segunda-feira, 25 de junho de 2012

Ecologia, Desenvolvimento Sustentável, Aquecimento Global - Parte I



Questão Ecológica, aquecimento global, desenvolvimento e sustentabilidade
"Até quando vocês vão desprezar a natureza, pela ambição de acumular e consumir (e se consumir), e assim, apodrecer o Planeta Terra irresponsavelmente?"
(Atualização de Ex 16.28)
1 - Introdução
Gênesis 1 a 11, que pode inspirar a construção de uma Sociedade Sustentável, um novo paradigma civilizacional necessário e que deve ser construído com urgência. É difícil, mas possível.
2 - 1a parte - VER - VEJA
"Amor ao próximo e a vida no planeta". "A criação geme em dores de parto (Rm 8.22)" é o lema. Por que e para quê? O Aquecimento (com escurecimento) global e mudanças climáticas já são realidade sentida por todas as pessoas e confirmada cientificamente por um batalhão de mais de 2.800 especialistas do clima, integrantes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas - IPCC - da ONU. As intempéries climáticas estão sistematicamente assolando as populações de forma cada vez mais intensas e em quantidades sempre crescente. A temperatura está mais elevada, temporais por toda a parte, vendavais, longas estiagens em umas regiões e excesso de chuvas em outras.
Segundo a ONU, mais de 50 milhões de pessoas já são consideradas "migrantes do clima". São populações que tiveram que fugir dos seus habitats, porque viver ali tornou impossível pela ausência de água, pelo aumento da temperatura, por desertificação, ou por que suas terras (ilhas e parte de países) já foram inundadas pelo mar.

Segundo cientistas, agora, está se dando o encontro de dois movimentos cósmicos que agravam as mudanças climáticas:

Primeiro, o planeta está apresentando aquecimento devido às grandes quantidades de emissões de gases de efeito estufa - GEEs -, que se intensificaram a partir do momento da industrialização de muitos países, ou como alguns preferem, é resultante de causas antrópicas (= humanas). Ou seja, o modelo econômico, imposto pelo sistema capitalista, absolutiza o crescimento econômico e está, numa progressão geométrica devastando os bens naturais - terra, água e toda a biodiversidade -, que são limitados e não infinitos. Exemplos: Se o povo de todo o mundo tivesse o nível de consumo do povo dos Estados Unidos, seria necessário recursos naturais de três globos terrestres. Se cada chinês tivesse um automóvel, a temperatura da terra aumentaria 2 graus centígrados.

Segundo, a história da evolução do universo indica que de tempos em tempos acontece mudanças climáticas, como a época das glaciações, que resultou na mortandade dos dinossauros, os animais gigantes, dos quais a arqueologia demonstram a existência.

A situação se torna muito mais grave, porque parecer estar entrecruzando esses dois movimentos. Assim, a ação devastadora do modelo capitalista de produção e de uma sociedade consumista está acelerando mudanças cósmicas que poderiam ser mais lentas.

O clima da Terra é resultante da interação dos seres que o habitam. Assim, contribui para as mudanças climáticas que verificamos alterações, tais como: as derrubadas de florestas e do cerrado, modificações nas águas marinhas e na atmosfera, que recebeu uma carga imensa de gases de efeito estufa, entre os quais estão os raios infravermelhos que, após atingir a terra, vindo do sol, são refletidos para o espaço e repicados para a terra, sendo absolvidos pelos gases de efeito estufa, aumentando assim a temperatura. Para entender o que é efeito estufa experimente ficar muito tempo em uma sauna ou dentro de um automóvel debaixo de um sol de 40 graus. O calor absolvido, se não for refletido, acaba aquecendo gradativamente o meio circundado.

