDADE PRÁTICA
Deus nem sempre cura as nossas enfermidades, mas concede-nos forças para que, mesmo no leito de dor, continuemos a glorificar o seu nome.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Isaías 38.1-8.
1 - Naqueles dias, Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal; e veio a ele Isaías, filho de Amoz, o profeta, e lhe disse: Assim diz o Senhor: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás.
2 - Então, virou Ezequias o rosto para a parede e orou ao Senhor.
3 - E disse: Ah! Senhor, lembra-te, peço-te, de que andei diante de ti em verdade e com coração perfeito e fiz o que era reto aos teus olhos. E chorou Ezequias muitíssimo.
4 - Então, veio a palavra do Senhor a Isaías, dizendo:
5 - Vai e dize a Ezequias: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que acrescentarei aos teus dias quinze anos.
6 - E livrar-te-ei das mãos do rei da Assíria, a ti, e a esta cidade; eu defenderei esta cidade.
7 - E isto te será da parte do Senhor como sinal de que o Senhor cumprirá esta palavra que falou:
8 - eis que farei que a sombra dos graus, que passou como sol pelos graus do relógio de Acaz, volte dez graus atrás. Assim, recuou o sol dez graus pelos graus que já tinha andado.
PROPOSTA DA LIÇÃO
Adão enfermou no corpo, na alma e no espírito;
As enfermidades geram limitações e impedimentos?
Existem enfermidades de origem maligna?
A depressão pode ser entendida como tristeza?
Síndromes: sintomas produzidos por muitas causas;
Doenças psicossomáticas: desajustes do emocional?
Culpado pelas enfermidades? Deus? Somos pó;
Dor e sofrimento servem para confiarmos mais em Deus;
Deus é imutável! A sua maneira de agir é única.
INTRODUÇÃO
Enquanto estivermos neste corpo corruptível sofreremos com as doenças e enfermidades ou podemos afirmar que tais males não podem nos afrontar por professarmos a fé em Jesus? Esta situação somente mudará quando recebermos o novo corpo, incorruptível (1Co 15.52).
Entre as aflições do tempo presente, “a enfermidade é a que mais temos dificuldade em aceitar”, justamente por imaginarmos que estamos blindados contra os males que afligem a humanidade.
Não esqueçamos do aviso: “no mundo tereis aflições”, de todas as ordens, natural, econômica e física. O fato de termos alcançado o perdão dos pecados não nos dá a garantia de saúde perfeita ou pronto restabelecimento das enfermidades, prova disto foi o que aconteceu com o paralítico de Cafarnaum, levado por seus amigos até a presença de Jesus, o qual primeiramente teve seus pecados perdoados (Mc 2.5). A cura ocorreu devido a desconfiança e perturbação dos fariseus (Mc 2.10-12).
O ocorrido com o paralítico de Cafarnaum e com o cego de nascença (Jo 9.2) nos prova que o pecado não é a única ou a principal causa das enfermidades, existem algumas que são para a manifestação da glória de Deus (Jo 11.4).
O homem herdou a natureza pecaminosa, manifesta no Éden, e “passamos a viver numa terra amaldiçoada em virtude” (Gn 3.17), portanto não temos como negar que possuímos um corpo “marcado para morrer”.
O grande anseio da humanidade é justamente a isenção de sofrimentos e um mundo marcado pela ausência de enfermidades. Aproveitando-se disto, a teologia da prosperidade, ganhou terreno ao longo dos últimos anos, justamente por se utilizar destes anseios e transformá-los em carro chefe de suas pregações.
Sob a falsa alegação de que enfermidades e sofrimentos são características da ausência de fé, muitos são enganados e materializam suas esperanças no “terreno” e superficial. Talvez por isto Jesus tenha recomendado silêncio aos necessitados, conforme recebiam a cura (Mt 12.16). Porque tanto anuncio, tanto barulho nos dias hodiernos? Certamente acontecerá o que Jesus tentou evitar na época, pois tais “milagreiros” são procurados devido a esperança no reino material e não no espiritual.
Encontramos inúmeros registros bíblicos de instrumentos fiéis usados por Deus, que enfrentaram a adversidade e ou as enfermidades e não se encontravam em pecado ou fora da direção de Deus, portanto não foram punidos, apenas ficaram sujeitos aos males, como qualquer outro ser humano da história.
