O Natal não é mencionado nenhuma vez nas Escrituras. Todos os anos, em todo o mundo, algumas pessoas guardam o dia 25 de dezembro, escolhido pelos homens para comemorar o nascimento de Jesus. Algumas pessoas o guardam como um dia santo especial, enquanto muitas outras fizeram dele um tempo de comercialização, de interesses egoístas.
Podemos afirmar que o Natal é uma festa cristã e que Jesus realmente nasceu em 25 de dezembro?
Ninguém sabe ao certo. O que se sabe é que líderes cristãos, em 336, definiram a data de 25 de dezembro na tentativa de camuflar uma festa popular pagã (orgias) romana, que comemorava "Natalis Solis Invincti", ou "Aniversário do Invencível Deus do Sol", no solstício do inverno [(tempo em que o Sol se acha no ponto mais afastado do equador e parece, durante alguns dias, aí conservar-se estacionário (21 de Junho! e 21 de Dezembro!)]. Os cristãos consideram esse dia sagrado não pelo mesmo motivo que os pagãos, que festejam o nascimento do sol, mas por festejarem Aquele que os criou.
As modernas comemorações do Natal têm pouco a ver com os fatos da Bíblia. A Bíblia não revela a data do nascimento de Cristo, nem mesmo o número de magos que o visitaram em Belém. As Escrituras não autorizam uma comemoração especial na igreja, nem um dia santo para comemorar o nascimento de Jesus. Evidentemente, a Bíblia não dá aprovação ao materialismo egoísta, tão comum nessa época do ano. Natal é a celebração do nascimento de Jesus para os cristãos. A palavra Christmas, que significa Natal, vem do inglês antigo Cristes maesse, ou seja, missa de Cristo. Originalmente a comemoração do Natal envolvia apenas uma missa, mas com o passar do tempo a celebração substituiu várias outras festividades em diversos países e um grande número de tradições foi incluído nas comemorações.
A tradição da troca de presentes parece ter sido iniciada com os presentes que os Reis Magos levaram para o menino Jesus. Conforme relatado na Bíblia, no evangelho de Mateus: "E entrando na casa, viram o menino com Maria sua mãe, prostrando-se, adoraram-no e abrindo seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra" (Mt 2.11). Para refletirmos: "Estarei eu, em mim mesmo pronto para recebê-lo e presenteá-lo com as mirras e ouros que eu tiver?"
Em alguns países, como a Alemanha, por exemplo, a troca de presentes se dá por ocasião da comemoração do dia destinado a São Nicolau. O velho "Noel" não é tão bondoso e santo quanto muitos pensam! O nome "Papai Noel" é uma corruptela do nome "São Nicolau", um bispo romano que viveu no século V. Na Enciclopédia Britânica, vol.19 páginas 648-649, 11ª edição inglesa, consta o seguinte: "São Nicolau, bispo de Mira, um santo venerado pelos gregos e latinos no dia 6 de dezembro… A lenda de suas dádivas oferecidas as escondidas, de dotes, às três filhas de um cidadão empobrecido…" Daí teria surgido a prática de se dar presentes"as escondidas" no dia de São Nicolau (6 de dezembro). Mais tarde essa data fundiu-se com o "Dia de Natal" (25 de dezembro), passando a se adotar também no natal essa prática de se dar presentes "às escondidas", como o fazia o Saint Klaus (o velho Noel!). Daí surgiu a tradição de se colocar os presentes às escondidas junto às árvores de natal! Sendo todo dia seis de dezembro, pois, no Natal, quem deve ser homenageado é o menino Jesus. Diz a tradição que São Nicolau ajudava as famílias necessitadas, não só na forma de dinheiro, mas também distribuía doces para as crianças pobres por ocasião do Natal. São Nicolau conquistou a simpatia de todos, devido a sua exemplar caridade e bondade. Não podemos fechar os olhos, e, negar que mesmo após 16 séculos, o exemplo de São Nicolau continua a estimular a muitos para que a vida seja marcada pela generosidade, pelo carinho e cuidado para com os mais pobres e carentes também de afeto e de amor. Isto, contudo, não substitui a responsabilidade de cada um de nós que devemos crer em Jesus e confessá-lo como Único e Suficiente Salvador, pois, "..Porque pela graça sois salvos, mediante a fé e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras para que ninguém se glorie."(Ef 2.8,9). Ninguém é ou será salvo por boas obras! Entretanto as boas obras acompanham a salvação.
O nascimento do Menino Jesus é um dia festejado e comemorado pelos cristãos. Para muitos, Natal é um dia especial em que pessoas viajam para rever parentes e amigos. Para outros, Natal é promover festas, é uma oportunidade para deixar extravasar os desejos da carne. Para uma criança, é uma data desejada e esperada com muita ansiedade para se ganharem presentes.