A superfície da Terra não é atingida pela totalidade dos raios solares, cujos principais são: os infravermelhos e os ultravioletas. Cerca de 40% destes raios são refletidos para o espaço pelas camadas superiores da atmosfera; outros 43% atingem a superfície, que por sua vez, irradia 10% desta carga de energia solar para fora do planeta, e os 17% restantes são absorvidos pelas suas camadas inferiores. Os raios infravermelhos são absorvidos, sobretudo, pelo dióxido de carbono (CO) e por vapores de água, elementos importantes para a formação do efeito estufa; os ultravioletas são absorvidos pelo ozônio.
O que é emitido pelos processos vitais de alguns seres é absorvido por outros. Por exemplo, o ser humano, ao expirar, emite dióxido de carbono, enquanto as plantas o absorvem; pelo processo da fotossíntese as plantas liberam oxigênio, que mantém vivo o ser humano através da respiração.
Algumas atividades de nossa civilização emitem grande quantidade de dióxido de carbono. É o que ocorre na queima de combustíveis fósseis (carvão, gás e petróleo), na derrubada e queimada de florestas e nas alterações do uso do solo. As derrubadas de florestas, além de emitirem carbono na atmosfera, eliminam um fator importante de assimilação deste gás. Ao lado dos Oceanos, as florestas são detentoras de imensa capacidade de trocar o carbono por oxigênio na atmosfera. Em virtude destas atividades emissoras, as medições apontam, a partir de 1750, aumento de dióxido de carbono em torno de 40% na atmosfera, enquanto o metano (CH) apresentou acréscimo de 150%.
Em seu quarto relatório, de 2007, o IPCC afirma que o planeta Terra está aquecendo desde 1750, tendo elevado a temperatura média em 0,74º C até 2006.

Entre 1995 e 2006, o mundo teve 11 dos 12 anos mais quentes já registrados para a temperatura da superfície da Terra. A maior parte do aquecimento se deve as atividades humanas dos últimos 50 anos. Há muitos indicadores que mostram a aceleração do aquecimento. As geleiras das montanhas e as coberturas de neve estão diminuindo. As lâminas de gelo da Groelândia e da Antártida estão derretendo em alguns pontos. O nível do mar continua a subir, e a temperatura média do oceano está aumentando. As secas estão mais longas e mais intensas, e afetam áreas maiores. As chuvas estão mais pesadas e provocam graves enchentes. O relatório de 2007 indica que essas recentes mudanças são maiores do que as ocorridas no clima nos últimos 1.300 anos.

A temperatura da superfície deve aumentar em cerca de 2,4°C até 2050, mesmo se a humanidade mudar seu padrão de produção e consumo imediatamente. Porém, caso mudanças dessa ordem não forem realizadas, o aumento pode alcançar 4ºC.

A população mundial aumentou dez vezes nos últimos três séculos. No século XX, quadruplicou; hoje, ultrapassa os 6,5 bilhões de pessoas, e as estimativas indicam que pode chegar à casa dos 9 bilhões em 2050. Mesmo tendo presente que a proteína animal é desigualmente distribuída, já existe praticamente uma vaca por família e a população de gado, que é responsável por parte da produção do gás metano, saltou para 1,4 bilhão de reses. Quase a metade da população vive, hoje, em cidades ou megacidades. No século XX, a urbanização aumentou dez vezes. A produção industrial cresceu 40 vezes nesse mesmo período e a demanda energética exigiu que o setor crescesse 16 vezes. Por fim, quase 50% da superfície do planeta passaram por transformações em virtude das atividades humanas.

O uso da água passou por um crescimento de nove vezes no período citado e, hoje, desigualmente distribuída, atinge cerca de 800 metros cúbicos per capita ao ano. Essa utilização se dá na seguinte proporção: na irrigação 70%, na indústria 20% e nos domicílios 10%, e a ineficiência na captação e distribuição gera grandes desperdícios. E, se a água é essencial para a vida, é também indispensável na produção agroindustrial, pois segundo a New Scientist (PEARCE, 2006), um quilo de café pronto para o consumo requer, em todas as etapas da produção, cerca de 20 mil litros de água, um hambúrguer de 100 gramas; 11 toneladas de materiais naturais não renováveis para produzir um único microcomputador e 32 quilos de materiais naturais não renováveis; 11.000 litros para um mero jeans.