I. A ORIGEM DAS ENFERMIDADES - Ler os textos: Jo 5.14; Jo 9.2; Lc 13.2,3; Ez 33.11
1. A QUEDA E AS ENFERMIDADES
Qual a origem das doenças? Deus criou o homem para desfrutar de uma saúde perfeita e por isto deveria viver em comunhão com seu Criador (Gn 1.31), para dominar sobre a criação terrena, mas a queda o fez conhecer o salário do pecado, a morte (Rm 6.23). Este desequilibro pós queda (Gn 3.17-19) propiciou o surgimento das enfermidades, como conseqüência direta do rompimento da relação Deus e humanidade.
A. As enfermidades podem nos atingir em três níveis e por três razões
A.1 Os três tipos de doença sobre os quais a Bíblia nos fala são basicamente os seguintes:
i. As enfermidades adquiridas; - a Bíblia nos ensina que Deus criou um cosmo perfeito, os homens perfeitos, mas estes se meteram em muitas astúcias, suas decisões morais foram influenciando, prejudicando, arruinando a existência como um todo, o pecado trouxe conseqüências para o universo como um todo. Resumindo: enfermidades adquiridas, é resultado de um mundo caído, depravação total da natureza, separação entre Deus e o homem, divisão interior no homem, legado de nossos pais, conflito da própria carne, as agressões espirituais, todas essas forças interagindo vão deixar marcas na alma, ou seja, o pecado é a causa primaria das enfermidades adquiridas.
ii. As enfermidades terapêuticas; - Algumas enfermidades geram limitações que nos impedem até mesmo de realizarmos a Obra do Senhor. Algumas destas são permitidas por Deus para crescimento de nossa fé, mesmo que não aceitamos ou entendamos desta forma. Temos muitos exemplos de fiéis que foram acometidos de enfermidades, dentre os quais destacamos:
Eliseu, o profeta que mais realizou prodígios e milagres, da parte de Deus, mas que enfrentou a enfermidade e morreu (2 Rs 13.14);
Ezequias (2 Rs 20.1-11);
Jó (Jó 1.1-22);
Timóteo (1Tm 5.23) que recebeu recomendações de Paulo para resolver seus problemas estomacais;
Trófimo, um auxiliar de Paulo, que ficou doente em Mileto (2 Tm 4.20);
Epafrodito (Fp 2.25-27);
Paulo (2Co 12.7-9).
Por uma razão simples: Ninguém aprende coisa alguma na alegria, a alegria não tem a didática que faz o ser humano tornar-se sábio, não promove grandeza interior, inclusive por sua natureza- fogosa, pouco reflexiva.
iii. As enfermidades autoproduzidas; - São as doenças que a ciência moderna chama de psicossomáticas, resultado da desarmonia, traumas, rachaduras psicológicas, amarguras guardadas, sentimentos de culpa que esmagam, etc.
Todos nós temos verdugos psicológicos, carcereiros na nossa consciência, que nos fazem enfermar.
2. ENFERMIDADES DE ORIGEM MALIGNA.
A Bíblia relata alguns casos de enfermidades cuja origem era maligna, entre as quais destacamos o caso do jovem lunático (Mt 17.14-18; Mc 9.17-27), do homem mudo (Lc 11.14) e da mulher que andava encurvada devido a um espírito de enfermidade (Lc 13.10-17).
O inimigo de nossas almas não pode tocar na vida e na saúde de ninguém sem a permissão de Deus (Jó 2.6), por isto temos a certeza de que ele não poderá vencer os nascidos de novo (1 Jo 5.18).
II. AS DOENÇAS DA VIDA MODERNA
1. DEPRESSÃO.
A depressão não é somente uma tristeza, embora o desalento, sem uma causa aparente, seja um dos seus muitos sintomas. Chegou a ser considerada a doença do século, devido a sua complexidade e dificuldade de diagnóstico. Pode ser causada por vários fatores, tais como: medicamentos, doenças físicas, período pós-parto, etc. Todos estão expostos e sujeitos a este mal (Sl 42.3-6,11; 2 Co 1.8).
Uma pessoa que professa a fé em Jesus pode ser afligido por esta doença? Encontramos na Bíblia servos de Deus enfrentando esta terrível enfermidade?