Para nós, cristãos, o Natal é um momento do ano em que as famílias se reúnem para se alegrar e agradecer a Deus por mais um ano que se passou. Para os empresários e comerciantes, é um dos eventos festivos do ano que abre o maior espaço para vendas em todos os aspectos. O sentido cristão do Natal, de Jesus Cristo não pode ser substituído, como de fato está sendo na sociedade. O Natal perde seu significado haurido nas fontes da fé. O caráter sobrenatural do evento foi radicalmente substituído pelos valores comerciais, em ritmo de aquecimento. O Natal foi encampado pelos interesses da sociedade de consumo. Para se ter uma idéia, nos Estados Unidos, as semanas que antecedem o Natal são as que apresentam um maior número de vendas se comparadas com o restante do ano. Muitos varejistas têm 70% de toda a sua renda anual resultantes deste período. O Natal não era um acontecimento importante até os anos de 1860. O ano de 1867 foi o primeiro em que uma loja de departamento, em Nova York, ficou aberta até a meia noite e em 1874 foi quando surgiram as primeiras vitrines e bolas de neve com temas natalinos.
Mas Jesus nasceu, e por um motivo muito bom. Ele veio para salvar-nos do pecado (1 Tm 2.6). Ele é o Rei, não só dos judeus, mas de todos os homens (Mt 28.18-20). Sua grande vitória veio, não com Seu nascimento, mas com sua morte e ressurreição. Esta é a vitória que o faz nosso Redentor, digno de honra e adoração (Ap 5.8-14). Hoje, precisamos imitar os magos, que procuraram tão esforçadamente encontrar Jesus. Não podemos nos contentar com as crenças tradicionais, as doutrinas humanas, ou os dogmas das igrejas. Temos que examinar as Escrituras (At 17.11). Aceitar o que é certo e rejeitar o que é errado (1 Ts 5.21-22). Estarmos certos de que Jesus veio a esta Terra uma vez, e que ele voltará para chamar-nos ao julgamento (At 17.30-31; 2 Co 5.9-10).
Cabe a nós, como testemunhas do amor de Deus, a recuperação do verdadeiro sentido do Natal Cristão. O Menino Deus nasceu numa gruta vazia para nos trazer o verdadeiro sentido de pobreza, humildade. Sendo Ele Rei dos reis, escolheu uma singela manjedoura. A manjedoura não foi escolha; foi o jeito! Dar a luz entre animais, feno, frio e mau cheiro foi o modo que Deus encontrou para nascer igualando-Se aos mais pobres e desprezados! Ele veio nos ensinar que somente num coração despojado é que Deus pode fazer morada. Ele renasce no mundo que por Ele mesmo foi criado, para dar sentido à vida, ao tempo. Sua eternidade dá sentido ao tempo.
Na época do Natal, quando muitas pessoas mostram uma religião superficial e falam sobre um Jesus desconhecido para elas, nós devemos lembrar que é possível ser só cristãos, seguidores de Jesus. Não devemos ensinar ou defender doutrinas de homens. Temos que simplesmente seguir a Jesus e encorajar outros a fazerem a mesma coisa. Que possamos adorar a Cristo de acordo com a vontade dele!
O sentido da vida, sob o prisma filosófico, seria: por que nos esforçamos por ser belos, ter dinheiro, possuir coisas? Claro, tudo isso pode fazer sentido, mas como meio, não como fim em si mesmo. Na verdade, são na maioria dos casos "sentidos emprestados", na falta de um sentido que seja próprio. Como disse o filósofo Heráclito de Éfeso (540 - 470 a.C.) "se a felicidade estivesse nos prazeres do corpo (um pensamento grego que grassou a igreja de Corinto), diríamos felizes os bois, quando encontram ervilhas para comer". Os bois vivem o momento, para eles não existe um passado nem um futuro, pois para ter passado e futuro é preciso haver um sentido.
Então, recuperemos o sentido fraterno e solidário que Jesus Cristo veio trazer para todos os povos, raças, culturas, estruturas sociais. Nosso pedido às famílias cristãs é de congraçamento, fazendo com que uns se reconciliem com os outros, deixando morrer num abraço apertado tudo o que represente inquietude, mágoa, ressentimentos e maus ensejos.
Segundo o Vaticano, o número de Cristãos chega a 33% se os católicos forem somados às outras linhas do Cristianismo: anglicanos, ortodoxos e protestantes. Ao celebrarmos a vinda do Menino Jesus com verdadeira adoração, podemos dizer então, que é dia de Natal, pois Jesus está sendo reverenciado como Deus-Filho.
O Natal é Amor e o amor é o que dá sentido às nossas vidas, tal como a amizade, ou a arte, ou a crença em Deus. São fatores de felicidade, de paz interior, de harmonia, que suportam as nossas existências. O Natal está intimamente ligado ao sentido de vida do cristão. Daquele que é verdadeiramente cristão. "Ser cristão" significa saber perdoar, saber relevar, saber amar, acima de tudo! O cristão verdadeiro encontra a PAZ no espírito de Natal. O significado do Natal para nós cristãos é exatamente essa busca pela presença de Jesus, com uma vida de adoração contínua a Ele. O único gesto que cabe no Natal é a continuidade do compromisso de construção da civilização do amor, da justiça e da paz tão desejada.
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