A concentração de dióxido de carbono na atmosfera passou de 275 para 380ppm, segundo medição de 2006, e, segundo estimativas, a queima de combustíveis fósseis acrescenta anualmente 5 bilhões de
O óxido nitroso (NO) é, hoje, o que mais causa danos à imtoneladas por ano de CO na atmosfera.portante camada de ozônio, superando os clorofluorcabornetos (CFCs) ; pois bem, 2/3 do óxido nitroso provem dos processos de fertilização e em defensivos agrícolas, especialmente nas imensas monoculturas.
O gás metano (CH), inicialmente conhecido como gás dos pântanos, atualmente é proveniente de atividades humanas na razão de 60%. Ele é gerado especialmente através dos cultivos agrícolas e na pecuária - peido do gado libera metano -, mas também os grandes lagos artificiais para hidrelétricas produzem metano. Nos últimos 200 anos, aumentou sua presença na atmosfera de 0,8 para 1,7ppm.
Dada a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera, a redução necessária para as emissões seria, segundo o IPCC, da ordem de 50% até 2030; mas é preciso estar atentos a outros gases, como o óxido nitroso, por exemplo, cuja diminuição recomendada gira em torno de 70 a 80% - meta dificultada porque o nitrogênio é amplamente utilizado em processos de fertilização para plantios agrícolas.
As principais fontes de energia renováveis são energia solar, energia eólica , energia hídrica, energia oceânica , energia geotérmica e a proveniente da biomassa.

As previsões de demanda energética apontam para um crescimento anual de 1,5% até 2030, ou seja, 30% em vinte anos. Essas previsões se chocam frontalmente com a recomendação do IPCC para que se diminuam as emissões de CO2 em 50% até 2030 para que a temperatura não cresça 2ºC nas próximas décadas.

É preocupante o direcionamento que as recentes decisões do governo estão conferindo à questão das fontes energéticas em nosso país. Hoje, a região amazônica é palco de grandes projetos hidroelétricos, como as usinas Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia, Belo Monte e Tapajós, no Pará, além de muitas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) espalhadas pelo país e os acenos de expansão da matriz energética atômica.
O governo brasileiro praticamente ignora o potencial oferecido pelo nosso imenso território para a implementação e expansão da energia solar e da eólica. E quer incrementar a produção de energia nuclear, o que exigiria a construção de várias usinas nucleares, cujos resíduos permanecem radiativos por muitíssimos anos. Igualmente o programa Pré-Sal exige dispêndio de fortunas para a extração de um produto altamente poluente, cujo processo pode resultar em desastres ambientais incalculáveis, como o ocorrido no golfo do México, no ano passado.

Nas décadas de 1980 e 1990 constatou-se que o desmate médio atingiu 20 mil km²; em 1995, registrou-se um pico de 29.059 km² e, em 2004, outro número assustador: 27.400 km².
Philip M. Fearnside, um dos cientistas mais respeitado em questão de aquecimento global, critica a diretriz governamental de combate ao desmatamento da floresta amazônica, exposta no Plano Nacional sobre Mudanças do Clima (PNMC), afirmando que, embora a repressão ao desmatamento tenha produzido algum efeito, os planos de implantação de infraestrutura, somado à legalização de grandes áreas de terras antes na ilegalidade, apontam necessariamente para o crescimento do desmatamento.
Se somarmos a concessão oficial para o desmate no período entre 2009-2017, chega-se à cifra de 80.112 km² de floresta derrubada, o equivalente a três Bélgicas.
A concessão de 63 milhões de hectares de terra na Amazônia, através da Medida Provisória 422 - assinada por Lula, em 25 de março de 2008, que tornou-se a Lei Nº 11.763 de 1º de agosto de 2008 - legalizou a grilagem de terra e o desmatamento.