Davi é, um grande modelo e exemplo de que um único crente pode ser submetido a vários tipos de enfermidades:
Salmo 38.1ss
Se tomarmos as imagens ao pé da letra, notaremos várias doenças, as quais exigiriam vários profissionais para delas cuidar. Se estivesse num hospital, ele seria encaminhado a diferentes profissionais:
. a um clínico geral, porque não havia saúde em nenhum dos seus órgãos (v. 3a)
. a um ortopedista, porque seus ossos estavam fracos (v. 3b)
. a um dermatologista, porque sua pele estava cheia de feridas (v. 5)
. a um psiquiatra, porque ele se achava um louco (v. 5b)
. a um psicólogo, porque estava aflito e sem razão para viver (v. 6)
. a um urologista, porque seus rins ardiam (v. 7a)
. a um cardiologia, porque seu coração batia descontroladamente (v.10a)
. a um oftalmologista, porque sua visão falhava (v. 10c)
. a um otorrino, porque perdera a audição (v. 13a)
. a um fonoaudiólogo, porque não conseguia mais falar (v. 13b)
. a um enfermeiro, para lhe ministrar a medicação necessária,
. a um biólogo, porque precisava se submeter a uma série de exames laboratoriais
. a um radiologista, porque seus ossos precisam ser radiografados,
. a um fisioterapeuta, porque não conseguia andar
. a um professor de educação física, porque precisava de exercícios que fortalecessem seus músculos
. a um nutricionista, porque precisava se alimentar adequadamente
Elias, o tesbita (I Reis 19.1-4);
Jó (Jó 3.11; 6.11; 17.1);
Abraão (Gn 15);
Jonas (Jn 4);
Davi (Sl 13.1-3; 57.6-7).
A depressão, o grande “buraco negro” da vida é o momento que o Maligno aproveita para inutilizar o servo de Deus para a obra e para a vida, mas mesmo em meio a esta situação, ele ainda é assistido e pode contar com o cuidado, proteção e orientação de Deus (Is 57.15).
2. SÍNDROME DO PÂNICO.
Síndrome do pânico, “crise ansiosa aguda” ou pavor repentino e incontrolável, apresenta os seguintes sintomas: taquicardia, sudorese, aumento da pressão arterial e tontura. É preciso muita oração, apoio da família e da igreja, além de tratamento médico especializado.
3. AS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS.
As doenças psicossomáticas manifestam-se quando os desajustes do sistema emocional transformam-se em doenças físicas. Estando o sistema emocional abalado, possivelmente haverá reflexos no corpo. A pessoa emocionalmente fragilizada ou estressada pode vir a ter dor de estômago, insônia, fadiga, artrite e dores de cabeça. As causas de tais sintomas não se encontram em nosso físico, mas na mente. A fé em Jesus Cristo e na sua Palavra é um excelente remédio para ajudar-nos a manter a saúde física e mental.
As doenças psicossomáticas “são provocadas por distúrbios emocionais comuns, tal como o ansiedade, estresse, depressão, competitividade, busca pelo sucesso profissional, descontroles dos processos mentais”. São distintas das doenças orgânicas, as quais abalam o corpo humano.
Para a medicina psicossomática, o homem é um ser integral, somático, social, intelectual e espiritual (Lc 2.52) “uma unidade que sente e sofre de maneira global”.
1.1 Cerca de 80% das doenças que se instauram, que se enraízam na vida do homem moderno, têm como causa:
• Desordem psíquica;
• Desestruturação emocional;
• Sistema nervoso abalado;
• Traumas que o atingiram na infância;
• Útero materno;
• Desagregrações familiares;
• Dor, indiferença no trato;
• Emoções carregadas de sentimento de culpa, etc.
1. Perdas: de ente querido, condições sociais bens materiais, frustrações amorosa, ideológica, derrotas, recessão econômica, subemprego, desemprego, etc.
2. Conflitos internos, várias ações podem se desencadear:
3. Angustia, sentimentos e pensamentos muitos difíceis de tolerar.
Culpa,Impotência,Abandono,Medo,Falta de interesse,Tristeza,Desânimo,Insegurança,Apatia,Choro persistente,Negativismo,Irritabilidade,Falta de concentração,auto-estima depreciada,Idéias de matar,
Roubar,
III. O QUE FAZER DIANTE DA DOR E SOFRIMENTO
1. NÃO CULPAR OU QUESTIONAR A DEUS.
Muitos culpam a Deus pelas enfermidades e agem como o rei Ezequias, se martirizando e questionando sobre suas situações. Por seu lamento, a ele foi concedido um acréscimo de quinze anos de vida (Is 38.5), contudo neste período de sobrevida, ele cometeu um de seus maiores erros (Is 39.1-8). O certo é que muitos esquecem de que são pó e que ao pó retornarão (Gn 3.19).
Culpar ou questionar a Deus situações desagradáveis que enfrentamos no decorrer de nossa história é “fruto da ignorância, da falta de conhecimento”. Mesmo sendo difícil entendermos e aceitarmos o silêncio de Deus, que às vezes é doloroso, mas necessário para nos colocar na posição de servos.
O patriarca Jó, foi um caso atípico, pois clamou tanto pelo fim do silêncio de Deus e quando ouviu a voz, antes fosse melhor não ter escutado, pois em vez de respostas para a sua situação ele ouviu uma bateria de perguntas, as quais ele não tinha respostas (Jó 38; 39; 40; 41).
2. CONFIAR EM MEIO À DOR.
A dor e o sofrimento não devem afastar-nos da presença de Deus, pelo contrário, pois devem servir de aprendizado e enriquecimento de nossa confiança, mas como é difícil nos portarmos e entendermos os desígnios de Deus, principalmente nos momentos calamitosos da nossa vida (Sl 37.5; Rm 8.28).
3. A ESPERA DE UM MILAGRE.
Deus é imutável e continua a operar milagres e maravilhas, todavia não podemos nos esquecer da sua soberania. Ele opera quando quer e a sua maneira de agir é única.
A ação de Deus a fim de restaurar ou mudar uma situação em nossa vida poderá ocorrer de “forma milagrosa ou por meio dos recursos” extras, tal como a medicina, mas para isto é necessário entendermos que os propósitos de Deus não podem ser confundidos com a nossa vontade e caprichos.
A espera por um milagre é o momento que ocorre o enriquecimento do cristão, crescimento, um amadurecimento.
CONCLUSÃO
Um dia não houve e em outro não haverá, mas por enquanto não temos como fugir da realidade nua e crua que nos cerca. Enfermidades, aflições e sofrimentos que servem para distinguir o que serve e o que não serve a Deus, pois ninguém está imune as enfermidades, mas a distinção e vitória do cristão reside justamente na confiança que é depositada em Deus.
Quero concluir dizendo o seguinte:
Há doenças adquiridas, há doenças recebidas ou aproveitadas como terapia, e há doenças autoproduzidas, em função das nossas emoções e ansiedade.
Deus, porém, tem cura para todas elas.
No entanto hoje vamos crer que Ele há de curar essas enfermidades que nós mesmos geramos, através de sua palavra saradora pelo poder iluminado do Espírito Santo.
O grande drama da vida não é morrer, “é não viver”, morrer sem Ter vivido, e não Ter vivido significa, “não Ter amado”.
Quem de fato ama, morre de vida vivida.
Que esta palavra se converta em medicina para o seu corpo em nome de Jesus, Amém.
Texto Áureo: Sl. 41.3 – Leitura Bíblica: Is. 38.1-8
DEFININDO ENFERMIDADE
Em hebraico, o verbo halâ descreve uma pessoa em situação de fragilidade, especialmente de doença. O substantivo está associado a uma praga, com destaque para as doenças de pele, cujo regulamento se encontra em Lv 13,14. No grego do Novo Testamento, o verbo astheneia significa fraqueza, mas também pode ser usado para se referir às fragilidades físicas. O substantivo nossos é o termo mais usado, e diz respeito à doença, muitas delas curadas por Jesus (Mt 4.24), em cumprimento às profecias de Is. 53.4, de acordo com Mt 8.17. Jesus também deu aos Seus discípulos a autoridade para curar as enfermidades (Lc 19.1), muitas delas narradas por Lucas em Atos (At 19.11). Na teologia bíblica veterotestamentária, a enfermidade é considerada uma das maiores provações, basta considerarmos a avaliação dos amigos de Jó (Jo 2.4,7). As pessoas vitimadas pela enfermidade, na cultura judaica, eram tratadas com desdém. Por isso, os judeus temiam as enfermidades, dentre elas, a lepra (Nm 12.12-16; 2 Rs 7.3; 2 Cr 26.19-21), tumores (1 Sm 5.6; 2 Sm 24.11,15), tuberculoses e febres (Dt 28.22; Sl. 91.5) e varíola (Ex 9.8-12), bem como as doenças mentais (1 Sm. 19.8; Dn 4.26-30). Dentro daquela cultura, a enfermidade costumava ser atrelada ao pecado (Sl 38.3,18; 2 Cr 21.12-20). No Novo Testamento, Jesus se mostra condescendente com os enfermos (Mt 4.23,24). A relação entre enfermidade e pecado, assumida pelos amigos de Jó, e comum na cultura judaica, foi questionada por Jesus (Jo 9,2,3). Ao invés de evitar os enfermos, a igreja de Jesus Cristo, tal como Ele mesmo fez com os leprosos (Mc 1.40-45), deva se compadecer com aqueles que sofrem enfermidades (1 Co. 12.26). Ninguém tem autoridade para julgar os outros por causa da enfermidade, suas origens são diversas: quebra de leis da natureza, trabalho excessivo, acidentes, preocupação, ansiedade e hereditariedade, todas elas com a permissão de Deus (Jó 1.8-12; Gl 4.3; 2 Co 12.5-10).