A devastação da biodiversidade está crescendo numa progressão geométrica. Embora a produção de alimentos no mundo (com agrotóxicos e tecnologia de ponta) seja suficiente para alimentar toda a população mundial, há mais de 1 bilhão de pessoas passando fome no mundo. Os pobres estão sendo empurrados para as regiões com maiores agressões ambientais, enquanto os ricos, os que mais destroem, estão ficando nas áreas mais preservadas, que serão em breve devastadas também pelo estilo de vida consumista.
No Brasil, por exemplo, mais de 70% dos alimentos são produzidos pela agricultura familiar camponesa, e não pelo agronegócio que, ao contrário, continua asfixiando a os pequenos produtores.
A Assembléia Geral da ONU, em vinte e oito de julho de 2010, aprovou uma resolução afirmando que a água e o saneamento básico são direitos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 13%, ou algo próximo a 900 milhões, vivem sem acesso a água potável, e 39%, ou aproximadamente 2,6 bilhões de pessoas, não dispõem de saneamento básico. Na América Latina, 85 milhões de pessoas não têm água potável e 115 milhões vivem sem saneamento básico. Esta situação é apontada como responsável direta pela morte de 1,5 milhão de crianças com menos de cinco anos de idade, vitimadas por diarréia .
As costas litorâneas abrigam, em nossos dias, quase dois terços da população mundial, e estima-se que, até 2030 chegue a três quartos. Praticamente 40% dos recursos pesqueiros marinhos do Atlântico se encontram superexplorados e outros 30% totalmente explorados. Outro problema é o aumento de poluentes como esgoto, lixos, toxinas carregadas via atmosfera, envenena os oceanos diariamente. Com o aquecimento global os oceanos estão subindo e poderá subir, em média, 59 centímetros até o final do século XXI, o que causará devastação inestimável nas cidades costeiras e no biodiversidade marinha.

Em 1972, aconteceu o primeiro encontro internacional que tratou sobre a relação entre o desenvolvimento e o meio ambiente, e ficou conhecido como Conferência de Estocolmo. A Conferência foi tensa, polarizada entre "crescimento zero" e "crescimento a qualquer custo" e, para sua superação, foi proposta uma abordagem ecodesenvolvimentista.

Em 16 de setembro de 1987 foi acordado o Protocolo de Montreal. Assinado por 150 países, versou sobre substâncias que empobrecem a camada de ozônio.

A Eco 92, realizada entre 3 e 14 de junho de 1992 no Rio de Janeiro, teve como objetivo principal: "buscar meios de conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a conservação e proteção dos ecossistemas da Terra". "A Conferência do Rio consagrou o conceito de desenvolvimento sustentável e contribuiu para a mais ampla conscientização de que os danos ao meio ambiente eram majoritariamente de responsabilidade dos países desenvolvidos..."


O Protocolo de Kyoto, de 1997, exige dos países signatários a redução n a emissão de poluentes em 5,2% em relação aos níveis de 1990. O documento precisa ser ratificado por pelo menos 55 países que, juntos, produziam 55% do gás carbônico lançado na atmosfera em 1990" . No entanto, Estados Unidos, Canadá e Austrália não assinaram este Protocolo.

Na Rio 10+, acontecida entre 26 de agosto e 4 de setembro de 2002 na África do Sul, avaliou o progresso feito na questão ambiental durante a década transcorrida desde a Eco-92.
As Igrejas reunidas na Assembléia Mundial, realizada em Seul, na Coréia, de 05 a 12 de março de 1990, afirmaram que "cada vida é sagrada porque a criação é de Deus e a bondade de Deus a permeia completamente. Atualmente, cada forma de vida no mundo ... está em perigo, porque a humanidade não foi capaz de amar a vida da terra; em particular, os ricos e os poderosos a roubaram como se essa tivesse sido criada para fins egoístas. A amplitude da devastação pode ser irreversível e, portanto, nos impele a agir com urgência" (n. 2408).

 Continua...

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