TEXTO ÁUREO
“O Senhor o assiste no leito da enfermidade; na doença, tu lhe afofas a cama” (Sl 41.3 - ARA).
VERDADE PRÁTICA
Deus nem sempre cura as nossas enfermidades, mas concede-nos forças para que, mesmo no leito de dor, continuemos a glorificar o seu nome.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Isaías 38.1-8.
1 - Naqueles dias, Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal; e veio a ele Isaías, filho de Amoz, o profeta, e lhe disse: Assim diz o Senhor: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás.
2 - Então, virou Ezequias o rosto para a parede e orou ao Senhor.
3 - E disse: Ah! Senhor, lembra-te, peço-te, de que andei diante de ti em verdade e com coração perfeito e fiz o que era reto aos teus olhos. E chorou Ezequias muitíssimo.
4 - Então, veio a palavra do Senhor a Isaías, dizendo:
5 - Vai e dize a Ezequias: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que acrescentarei aos teus dias quinze anos.
6 - E livrar-te-ei das mãos do rei da Assíria, a ti, e a esta cidade; eu defenderei esta cidade.
7 - E isto te será da parte do Senhor como sinal de que o Senhor cumprirá esta palavra que falou:
8 - eis que farei que a sombra dos graus, que passou como sol pelos graus do relógio de Acaz, volte dez graus atrás. Assim, recuou o sol dez graus pelos graus que já tinha andado.
PROPOSTA DA LIÇÃO
Adão enfermou no corpo, na alma e no espírito;
As enfermidades geram limitações e impedimentos?
Existem enfermidades de origem maligna?
A depressão pode ser entendida como tristeza?
Síndromes: sintomas produzidos por muitas causas;
Doenças psicossomáticas: desajustes do emocional?
Culpado pelas enfermidades? Deus? Somos pó;
Dor e sofrimento servem para confiarmos mais em Deus;
Deus é imutável! A sua maneira de agir é única.
INTRODUÇÃO
Enquanto estivermos neste corpo corruptível sofreremos com as doenças e enfermidades ou podemos afirmar que tais males não podem nos afrontar por professarmos a fé em Jesus? Esta situação somente mudará quando recebermos o novo corpo, incorruptível (1Co 15.52).
Entre as aflições do tempo presente, “a enfermidade é a que mais temos dificuldade em aceitar”, justamente por imaginarmos que estamos blindados contra os males que afligem a humanidade.
Não esqueçamos do aviso: “no mundo tereis aflições”, de todas as ordens, natural, econômica e física. O fato de termos alcançado o perdão dos pecados não nos dá a garantia de saúde perfeita ou pronto restabelecimento das enfermidades, prova disto foi o que aconteceu com o paralítico de Cafarnaum, levado por seus amigos até a presença de Jesus, o qual primeiramente teve seus pecados perdoados (Mc 2.5). A cura ocorreu devido a desconfiança e perturbação dos fariseus (Mc 2.10-12).
O ocorrido com o paralítico de Cafarnaum e com o cego de nascença (Jo 9.2) nos prova que o pecado não é a única ou a principal causa das enfermidades, existem algumas que são para a manifestação da glória de Deus (Jo 11.4).
O homem herdou a natureza pecaminosa, manifesta no Éden, e “passamos a viver numa terra amaldiçoada em virtude” (Gn 3.17), portanto não temos como negar que possuímos um corpo “marcado para morrer”.
O grande anseio da humanidade é justamente a isenção de sofrimentos e um mundo marcado pela ausência de enfermidades. Aproveitando-se disto, a teologia da prosperidade, ganhou terreno ao longo dos últimos anos, justamente por se utilizar destes anseios e transformá-los em carro chefe de suas pregações.
Sob a falsa alegação de que enfermidades e sofrimentos são características da ausência de fé, muitos são enganados e materializam suas esperanças no “terreno” e superficial. Talvez por isto Jesus tenha recomendado silêncio aos necessitados, conforme recebiam a cura (Mt 12.16). Porque tanto anuncio, tanto barulho nos dias hodiernos? Certamente acontecerá o que Jesus tentou evitar na época, pois tais “milagreiros” são procurados devido a esperança no reino material e não no espiritual.
Encontramos inúmeros registros bíblicos de instrumentos fiéis usados por Deus, que enfrentaram a adversidade e ou as enfermidades e não se encontravam em pecado ou fora da direção de Deus, portanto não foram punidos, apenas ficaram sujeitos aos males, como qualquer outro ser humano da história.
I. A ORIGEM DAS ENFERMIDADES - Ler os textos: Jo 5.14; Jo 9.2; Lc 13.2,3; Ez 33.11
1. A QUEDA E AS ENFERMIDADES
Qual a origem das doenças? Deus criou o homem para desfrutar de uma saúde perfeita e por isto deveria viver em comunhão com seu Criador (Gn 1.31), para dominar sobre a criação terrena, mas a queda o fez conhecer o salário do pecado, a morte (Rm 6.23). Este desequilibro pós queda (Gn 3.17-19) propiciou o surgimento das enfermidades, como conseqüência direta do rompimento da relação Deus e humanidade.
A. As enfermidades podem nos atingir em três níveis e por três razões
A.1 Os três tipos de doença sobre os quais a Bíblia nos fala são basicamente os seguintes:
i. As enfermidades adquiridas; - a Bíblia nos ensina que Deus criou um cosmo perfeito, os homens perfeitos, mas estes se meteram em muitas astúcias, suas decisões morais foram influenciando, prejudicando, arruinando a existência como um todo, o pecado trouxe conseqüências para o universo como um todo. Resumindo: enfermidades adquiridas, é resultado de um mundo caído, depravação total da natureza, separação entre Deus e o homem, divisão interior no homem, legado de nossos pais, conflito da própria carne, as agressões espirituais, todas essas forças interagindo vão deixar marcas na alma, ou seja, o pecado é a causa primaria das enfermidades adquiridas.
ii. As enfermidades terapêuticas; - Algumas enfermidades geram limitações que nos impedem até mesmo de realizarmos a Obra do Senhor. Algumas destas são permitidas por Deus para crescimento de nossa fé, mesmo que não aceitamos ou entendamos desta forma. Temos muitos exemplos de fiéis que foram acometidos de enfermidades, dentre os quais destacamos:
Eliseu, o profeta que mais realizou prodígios e milagres, da parte de Deus, mas que enfrentou a enfermidade e morreu (2 Rs 13.14);
Ezequias (2 Rs 20.1-11);
Jó (Jó 1.1-22);
Timóteo (1Tm 5.23) que recebeu recomendações de Paulo para resolver seus problemas estomacais;
Trófimo, um auxiliar de Paulo, que ficou doente em Mileto (2 Tm 4.20);
Epafrodito (Fp 2.25-27);
Paulo (2Co 12.7-9).
Por uma razão simples: Ninguém aprende coisa alguma na alegria, a alegria não tem a didática que faz o ser humano tornar-se sábio, não promove grandeza interior, inclusive por sua natureza- fogosa, pouco reflexiva.
iii. As enfermidades autoproduzidas; - São as doenças que a ciência moderna chama de psicossomáticas, resultado da desarmonia, traumas, rachaduras psicológicas, amarguras guardadas, sentimentos de culpa que esmagam, etc.
Todos nós temos verdugos psicológicos, carcereiros na nossa consciência, que nos fazem enfermar.
2. ENFERMIDADES DE ORIGEM MALIGNA.
A Bíblia relata alguns casos de enfermidades cuja origem era maligna, entre as quais destacamos o caso do jovem lunático (Mt 17.14-18; Mc 9.17-27), do homem mudo (Lc 11.14) e da mulher que andava encurvada devido a um espírito de enfermidade (Lc 13.10-17).
O inimigo de nossas almas não pode tocar na vida e na saúde de ninguém sem a permissão de Deus (Jó 2.6), por isto temos a certeza de que ele não poderá vencer os nascidos de novo (1 Jo 5.18).
II. AS DOENÇAS DA VIDA MODERNA
1. DEPRESSÃO.
A depressão não é somente uma tristeza, embora o desalento, sem uma causa aparente, seja um dos seus muitos sintomas. Chegou a ser considerada a doença do século, devido a sua complexidade e dificuldade de diagnóstico. Pode ser causada por vários fatores, tais como: medicamentos, doenças físicas, período pós-parto, etc. Todos estão expostos e sujeitos a este mal (Sl 42.3-6,11; 2 Co 1.8).
Uma pessoa que professa a fé em Jesus pode ser afligido por esta doença? Encontramos na Bíblia servos de Deus enfrentando esta terrível enfermidade?
Davi é, um grande modelo e exemplo de que um único crente pode ser submetido a vários tipos de enfermidades:
Salmo 38.1ss
Se tomarmos as imagens ao pé da letra, notaremos várias doenças, as quais exigiriam vários profissionais para delas cuidar. Se estivesse num hospital, ele seria encaminhado a diferentes profissionais:
. a um clínico geral, porque não havia saúde em nenhum dos seus órgãos (v. 3a)
. a um ortopedista, porque seus ossos estavam fracos (v. 3b)
. a um dermatologista, porque sua pele estava cheia de feridas (v. 5)
. a um psiquiatra, porque ele se achava um louco (v. 5b)
. a um psicólogo, porque estava aflito e sem razão para viver (v. 6)
. a um urologista, porque seus rins ardiam (v. 7a)
. a um cardiologia, porque seu coração batia descontroladamente (v.10a)
. a um oftalmologista, porque sua visão falhava (v. 10c)
. a um otorrino, porque perdera a audição (v. 13a)
. a um fonoaudiólogo, porque não conseguia mais falar (v. 13b)
. a um enfermeiro, para lhe ministrar a medicação necessária,
. a um biólogo, porque precisava se submeter a uma série de exames laboratoriais
. a um radiologista, porque seus ossos precisam ser radiografados,
. a um fisioterapeuta, porque não conseguia andar
. a um professor de educação física, porque precisava de exercícios que fortalecessem seus músculos
. a um nutricionista, porque precisava se alimentar adequadamente
Elias, o tesbita (I Reis 19.1-4);
Jó (Jó 3.11; 6.11; 17.1);
Abraão (Gn 15);
Jonas (Jn 4);
Davi (Sl 13.1-3; 57.6-7).
A depressão, o grande “buraco negro” da vida é o momento que o Maligno aproveita para inutilizar o servo de Deus para a obra e para a vida, mas mesmo em meio a esta situação, ele ainda é assistido e pode contar com o cuidado, proteção e orientação de Deus (Is 57.15).
2. SÍNDROME DO PÂNICO.
Síndrome do pânico, “crise ansiosa aguda” ou pavor repentino e incontrolável, apresenta os seguintes sintomas: taquicardia, sudorese, aumento da pressão arterial e tontura. É preciso muita oração, apoio da família e da igreja, além de tratamento médico especializado.
3. AS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS.
As doenças psicossomáticas manifestam-se quando os desajustes do sistema emocional transformam-se em doenças físicas. Estando o sistema emocional abalado, possivelmente haverá reflexos no corpo. A pessoa emocionalmente fragilizada ou estressada pode vir a ter dor de estômago, insônia, fadiga, artrite e dores de cabeça. As causas de tais sintomas não se encontram em nosso físico, mas na mente. A fé em Jesus Cristo e na sua Palavra é um excelente remédio para ajudar-nos a manter a saúde física e mental.
As doenças psicossomáticas “são provocadas por distúrbios emocionais comuns, tal como o ansiedade, estresse, depressão, competitividade, busca pelo sucesso profissional, descontroles dos processos mentais”. São distintas das doenças orgânicas, as quais abalam o corpo humano.
Para a medicina psicossomática, o homem é um ser integral, somático, social, intelectual e espiritual (Lc 2.52) “uma unidade que sente e sofre de maneira global”.
1.1 Cerca de 80% das doenças que se instauram, que se enraízam na vida do homem moderno, têm como causa:
• Desordem psíquica;
• Desestruturação emocional;
• Sistema nervoso abalado;
• Traumas que o atingiram na infância;
• Útero materno;
• Desagregrações familiares;
• Dor, indiferença no trato;
• Emoções carregadas de sentimento de culpa, etc.
1. Perdas: de ente querido, condições sociais bens materiais, frustrações amorosa, ideológica, derrotas, recessão econômica, subemprego, desemprego, etc.
2. Conflitos internos, várias ações podem se desencadear:
3. Angustia, sentimentos e pensamentos muitos difíceis de tolerar.
Culpa,Impotência,Abandono,Medo,Falta de interesse,Tristeza,Desânimo,Insegurança,Apatia,Choro persistente,Negativismo,Irritabilidade,Falta de concentração,auto-estima depreciada,Idéias de matar,
Roubar,
III. O QUE FAZER DIANTE DA DOR E SOFRIMENTO
1. NÃO CULPAR OU QUESTIONAR A DEUS.
Muitos culpam a Deus pelas enfermidades e agem como o rei Ezequias, se martirizando e questionando sobre suas situações. Por seu lamento, a ele foi concedido um acréscimo de quinze anos de vida (Is 38.5), contudo neste período de sobrevida, ele cometeu um de seus maiores erros (Is 39.1-8). O certo é que muitos esquecem de que são pó e que ao pó retornarão (Gn 3.19).
Culpar ou questionar a Deus situações desagradáveis que enfrentamos no decorrer de nossa história é “fruto da ignorância, da falta de conhecimento”. Mesmo sendo difícil entendermos e aceitarmos o silêncio de Deus, que às vezes é doloroso, mas necessário para nos colocar na posição de servos.
O patriarca Jó, foi um caso atípico, pois clamou tanto pelo fim do silêncio de Deus e quando ouviu a voz, antes fosse melhor não ter escutado, pois em vez de respostas para a sua situação ele ouviu uma bateria de perguntas, as quais ele não tinha respostas (Jó 38; 39; 40; 41).
2. CONFIAR EM MEIO À DOR.
A dor e o sofrimento não devem afastar-nos da presença de Deus, pelo contrário, pois devem servir de aprendizado e enriquecimento de nossa confiança, mas como é difícil nos portarmos e entendermos os desígnios de Deus, principalmente nos momentos calamitosos da nossa vida (Sl 37.5; Rm 8.28).
3. A ESPERA DE UM MILAGRE.
Deus é imutável e continua a operar milagres e maravilhas, todavia não podemos nos esquecer da sua soberania. Ele opera quando quer e a sua maneira de agir é única.
A ação de Deus a fim de restaurar ou mudar uma situação em nossa vida poderá ocorrer de “forma milagrosa ou por meio dos recursos” extras, tal como a medicina, mas para isto é necessário entendermos que os propósitos de Deus não podem ser confundidos com a nossa vontade e caprichos.
A espera por um milagre é o momento que ocorre o enriquecimento do cristão, crescimento, um amadurecimento.
CONCLUSÃO
Um dia não houve e em outro não haverá, mas por enquanto não temos como fugir da realidade nua e crua que nos cerca. Enfermidades, aflições e sofrimentos que servem para distinguir o que serve e o que não serve a Deus, pois ninguém está imune as enfermidades, mas a distinção e vitória do cristão reside justamente na confiança que é depositada em Deus.
Quero concluir dizendo o seguinte:
Há doenças adquiridas, há doenças recebidas ou aproveitadas como terapia, e há doenças autoproduzidas, em função das nossas emoções e ansiedade.
Deus, porém, tem cura para todas elas.
No entanto hoje vamos crer que Ele há de curar essas enfermidades que nós mesmos geramos, através de sua palavra saradora pelo poder iluminado do Espírito Santo.
O grande drama da vida não é morrer, “é não viver”, morrer sem Ter vivido, e não Ter vivido significa, “não Ter amado”.
Quem de fato ama, morre de vida vivida.
Que esta palavra se converta em medicina para o seu corpo em nome de Jesus, Amém.
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